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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Os Submarinos estratégicos “Yuriy Dolgorukiy” e “Alexander Nevskiy” serão incorporados à Armada Russa até agosto


Os novíssimos submarinos nucleares estratégicos russos, o K-535 Yuriy Dolgorukiy e o K-550 Alexander Nevskiy, ambos pertencentes ao Projeto 955 Borey, serão incorporados à Armada no próximo verão (no hemisfério norte), entre junho e agosto, declarou hoje Anatoliy Eduardovich Serdyukov, ministro da Defesa da Rússia.

Anteriormente a incorporação desses submarinos estava prevista originalmente para o final de 2011, mas o fabricante dos mesmo, os estaleiros Sevmash, não pode concluir há tempo todos os testes necessários, recordou Serdyukov.

“Vão terminar esse ano. No caso do Yuriy Dolgorukiy, todos os testes devem ser finalizados em 15 de junho, e mais tarde o submarinos poderá engrossar o arsenal da Armada. E em agosto, será a vez do Alexander Nevskiy”, disse Serdyukov.

Serdyukov também disse que “avança conforme o calendário” a incorporação do míssil intercontinental naval Bulava. Os testes oficiais já terminaram, mas “se requerem seis ou setes meses para assinaram todos os documentos necessários”, disse Serdyukov.

O míssil intercontinental R-30 3M30 Bulava-30 (RSM-56 na classificação OTAN), é um foguete de três fases instalados em submarinos e de propelente sólido (nas primeiras etapas) e líquido (na terceira etapa). É lançado de um tubo na vertical.

O míssil tem alcance de 8.000 km e pode portar de 6 a 10 cabeças de guerra nucleares, hipersônica independentes, de 100 a 150 kilotons. Cada ogiva é capaz de modificar sua trajetória de vôo.

Os submarinos da classe Borey deslocam 24 mil toneladas, medem 170 metros e tem 13,5 metros de largura, podem desenvolver uma velocidade de 29 nós e tem uma autonomia de 90 dias de viagem. Além de serem armados com mísseis Bulava, os submarinos possuem seis tubos de torpedos de 533 mm.

Malásia compra gastará US$ 35 milhões na aquisição de mísseis ar-ar russos


Rússia e Malásia assinaram um acordo de US$ 35 milhões para o fornecimento de mísseis ar-ar russos do tipo RVV-AE, informou a agência estatal russa que gere as exportações de armamento, a Rosoboronexport. Segundo um comunicado da empresa Rosoboronexport, a venda desse tipo de mísseis tem o intuito de reforçar o poderio aéreo da Malásia.

O acordo foi firmado hoje, durante o salão aeroespacial Defense Services Asia-2012, salão esse que acontece desde o último dia de 16 e que se encerra hoje. O salão acontece em Kuala Lumpur, capital da Malásia.

"A Rússia irá entregar o primeiro loto de mísseis até o final de 2012", disse o diretor-geral da Rosoboronexport, Nikolai Dimidyuk.

A Malásia dispõe de dois tipos de caças russos em sua frota: A Força Aérea da Malásia tem 16 MiG-29N Fulcrum e 18 caças multifuncionais Su-30MKM Flanker.

O míssil RVV-AE (AA-12 Adder)  é um míssil ar-ar de médio alcance guiado por radar ativo. Esse míssil se assemelha o míssil americano AIM-120 AMRAAM.

O RVV-AE está em serviço desde 1994.

Ex-reféns americanos querem indenização de US$ 4,4 milhões do Irã


Charles Wesley Scott, um coronel aposentado do Exército dos EUA, foi um dos 52 reféns americanos detidos durante 444 dias por iranianos no final dos anos 1970

Por mais de três décadas, David M. Roeder viu sucessivos presidentes norte-americanos tentarem negociar com o Irã e, do seu ponto de vista, fracassarem completamente em responsabilizar o país.

Agora com 72 anos, o coronel aposentado da Força Aérea Roeder esteve entre os 52 norte-americanos tomados como reféns por 444 dias depois que radicais iranianos tomaram a embaixada norte-americana em Teerã em 1979, um acontecimento que, segundo ele, abriu caminho para que o Irã pudesse se comportar mal sem enfrentar nenhuma consequência desde então.

"É uma coisa depois da outra, e eles não pagam nenhum preço", diz ele. "Chegou a hora de alguém se levantar e dizer um 'basta'."

Roeder e outros ex-reféns dizem que o governo iraniano nunca pagou – literalmente ou figurativamente – pelo que fez com eles. Seu longo ressentimento demonstra, sob muitos aspectos, a perplexidade que o governo Obama enfrenta ao equilibrar o impulso para punir o Irã com a esperança de normalizar as relações.

Em 20 de janeiro de 1980, os reféns foram soltos pelos Acordos de Algiers, negociados pelo presidente Jimmy Carter, mas só implementados depois que ele deixou o poder. O acordo permitiu que empresas recuperassem bilhões de dólares em fundos do governo iraniano que os Estados Unidos haviam congelado depois que o xá do Irã, um aliado, foi obrigado a deixar o poder. Mas impedia que os ex-reféns buscassem indenizações pelo tempo que ficaram presos, durante o qual muitos foram submetidos a falsos pelotões de tiroteio e confinamento solitário.

Governos sucessivos continuaram a honrar os Acordos de Algiers -apesar dos protestos dos reféns e de seus defensores no Congresso- alegando que um acordo é um acordo e que tratar da questão da indenização comprometeria a capacidade do governo de conduzir sua política externa.

O Departamento de Estado recentemente reiterou esta posição. "O governo dos Estados Unidos continua profundamente agradecido aos reféns pelo serviço que prestaram ao país, e expressa sua compaixão pelo sofrimento que experienciaram durante sua provação", disse numa declaração. Mas acrescentou: 'como condição essencial para sua libertação do cativeiro, entretanto, os Estados Unidos concordaram, nos Acordos de Algiers, em impedir as alegações de ex-reféns contra o Irã nos tribunais norte-americanos. Embora compreendamos sua frustração, estamos presos por este compromisso e devemos continuar honrando-o."

