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terça-feira, 21 de maio de 2013

Custos da OTAN recaem sobre os EUA

Alarmado por anos de cortes nos gastos militares, o secretário-geral da Otan (aliança militar ocidental), Anders Fogh Rasmussen, advertiu as nações europeias sobre os riscos que os seus cortes de US$ 45 bilhões poderiam acarretar à viabilidade da aliança, à sua missão e à sua relação com os Estados Unidos.

Isso foi há dois anos. Desde então, com a guerra no Afeganistão chegando ao fim e a Europa pressionada a reduzir seu deficit público, os cortes cresceram.

Agora, quando o governo Obama enfrenta problemas com o seu próprio deficit e com gastos militares, a responsabilidade de preservar a aliança recaiu de forma desproporcional sobre os EUA, uma situação especialmente insustentável num momento em que as prioridades se voltam para a Ásia.

Os EUA financiam quase três quartos dos gastos militares da aliança (eram 63% em 2001). Entre os 28 países-membros, observam especialistas, só EUA, Reino Unido e Grécia estão cumprindo a diretriz da própria Otan que prevê um gasto de 2% do PIB para gastos militares. Reino Unido e França estão gastando cada vez menos -Paris diz que o atual 1,9% do PIB pode cair para 1,3% em 2014. Já os EUA gastaram em 2011 o equivalente a 4,8% do seu PIB.

Naquele ano, quando Rasmussen alertou sobre o corte de US$ 45 bilhões das nações europeias, essa quantia era equivalente a todo o orçamento militar alemão.

Em 2012, pela primeira vez, os gastos militares nos países asiáticos, em particular na China, superaram os dos europeus.

"Estamos avançando para uma Europa que combina incapacidade e falta de vontade", disse Camille Grand, especialista militar francês que dirige a Fundação de Pesquisas Estratégicas. "Os países europeus continuam a pegar carona em vez de trabalharem seriamente para agir com os EUA."

Segundo especialistas militares, sem a assistência dos EUA, as forças europeias terão cada vez mais dificuldades para realizar tarefas básicas.

Embora o Reino Unido e a França se gabem das operações na Líbia e no Mali, essas intervenções revelaram a fraqueza da Europa. Na Líbia, os EUA forneceram inteligência, aeronaves, munições e mísseis. No Mali, os franceses solicitaram aeronaves e inteligência americanas.Altos funcionários americanos já alertaram os países europeus sobre o risco de uma "irrelevância militar coletiva" se eles não gastarem mais em defesa.

A situação no Reino Unido é tão ruim que os EUA estão discretamente solicitando que o país abra mão da sua custosa dissuasão nuclear.

"Eles podem ser uma potência nuclear -e nada mais- ou serem um verdadeiro parceiro militar", disse um funcionário americano graduado.

Uma década de oscilantes esforços europeus para criar uma política comum de segurança e defesa resultou em pouca coisa. Uma força europeia de reação rápida, decidida em 2002, deveria ter forças terrestres, aéreas, navais e especiais prontas para ir a qualquer lugar e fazer praticamente qualquer coisa com pelo menos 13 mil soldados, num rodízio entre os países. Mas ela nunca foi usada, exceto como reforço na segurança da Olimpíada de Atenas, nas eleições afegãs de 2004 e em assistência pós-desastres.

A União Europeia tinha em 1999 a meta de 60 mil soldados disponíveis para batalha em um corpo de Exército conjunto.

A ideia foi abandonada em prol de grupos de batalha com 1.500 a 2.500 soldados, também num rodízio entre esses países tão numerosos e heterogeneamente equipados. A intenção era ter dois grupos de combate, mas a escassez de países dispostos a participar levou a uma redução pela metade das forças disponíveis.

Há também uma brigada franco-alemã, formada em 1987, com cerca de 5.000 homens. Mas também ela ficou sem uso. Quando os franceses quiseram usá-la no Mali, os alemães se opuseram, como se opuseram também a combater na Líbia.

Há discussões sobre como países europeus menores podem compartilhar suas capacidades, da forma como fazem os Estados bálticos e como fazem Holanda e Bélgica para fins de treinamento naval e compra de embarcações.

James Steinberg, ex-subsecretário de Estado dos EUA, ex-assessor-adjunto de segurança nacional e hoje diretor da Escola Maxwell da Universidade Syracuse, no Estado de Nova York, acha que Washington tem como lidar com isso.

"Há menos foco estratégico nos problemas de segurança na Europa propriamente dita", os quais ele descreveu como residuais, incluindo os Bálcãs e o equilíbrio pós-soviético. Isso significa que Washington não irá investir mais recursos na Europa, especialmente enquanto se concentra na China.

Mas, para desafios estratégicos mais amplos, incluindo a China, Washington "gosta da parceria com a Europa pela legitimidade política", disse. O apoio político europeu permite que os EUA assumam uma posição ampla no Leste da Ásia.

Se os EUA representarem 75% dos gastos da aliança, "esse é um preço modesto a pagar quando a próxima crise aparecer", disse Steinberg.

2 comentários:

  1. Ótimo, qto ma cortes eles efetuarem em suas compras militares , melhor...Sds.

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