Mas apesar de anos de frustração, os ex-reféns dizem que não estão dispostos a desistir. Eles têm uma ação de classe antiga, cobrindo mais de 100 pessoas, incluindo os reféns e alguns de seus descendentes, que está em processo de apelação no Supremo Tribunal, que recentemente ordenou o Departamento de Estado a enviar um resumo para que pudesse decidir se aceitaria o caso. Prevendo que o tribunal não aceitará o caso, eles estão novamente fazendo lobby no Congresso para aprovar uma lei que os permita reivindicar as indenizações.

"Tento não pensar muito sobre isso porque senão ficaria louco", disse outro ex-refém, Al Golacisnki, que era funcionário de segurança da embaixada. "Eu me debato com a ideia de que não podemos obter justiça porque a outra parte, por acaso, é um inimigo."

Barry Rosen, que era o attaché de imprensa da embaixada, disse: "não entendo essa noção tola de que não podemos receber indenização, e todo mundo recebeu indenização -os escritórios financeiros, as companhias de construção."

Rosen lembrou-se de um jantar com sua mulher no qual foi abordado por um empresário cuja companhia havia ganhado uma ação contra o governo iraniano. "Bem, nós vencemos", disse o empresário. "Você deve imaginar como eu me senti", disse Rosen.

Mas os reféns podem estar deixando de falar sobre um fator essencial, disse Gary G. Sick, que era o homem de frente de Carter no Irã e hoje é professor-adjunto de política do Oriente Médio na Universidade de Columbia. Como condição para que os reféns fossem liberados, o Irã insistiu que eles não pudessem processar o país.

"Na época, ficou entendido que isto provavelmente seria uma coisa desagradável", disse ele. "O Departamento de Estado contatou pelo menos algumas das esposas e parentes e disse isso a eles, que era assim que eram as coisas", disse ele. "Enquanto isso, eu ouvi familiares dizendo que nunca haviam concordado com isso. Minha memória é de que eles concordaram, ou pelo menos alguns deles concordaram na época, dizendo que não era o desejável, mas que conseguiram trazer seus familiares para casa e isto era o mais importante."

A pressão por indenizações começou depois que os reféns voltaram para casa. Em 1986, o Congresso deu a eles US$ 50 por dia de cativeiro, mas esta foi uma indenização paga pelo empregador, e não por danos por parte do Irã. Agora eles estão querendo US$ 10 mil por dia, ou US$ 4,4 milhões cada, do Irã – uma indenização justa, dizem eles, por uma experiência que deixou alguns com medo para o resto da vida.

"Quando as pessoas dizem que isso não tem a ver com dinheiro, isso tem a ver com dinheiro", disse outro ex-refém, Charles W. Scott, ex-coronel do Exército que foi o chefe do programa de assistência militar dos EUA no Irã.

Mas esta é apenas uma parte do motivo pelo qual ele acredita que alguma medida deve ser tomada contra o Irã, mesmo tendo passado tanto tempo. "A impressão que isso deixou sobre os nossos inimigos, sobre qualquer um que deseje cometer um ato terrorista contra os EUA, é que eles conseguiram se sair com essa e que literalmente não lhes custou nada", disse ele.

Ao longo dos anos, as iniciativas de lobby renderam alguns frutos. Em 1996, o Congresso aprovou uma lei para permitir que vítimas norte-americanas processassem Estados que cometem terrorismo. Quatro anos depois, aprovou outra lei permitindo que bens desses governos congelados pelos Estados Unidos fossem usados para pagar indenizações. Logo depois, alguns dos reféns, seus cônjuges e filhos entraram com processos contra o Irã num tribunal federal.

Em agosto de 2001, eles ganharam um julgamento por responsabilidade, uma vez que o Irã não foi ao tribunal para contestar o processo. Mas antes de o caso prosseguir para o próximo estágio -estabelecer os danos- o Departamento de Estado pediu que o julgamento fosse arquivado. O departamento argumentou que agir contra os Acordos de Algiers dificultaria a capacidade do executivo de conduzir a diplomacia.

O Congresso mais uma vez aceitou a causa dos reféns. Em dezembro de 2001, foi escrito num projeto de lei de apropriações que os reféns tinham uma reivindicação de acordo com o ato antiterrorismo de 1996. Mas em abril de 2002, os tribunais rejeitaram novamente a causa. O Senado votou três vezes em 2003, e uma vez em 2004, para permitir as reivindicações, mas cláusula, alvo da oposição do Departamento de Estado, foi derrubada num comitê.

Agora os ex-reféns estão tentando novamente, com um apoio considerável. A representante Ileana Ros-Lehtinen, republicana da Flórida, e presidente do Comitê da Câmara para Assuntos Estrangeiros, disse que estava tentando acrescentar uma emenda a outra lei que poderia esclarecer o direito dos ex-reféns de receber indenizações nos tribunais. Se nenhum bem congelado estiver disponível, diz ela, então o dinheiro poderá ser pago pelas multas coletadas de companhias que violam o embargo comercial do Irã. O Acordo de Algiers não pode simplesmente descartar o direito dos reféns à justiça, disse ela.

O momento parece bom. O Irã não tem muita popularidade no Congresso agora, e para os congressistas que buscam uma forma de peitar o Irã, este pode ser o momento certo. "É um símbolo importante dos valores deste país na comunidade internacional", disse o representante Bruce Braley, democrata de Iowa.

Novo escândalo abala mais uma vez a imagem do Serviço Secreto norte-americano


Barack Obama, presidente dos EUA, cercado por agentes do Serviço Secreto americano

Para uma agência que há muito é conhecida como clube um "dos velhos amigos", o escândalo de prostituição envolvendo 11 membros do Serviço Secreto fez ressurgir uma imagem que a agência parecia ter superado.

O Serviço Secreto cultivava uma fama de austeridade e correção, de protetores do presidente -com agentes parecidos com Clint Eastwood, dispostos a morrerem por seu país- mas era arrastado por denúncias de comportamentos impróprios. Houve agentes advertidos ou processados por sexo com menores de idade, por direção embriagada, brigas de bar, uso de drogas e outros problemas fora do expediente que colocaram em questão sua aptidão profissional.

Na última década, porém, houve menos manchetes picantes sobre a agência, o que gerou uma sensação que sua cultura mudara, em parte por ter contratado mais funcionárias do sexo feminino. Hoje, o Serviço Secreto enfrenta um escândalo embaraçoso de acusação de delitos envolvendo prostituição em Cartagena, na Colômbia.

"Alguns dos agentes mais velhos diziam que, quando chegavam nos hotéis, logo perguntavam 'onde é o bar?' Hoje, eles dizem que os agentes chegam e perguntam 'onde é a sala de ginástica?'", disse Daniel Bongino, agente do Serviço Secreto de 1999 a 2011 e candidato republicano ao Senado pelo Estado de Maryland.

Ele acrescentou: "Esta é uma vergonha nacional para nosso governo e para o Serviço Secreto".

Na última segunda-feira (16), o deputado Darrell Issa, presidente republicano do comitê de fiscalização da Câmara deu prosseguimento às críticas à agência que começara no final de semana. Em entrevista ao programa "CBS This Morning", ele disse que era comum os agentes fazerem "festas de partida", ao final de uma viagem presidencial, mas que, neste caso, os agentes fizeram uma "festa de chegada".

Os 11 funcionários do Serviço Secreto envolvidos tiveram suas licenças revogadas até o final da investigação, segundo um porta-voz da agência.  "Ainda há uma investigação rigorosa em curso", disse Max Milien, porta-voz. "Isso os coloca, como declaramos, em licença administrativa, e eles não podem entrar nas instalações do Serviço Secreto".

Em um memorando aos funcionários do Serviço Secreto, o diretor, Mark J. Sullivan, disse que o episódio era "embaraçoso", mas que a agência tinha "agido de forma rápida e decisiva, imediatamente após o incidente ter vindo à tona", de acordo com uma cópia obtida pelo "New York Times".

"O Serviço Secreto dos Estados Unidos tem uma história longa e respeitada de observar níveis muitos altos de comportamento profissional ético", disse Sullivan. "A maioria esmagadora dos homens e mulheres do Serviço Secreto cumprem esses padrões a cada momento do dia. Tenho um orgulho extraordinário de vocês e por isso e fico honrado em servir em sua companhia. É por causa desse e de outros aspectos vitais de nossa agência que uma 'maioria esmagadora' não é suficiente".

Ronald Kessler, que escreveu um livro sobre o Serviço Secreto, disse que não pensava que o tipo de comportamento visto na Colômbia prevalecia na agência. Em vez disso, ele disse que refletia uma "atitude relaxada" em relação à disciplina que permitia que os agentes burlassem as regras sem sérias repercussões.

"Há uma atitude de aceno e aceitação" em relação a uma variedade de violações, disse ele, desde problemas na aptidão física dos agentes e capacidade de manuseio de armas de fogo até o fracasso do Serviço Secreto em impedir a entrada de penetras em um jantar de Estado em 2009 na Casa Branca.

Segundo Kessler, a chefia não apoiou os agentes que tentaram apontar os problemas de comportamento e disciplinares. "Que tipo de mensagem isso envia ao sujeito no portão da Casa Branca?", perguntou.

Parte do problema, segundo as autoridades, é que os membros do Serviço Secreto passam boa parte de seu tempo viajando em grupos grandes para lugares estrangeiros.

"Após a missão, as pessoas gostam de se divertir, e muitas vezes estão em lugares muito interessantes em torno do mundo, com muito tempo disponível", disse um ex-funcionário da Casa Branca que trabalhou em equipes avançadas do Serviço Secreto. A maior parte mantém a linha, disse ele, "mas há pessoas sem discernimento".

Por anos, membros do Serviço Secreto criaram problemas que a agência classificou como episódios isolados e rebateu as críticas como injustas e exageradas.

Funcionários da agência ficaram particularmente revoltados com um artigo investigativo de 2002, no "U.S. News and World Report". O artigo retratou uma agência em que as pessoas festejam muito, bebem pesado, têm laços sexuais pouco apropriados e onde outros problemas fora de Serviço eram comuns. Um agente teve relações sexuais e compartilhou metanfetamina com uma menina de 16 anos, enquanto outro agente do destacamento do presidente Bill Clinton teria tido um caso com uma prima do presidente.

Como no caso do jantar de Estado de 2009, os problemas algumas vezes respingaram para questões de proteção. Durante a estratégia de segurança da agência nas Olimpíadas de 2002 em Salt Lake City, um agente foi comprar lembranças em uma loja e esqueceu-se de um plano de segurança detalhado para o vice-presidente Dick Cheney e sua família, um episódio que envergonhou a agência quando se tornou público.

Na medida em que, nos últimos anos, as manchetes negativas se tornaram menos frequentes, o Serviço Secreto atacou a questão de diversidade e lutou para recrutar mais mulheres e membros de minorias.

O número de mulheres no Serviço Secreto "não era um número para se orgulhar, era algo que tínhamos que melhorar", disse W. Ralph Basham Jr., diretor do Serviço Secreto de 2003 a 2006.

Durante seu mandato como diretor da agência, disse Basham, as mulheres compunham entre 11 a 15% de seus funcionários. De acordo com a Comissão de Emprego e Oportunidade Igual, no ano fiscal de 2010 cerca de 25% dos funcionários do Serviço Secreto eram mulheres.

Basham, que hoje é diretor do Command Consulting Group, uma firma de consultoria, disse que a proporção de mulheres no Serviço Secreto não era muito diferente de outras agências policiais, mas que a quantidade de viagens no ramo pode ser vista como impedimento por certas mulheres.

"É muito difícil equilibrar a carga de trabalho e a vida familiar", disse ele. As consequências do episódio da Colômbia continuam a reverberar por Washington, enquanto os militares continuam a investigar o papel que vários membros do Serviço tiveram.

Em uma conferência com a imprensa do secretário de defesa Leon E. Panetta, o chefe do Estado Maior das Forças Armadas General Martin E. Dempsey, disse que estava envergonhado que membros do Serviço tivessem associados ao escândalo.

"Decepcionamos o chefe, porque ninguém está falando sobre o que aconteceu na Colômbia além desse incidente", disse ele.

Ex-pregador de Osama Bin Laden volta para casa


Osama Bin Laden

Por duas vezes, os Estados Unidos anunciaram sua morte. Mas o ex-estrategista de Osama Bin Laden está bem vivo, de volta à sua casa na Mauritânia, após dez anos em prisão domiciliar no Irã. Dirigente de primeira leva da Al-Qaeda, ou seja, de antes dos atentados do 11 de setembro de 2001, Mahfoudh Ould Walid é mais conhecido como Abu Hafs al-Mauritani e era encarregado da elaboração e da redação das fatwas para a organização jihadista. Ele chegou no início de abril a Nuakchott em um voo regular, e está sendo interrogado pela Direção Geral da Segurança Nacional.

Seu irmão, Ahmed Ould Walid, porta-voz da família que encontramos na sexta-feira (13) na capital mauritana, mantém a esperança de que ele será libertado em breve. “Ele quis voltar para sua família, faz tempo que ele se distanciou da Al-Qaeda”, ele ressalta.

Hoje com 43 anos, Abu Hafs havia reprovado abertamente por escrito os ataques do 11 de setembro, opondo-se especialmente ao atual chefe da organização jihadista, o egípcio Ayman al-Zawahiri. Seu distanciamento, cujas provas estariam em suas mãos, foi visto como uma inversão ideológica pela rede da Al-Qaeda então instalada no Afeganistão.

Após a queda do governo dirigido pelos talebans em Cabul, pego pelos bombardeios americanos na região de Candahar, no fim de 2001, ele fugiu com sua família para o Irã, onde passou dez anos em prisão domiciliar. “Sem telefone ou contato com o exterior, não tínhamos nenhuma notícia dele”, explica seu irmão. Vinte anos depois que deixou o país, Abu Hafs não poderia passar despercebido ao voltar para a Mauritânia.

Autoridade moral
Sua transferência para Nuakchott, onde sua esposa e seus filhos, que chegaram em novembro de 2011, o precederam em alguns meses, foi alvo de intensas negociações com Teerã. “Ele continua sendo uma autoridade moral, e no atual contexto associado à situação no norte do Mali, o governo certamente negociará com ele para que ele emita mensagens”, observa Mohamed Fall Ould Oumeir, diretor da publicação semanal mauritana “La Tribune”. Nuakchott, no entanto, estaria buscando obter “garantias” do ex-colega de Bin Laden.

Oriundo da poderosa tribo de comerciantes Idablehcen, Mahfoudh Ould Walid é nativo de um pequeno vilarejo, Ajar, situado a menos de 200 quilômetros ao sul de Nuakchott, em uma região, o Trarza, de onde partiram grandes contingentes jihadistas, recrutados até 2008.

Muito jovem,  o futuro teólogo havia conhecido no Sudão, nos anos 1990, seu mentor Osama Bin Laden, antes de segui-lo até o Afeganistão, há quase vinte anos. “A primeira onda de recrutamento no Trarza incluiu sobretudo estudiosos”, observa Mohamed Fall Ould Oumeir, bom conhecedor dessa região. Já o primo de Abu Hafs, Mohamedou Ould Sellahi, especialista em informática que teria participado da célula de Hamburgo dirigida por Mohamed Atta durante o atentado de Nova York, ainda se encontra detido na base americana de Guantánamo, em Cuba.

Ásia supera Europa em gasto militar pela primeira vez


A relação de forças entre as potências mundiais está mudando com uma velocidade vertiginosa. Durante séculos, a maior prosperidade econômica e o desenvolvimento tecnológico se traduziram em uma superioridade militar da Europa sobre a Ásia. Essa época se evaporou ao sol do poderoso crescimento asiático. O esperado adianto já não é um ponto indefinido no futuro: em 2011, pela primeira vez na história moderna, o gasto militar da Ásia superou o europeu.

É o apontam os dados publicados nesta semana pelo Instituto Internacional de Pesquisas para a Paz (Sipri), em Estocolmo. O adianto histórico é, por enquanto, mínimo. Em 2011 a Ásia (sem incluir Rússia e Oriente Médio) investiu em gasto militar US$ 336 bilhões. A Europa (de Portugal até a Lituânia e da Islândia até a Turquia) gastou US$ 326 bilhões. Mas há uma década a Europa gastava a metade da Ásia.

O dado, naturalmente, corresponde, sobretudo, à impressionante ascensão da China e aos cortes europeus em defesa aplicados depois da eclosão da crise econômica.

A leitura geopolítica desses números exige, é claro, infinitas matizações. Se a Europa é um bloco bastante homogêneo e com certo grau de convergência de interesses, a Ásia é um continente enorme, muito heterogêneo, com potenciais rivais, atritos regionais e alianças variadas. Seu gasto militar é fragmentado e o atraso tecnológico e organizacional, em geral, ainda é acentuado com relação às forças armadas ocidentais. Mas o dado é um instantâneo significativo de para onde vai o mundo.

Não é por acaso que, em um documento publicado em janeiro passado, os EUA tenham consagrado oficialmente sua política do "pivô estratégico", a reorientação de seus esforços militares e diplomáticos para o Sudeste Asiático.

Apesar de pela primeira vez desde 1998 ter reduzido seu gasto em comparação com o ano anterior, a supremacia dos EUA é tal que seu investimento militar continua maior que o da Ásia e Europa juntos: US$ 711 bilhões, contra US$ 662 bilhões em 2011. Esses números representam a grosso modo a metade do PIB da Espanha. A China, segundo estimativas do Sipri, gastou US$ 143 bilhões (170% a mais que uma década atrás); a Rússia, terceiro investidor do mundo, US$ 71 bilhões.

A redução do gasto americano (-1,2%) se deve a dois fatores: orçamentos mais justos para reduzir o déficit federal; e a retirada do Iraque, que diminuiu os custos bélicos. Mesmo assim, representa 4,7% do PIB.

Na Europa, a maioria dos governos decidiu grandes cortes nas verbas da defesa, menos sensíveis socialmente que outros capítulos de gastos. No acumulado desde 2008, a Espanha cortou 18%, a Itália 16%, a Grécia 26%; as três principais potências, Reino Unido, França e Alemanha, também cortaram, embora menos. Em 2011 o retrocesso do continente foi de 1,9%. As políticas já implementadas farão que a tendência se acentue nos próximos anos, apesar da insatisfação expressa pelos aliados americanos e os altos comandos da Otan. A perda de músculo militar tem obviamente um preço na arena internacional; mas, em meio à duríssima crise, o dos cortes sociais é maior.

De maneira surpreendente, dado seu bom crescimento econômico, a América Latina também gastou menos que em 2010 em termos reais. O dado se deve à contração (menos 8%) do investimento decidido pelo governo do Brasil - principal potência militar da região; e às grandes dificuldades econômicas da Venezuela, que reduziu o orçamento militar em 7%.

A Rússia prosseguiu em seu constante aumento de gastos no setor. Um aumento de 9% com relação a 2010 e elevou o total para US$ 72 bilhões.

Ao todo, por causa das contenções na Europa, EUA e América Latina, o gasto militar mundial aumentou em 2011 apenas 0,3%, situando-se em US$ 1,738 trilhão, o que equivale aproximadamente ao PIB da Índia.

Analistas ainda apontam ameaça de guerra entre Irã e o Ocidente


Em meio às atuais tensões em torno do programa nuclear do Irã, representantes de Teerã e de seis potências globais mantiveram negociações em Istambul no último sábado (14). Apesar do otimismo cauteloso dos diplomatas, analistas alemães advertiram na segunda-feira (16) que o espectro da guerra ainda assombra a região.

Alívio e otimismo cauteloso se seguiram ao diálogo de dez horas entre Teerã e seis potências mundiais. Apesar das grandes diferenças, as conversações de Istambul romperam com um impasse de 15 meses e foram descritas como suficientemente positivas para que as partes envolvidas marcassem uma nova reunião para o dia 23 de maio. Os participantes ocidentais das conversações cuidadosamente monitoradas pelo mundo apreciaram a abertura exibida pelo Irã na discussão das suas atividades nucleares, uma discussão que Teerã vinha bloqueando desde o início do ano passado. Os preços internacionais do petróleo caíram na segunda-feira, já que os mercados receberam bem o resultado da reunião de Istambul.

Mas ainda não se chegou a nenhum acordo concreto, e o risco de guerra persiste após as ameaças feitas por Israel de desfechar “ataques preventivos” caso o Irã não interrompa certas partes do seu programa nuclear.

Apesar dos sinais iniciais de progresso, as partes envolvidas continuam bastante distanciadas nas suas posições. O Irã pediu o fim das sanções e o reconhecimento internacional de que a sua atividade de enriquecimento de urânio é para fins pacíficos. Já os Estados Unidos exigiram provas de que a República Islâmica não está criando um potencial arsenal nuclear. Tanto Washington quanto Israel ameaçaram eliminar à força qualquer arma nuclear que o Irã possa procurar desenvolver.

Os diplomatas advertiram que o tempo está passando, e afirmaram que são necessários acordos sólidos para conter a ameaça de escalada desse conflito. “Embora o clima tenha sido positivo e suficientemente bom para que valesse a pena realizar uma segunda rodada de negociações, nós continuamos a frisar que a janela de oportunidade para uma solução diplomática está se fechando”, disse uma autoridade norte-americana graduada aos repórteres após as negociações.

Passos concretos?
Catherine Ashton, a chefe de política externa da União Europeia, liderou as negociações para as seis potências, os cinco países que têm poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) – Rússia, Estados Unidos, China, França e Reino Unido – mais a Alemanha. Ashton disse que as negociações foram “construtivas e úteis”, mas ela frisou: “Nós queremos caminhar rumo a um processo de diálogo sustentável. Esperamos que as reuniões subsequentes conduzam a passos concretos rumo a uma solução negociada abrangente que restaure a confiança internacional na natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano”.

Os negociadores presentes na reunião afirmaram que as negociações foram positivas. A delegação russa descreveu o evento como parecendo “uma reunião de negócios”, e o vice-assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Ben Rhodes, disse que as conversações foram “um primeiro passo positivo”.

No entanto, em Berlim, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, afirmou: “Uma coisa é clara – o momento para fazer jogos táticos acabou há muito tempo. Nós esperamos que o Irã esteja pronto para sentar-se construtivamente à mesa e conduzir negociações sérias e objetivas sobre todas as questões pendentes”.

Editorialistas de jornais de várias tendências políticas advertiram na segunda-feira que a ameaça de guerra continua a pairar sobre quaisquer pequenos progressos que tenham sido feitos no sábado. Eis as opiniões manifestadas pelos editoriais de alguns jornais alemães:


O conservador “Frankfurter Allgemeine Zeitung”:

“O Irã obrigou o mundo a aceitar a sua estratégia de ganhar tempo. Apesar dos enormes esforços e do apoio pontual dos russos, o Ocidente poderá no máximo atrasar, e não deter, a marcha de Teerã rumo à capacidade de construir uma bomba atômica. O Grupo dos Seis, reunido em Istambul, expressou a sua esperança de que “passos concretos” rumo a um acordo amplo sejam decididos em futuras reuniões com o Irã. Mas nenhum país do Ocidente deveria esperar chegar a um “grande acordo” com o supremo líder iraniano Ali Khamenei que fosse capaz de cicatrizar as feridas provocadas por 33 anos de 'revolução islâmica'. É improvável que Khamenei opte por um novo acordo, segundo um espírito de uma confiança recém-surgida, conforme alegam os emissários. Se tal espírito de confiança de fato existisse, o Irã teria respondido às ofertas de Barack Obama, três anos atrás, em vez de ter expandido secretamente as suas instalações para enriquecimento de urânio. Khamenei poderá concluir, a partir do caso líbio, que a Organização do Tratado do Atlântico Norte jamais teria intervindo na Líbia se Muammar Gaddafi não tivesse acabado com o seu programa nuclear em troca do restabelecimento de relações com o Ocidente. Portanto, enquanto o aiatolá estiver no comando e ele não tomar nenhuma atitude exagerada, as relações com o Irã prosseguirão apenas de forma gradual”.

O “Berliner Zeitung”, um jornal de esquerda:

“Israel aceitará alguma coisa a não ser a total capitulação do Irã? E alguma outra coisa que não seja a posse de uma bomba nuclear iraniana proporcionará aos líderes do Irã uma sensação de segurança? O que se sabe com certeza é que as exigências colocadas sobre a mesa durante as negociações nucleares – a interrupção da produção de urânio e o monitoramento estrito das instalações nucleares em troca da suavização das sanções apenas farão com que se ganhe tempo. Sem que haja um plano de paz restringindo a ação das grandes potências por meio do reconhecimento mútuo, de acordos regionais de paz e garantias de segurança, a questão nuclear no Oriente Médio não poderá ser resolvida. A alternativa será a guerra”.

O “Süddeutsche Zeitung”, de centro-esquerda, afirmou:

“Os pontos de discórdia nesse conflito continuam sendo os mesmos, mesmo que todas as partes presentes nas negociações nucleares tenham se esforçado para superá-los. Se o Irã não estiver preparado para atender às demandas do Conselho de Segurança da ONU relativas ao enriquecimento nuclear e a conceder aos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica o livre acesso às suas instalações suspeitas, não haverá nenhum progresso nas conversações. O desejo por uma solução diplomática não pode significar que o Irã deixe de ceder em relação a questões centrais. A menos que essas condições sejam atendidas, as sanções da ONU não serão suspensas. É por isso que o otimismo é, compreensivelmente, cauteloso. Será necessária muita criatividade diplomática para que se chegue a um denominador comum. O Irã encontra-se em uma posição mais frágil do que se encontrava três anos atrás devido à intensificação das sanções e à situação da Síria. Desta vez, o negociador iraniano, Saeed Jalili, está atuando como 'representante pessoal' do aiatolá Khamenei, que é quem tem a palavra final quanto às decisões importantes no Irã. Mas, na melhor das hipóteses, será apenas durante as negociações do dia 23 de maio, em Bagdá, que ele estará pronto para apresentar algo mais do que concessões táticas”.

O jornal de economia “Handelsblatt”:

“Tudo agora diz respeito a um acordo e acima de tudo ao fato de os dois lados desejarem algo de similar. No passado isso jamais ocorreu. Quando o presidente iraniano reformista Mohammad Khatami interrompeu o enriquecimento de urânio em 2005, o governo Bush não estava pronto para fechar acordos com Teerã. Quando o atual presidente Barack Obama se dispôs a iniciar um diálogo com o líder revolucionário iraniano, aiatolá Ali Khamenei, o norte-americano encontrou uma resistência teimosa. Agora as suas partes desejam algo. O Irã precisa desistir de enriquecer urânio a um teor de 20% e abrir as suas portas inteiramente para os inspetores internacionais. Os Estados Unidos, e acima de tudo os congressistas republicanos, precisam estar preparados para, no meio de uma campanha eleitoral, suspender as sanções e permitir que o Irã mantenha um nível de enriquecimento de urânio menor. Essa é a única forma possível de se chegar a um acordo salvando as aparências. Os dois lados precisam se mostrar dispostos a agir, caso contrário haverá uma guerra que abalará muito mais do que apenas o Oriente Médio. No mínimo, os preços explosivos do petróleo que resultarão de tal guerra nos atingirão.  No entanto, ao levarmos em conta a primeira e encorajante rodada de negociações em Istambul no último fim de semana, existe a esperança de que encontremos uma solução pacífica para o problema”.

O jornal de esquerda “Die Tageszeitung”:

“O problema relativo ao programa nuclear iraniano precisa ser resolvido 'passo a passo', afirmou a diretora de política externa da União Europeia. Mas todos os ingredientes necessários para uma solução gradual por parte dos iranianos e, a seguir, do Ocidente, estão há muito tempo sobre a mesa. Eles foram discutidos detalhadamente em Istambul, bem como em rodadas de negociação anteriores. Mas a dinâmica da campanha eleitoral norte-americana, bem como as relações entre Estados Unidos, Israel e Irã, impede que qualquer acordo seja possível antes da possível reeleição de Obama no início de novembro. Até lá, a região enfrenta o perigo de mergulhar em uma guerra”.

Nações emergentes lutam por poder no FMI


Christine Lagarde
A União Europeia gostaria que o Fundo Monetário Internacional fornecesse bilhões em fundos adicionais para ajudar a aliviar a crise da dívida. Contudo, uma série de economias emergentes está resistindo a isso, acusando o Ocidente de abuso de seu poder dentro da organização e de criar um "Fundo Monetário do Atlântico Norte".

Quando o ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, membro da União Democrática Cristã (CDU), partir para Washington nesta quinta-feira (19) para a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, ele está levando muito estoicismo e satisfação.

"Fizemos nosso dever de casa", diz o ministro das finanças, lançando elogios a si mesmo e a seus colegas da zona do euro. Recentemente, houve poucas ocasiões nas quais ele se sentiu tão bem em seu caminho para uma reunião internacional financeira tão importante, acrescenta Schäuble.

Há uma razão para a satisfação de Schäuble, ou seja, as decisões mais recentes alcançadas pelo Euro Group, composto de ministros das finanças dos 17 membros da união monetária. Em uma reunião em Copenhague há duas semanas, o grupo concordou em expandir os fundos de resgate do euro. Sob o novo arranjo, os europeus tornarão disponíveis $ 800 bilhões de euros, ou mais de US$ 1 trilhão, para ajudar Estados membros em dificuldades.

Por meses, a diretora do FMI, Christine Lagarde, incentivou Schäuble e seus colegas a aumentaram o tamanho das proteções do euro. Ela prometeu que, se eles aumentassem seus fundos de resgate para US$ 1 trilhão, o FMI forneceria uma quantia igual para um fundo de resgate mundial. Mas na última quinta-feira (12), ela reduziu um pouco as expectativas do fundo, porque os piores temores não se materializaram.

Europa espera maior contribuição do FMI
Agora que os europeus fizeram sua parte, eles esperam mais dinheiro de Washington. Schäuble e seus colegas ministros da fazenda europeus chegarão à capital dos EUA acreditando que não há mais obstáculos para um maior compromisso do FMI. Mas suas esperanças podem ser vãs.

A perspectiva de maior assistência financeira não é nem de longe garantida. Muitos dos 187 Estados membros do FMI estão ficando cada vez mais ressentidos com a noção de merecimento do velho continente. E muitos políticos de partes mais pobres do mundo se ressentem dos ricos europeus por serem tão adeptos a ajudarem a si mesmos.

O que causa particular repulsa aos representantes das economias emergentes é o fato de o FMI ter dado mais dinheiro para os países europeus em dificuldades do que para a crise financeira na Rússia, Coreia do Sul e México combinadas. Só a ajuda para a Grécia é 23 vezes maior do que a própria contribuição de capital da Grécia ao fundo. Nunca antes em sua história de 60 anos, o fundo foi tão generoso com uma ajuda a um país necessitado.

Para o grupo de economias emergentes conhecido como Brics -Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul- a generosidade do FMI é prova que os velhos poderes industriais da Europa e da América do Norte ainda veem a organização de Washington como uma loja de self-service. É de se esperar um duro combate com esses países em torno da nova ajuda à Europa.

Uma luta pelo poder de dar as cartas
A reunião na capital norte-americana no final desta semana também será um duelo. Ele envolverá mais do que a questão de como o mundo deve sair da crise no curto prazo. A controvérsia da ajuda adicional para a Europa é meramente um sintoma de conflitos muito mais profundos. Na realidade, está sendo travada uma luta pelo poder entre os antigos países industrializados e as economias emergentes prósperas sobre quem dará as cartas, no futuro, em uma das instituições mais importantes da globalização.

Para os Brics, a participação do FMI no segundo pacote de resgate para a Grécia e a renovação das linhas de crédito disponíveis para o FMI, com as quais a nova ajuda deve ser patrocinada, são ocasiões bem vindas para demonstração de força. No longo prazo, seu objetivo é rever sua importância relativa dentro dos corpos decisórios do fundo, de forma que reflita sua maior importância na economia mundial. Uma dura batalha é praticamente garantida para os próximos anos.

Em uma reunião em Nova Déli, na Índia, há duas semanas, os líderes dos Brics formularam a estratégia que seguirão na reunião de primavera em Washington. Eles concordaram que é "imperativo" que seus países tenham um papel mais importante no FMI e que sua importância econômica crescente seja refletida em sua presença e poder de voto dentro dos corpos de decisão da organização.

Eles também enviaram uma advertência para a Europa, qual seja, que os esforços de aumentar as capacidade de empréstimo do fundo só terão sucesso se as reformas que já foram aprovadas forem implementadas.

As economias emergentes vêm lutando para terem mais influência no FMI há anos e, em 2010, os poderes industriais estabelecidos finalmente cederam a essa demanda. Até agora, contudo, a prática de fato furou todos os principais planos.

Ainda não foi determinado quando entrará em vigor o aumento da participação do capital da China e de outras economias emergentes acordado na época. E ainda não está claro quando os europeus vão cumprir sua promessa de ceder dois assentos no conselho executivo do FMI, o principal corpo decisório, onde são evidentemente super representados.

"Os Europeus não estão nos acomodando"
"Os europeus querem nossa ajuda, mas não estão nos acomodando em termos da reforma do FMI", diz Paulo Nogueira Batista, 57, representante do Brasil e de oito outros países latino-americanos no Conselho Executivo do FMI. "Isso realmente é muito estranho".

O economista brasileiro é uma espécie de líder dos Brics no Conselho Executivo do FMI. Ele não faz segredo de seu cepticismo em relação às decisões tomadas em março em Copenhague. Os europeus deram "menos do que o prometido" aos fundos de resgate, diz ele. De fato, cerca de $ 300 bilhões de euros dos $ 800 bilhões já tinham sido reservados para esse fim. "Esse processo é muito pouco transparente", diz Nogueira Batista.

Não é de surpreender que Nogueira Batista e seus colegas estejam hesitantes no que concerne o aumento da ajuda do FMI. Ele ressalta que seu governo ainda não tomou decisões finais, e que ele não pode antecipar tais decisões. "Não acho que pode-se dar por garantida a aprovação na reunião de primavera", diz ele. É bem possível, acrescenta, que a decisão não seja alcançada até a reunião do G-20, em junho.

Os países dos Brics estão tentando ganhar tempo. Eles querem demonstrar seu poder e seus objetivos que são amplos. Eles querem mudar as participações nos votos dentro do FMI em seu favor e romper o tradicional domínio dos Europeus na diretoria da organização.

"O fundo não reflete mais a realidade do século 21", diz Nogueira Batista. "Os países do euro estão abusando de seu poder dentro do FMI", acrescenta, observando que dinheiro demais e, portanto, risco demais está concentrado na Europa. Na realidade, diz Nogueira Batista, o FMI não merece o título de Fundo Monetário Internacional há um bom tempo. "O que temos hoje é um fundo monetário do Atlântico Norte".


Uma aliança frágil
A discussão em torno da renovação dos fundos também oferece aos poderes emergentes a chance de provocar uma cisão entre americanos e europeus, que tradicionalmente se mantiveram juntos na maior parte das questões, inclusive na seleção de um novo diretor do FMI.

Desta vez, contudo, a aliança parece frágil. Os americanos não estão dispostos a fornecer fundos adicionais para o fundo de resgate mundial e também estão impedindo a implementação das reformas. O presidente norte-americano, Barack Obama, não ousa pedir ao Congresso dos EUA que aprove mais fundos para o FMI antes das eleições presidenciais de novembro.

O governo dos EUA se retira
"A Europa tem a capacidade de resolver seus problemas. O FMI não pode substituir uma proteção robusta da zona do euro", diz o secretário do Tesouro, Timothy Geithner.

Essa atitude permanece. "O governo americano está essencialmente se retirando e esperando que não haja mais desastres neste ano", dizem funcionários do FMI.

Obama está tomando cuidado para não se expor à acusação de estar gastando o dinheiro do contribuinte americano. Além disso, o único superpoder que resta muitas vezes tem uma tendência a desenvolver um cepticismo em relação às organizações internacionais. Grande parte da cooperação internacional não é compatível com a imagem do país de poder hegemônico.

Os republicanos nos EUA também estão usando a crise da dívida no velho mundo para reforçar sua alegação que o modelo econômico europeu, supostamente socialista, fracassou. "A Europa não funciona na Europa e não funciona aqui", teria dito o provável oponente de Obama, Mitt Romney repetidamente em eventos de campanha, em um esforço para atacar Obama, que teria planos de introduzir nos EUA um modelo econômico ao estilo europeu.

Um país, porém, se beneficia com a contenção norte-americana: a China. As autoridades da segunda maior economia do mundo observaram com satisfação enquanto os americanos se retiraram do jogo. Qualquer perda de influência da velha potência hegemônica é boa para a China.

Com as maiores reservas de moeda estrangeira do mundo a sua disposição, os chineses não têm dificuldades em prover fundos para o FMI e, diferentemente de Obama, eles não precisam levar em conta os desejos de parlamentares recalcitrantes.

Sentimentos conflitantes em Berlim
O governo em Berlim vê a contenção americana com sentimentos conflitantes. "É lastimável que os EUA não estejam fazendo sua própria contribuição", dizem autoridades do Ministério das Finanças da Alemanha. Ainda assim, a equipe do ministro Schäuble não abandonou suas esperanças. "Estamos otimistas que o aumento de recursos será aprovado na reunião de primavera e que os Brics também participarão".

O governo alemão não está disposto a aceitar um acordo com as economias emergentes, sob o qual a Europa receberia mais ajuda e as economias emergentes receberiam maior poder no FMI. "Não há relação direta entre o atual aumento de recursos e maiores reformas do FMI", dizem as autoridades alemãs. Além disso, acrescenta, as economias emergentes não poderão impedir as resoluções no longo prazo, porque não têm a maioria necessária para tanto.

Os europeus também estão apostando no interesse dos Brics. Os europeus não são os únicos países que se beneficiariam de fundos adicionais, porque estariam disponíveis a todos os Estados membros. Isso certamente parece necessário, segundo estudos do FMI que mostram que a crise do euro afeta até as partes mais remotas do mundo. Em suas projeções, os especialistas de Lagarde concluem que o colapso de um país como a Espanha ou a Itália também teria um sério impacto sobre países na América Latina e Ásia. Os europeus admitem que os Brics, determinados a evitar esses tremores em seu próprio quintal, vão por fim apoiar o aumento de recursos do FMI.

Enquanto isso, os europeus reduziram suas expectativas em termos da ajuda do FMI. Eles abandonaram a meta de mobilizar US$ 1 trilhão. Se o aumento de recursos for de apenas US$ 800 bilhões, dizem os negociadores, também será "um bom resultado".

Índia testa míssil com capacidade nuclear


Artefato teria alcance de 5.000 km, dando ao país o poder de atingir cidades chinesas como Pequim e Xangai


Governo indiano aclama o Agni-V como avanço em esforços para conter dominância regional da China

Agni IV
A Índia fez ontem o lançamento de um novo míssil intercontinental balístico com capacidade nuclear e que daria ao país, pela primeira vez, a possibilidade de atingir grandes cidades chinesas como Pequim e Xangai, segundo canais de TV.

O governo indiano aclamou o míssil Agni-V, com alcance de 5.000 km, como um grande avanço em seus esforços para conter a dominância regional da China e tornar-se uma potência asiática.

"Será um salto quântico na capacidade estratégica da Índia", disse Ravi Gupta, porta-voz da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento em Defesa da Índia, que construiu o artefato.

Segundo Gupta, trata-se do míssil mais avançado desenvolvido pelo país até hoje. Mas acrescentou: "Nossos mísseis são puramente para disuassão".

O lançamento ocorreu às 8h05 de hoje (23h35 de ontem em Brasília) a partir da ilha Wheeler, na costa leste, segundo relatos da mídia local.

O canal de TV Times Now exibiu imagens do que descreveu como um míssil cruzando o céu. A previsão era de que ele caísse no oceano Índico, próximo à Indonésia.

Até o fechamento desta edição, não havia confirmação oficial do lançamento.

Irã prende 15 pessoas por 'complô' contra cientistas nucleares


Um canal de TV estatal do Irã anunciou ontem que 15 pessoas, incluindo iranianos e estrangeiros, foram presas em conexão com o que o Ministério da Inteligência do país descreveu como um complô "ligado ao regime sionista" (como o regime persa chama Israel) para assassinar um de seus "especialistas".

Segundo o canal IRIB, os serviços de inteligência do Irã descobriram também uma base espiã israelense em um "país vizinho".

Ao menos cinco cientistas do programa nuclear iraniano foram mortos sob circunstâncias misteriosas desde 2007,. Um dles foi Mostafa Ahmadi Roshan, vice-diretor da usina de enriquecimento de urânio de Natanz, morto em janeiro por uma bomba magnética presa a seu carro.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O mundo do amanhã: O Líder do Hizbollah cara-a-cara com Assange



"Terrorista para milhões de pessoas e "combatente da liberdade" para outros. Julian Assange conversa com Hassan Nasrallah, ninguém menos que o líder do grupo de resistência islâmica libanês, o Hizbollah. A entrevista aconteceu em um local secreto no Líbano. Nasrallah que já lutou muitas vezes contra Israel e agora está empanhado na luta internacional na Síria, concedeu ao fundador do Wikileaks sua premeira entrevista ao Ocidente desde o conflito entre o estado hebreu e o Líbano em 2006.

Embraer teme falta de transparência e ameaça desistir de licitação nos EUA


Mudança. Em parceria com a americana Sierra Nevada, a Embraer havia sido considerada vencedora numa concorrência encerrada em dezembro de 2011, mas o resultado foi anulado em março, e a Força Aérea dos EUA decidiu que vai "recomeçar do zero" o processo

Dois Super Tucanos da FAB
A Embraer ameaça desistir da concorrência da Força Aérea dos Estados Unidos para a compra de 20 aviões de combate leve para uso no Afeganistão. A empresa está preocupada com a "radical" decisão dos EUA de "recomeçar do zero" o processo de licitação.

Ontem, a Força Aérea americana apresentou o rascunho da nova concorrência para a compra das aeronaves, um contrato de US$ 355 milhões. O novo vencedor será conhecido apenas em janeiro de 2013, com a entrega dos aviões prevista o terceiro trimestre de 2014 - um atraso de 15 meses do prazo original.

"Estamos vendo com muita preocupação a decisão da Força Aérea americana de recomeçar o processo do zero. É uma decisão muito radical", disse ao Estado, Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança. "Não faz sentido perder um ano de trabalho".

Em dezembro do ano passado, a Embraer e sua parceira americana Sierra Nevada Corporation foram consideradas vitoriosas na licitação, com o avião Super Tucano, que já é utilizado em nove países. A decisão ocorreu após a desclassificação da também americana Hawker Beechcraft por falta de qualidade técnica de sua aeronave.

Pressionada pelo Congresso, que questiona o contrato com a empresa brasileira em um ano eleitoral, a Força Aérea americana anulou a licitação em março, alegando que não estava satisfeita com a documentação.

A situação chegou a criar um impasse entre Brasil e EUA e o assunto foi tratado pela presidente Dilma Rousseff em visita ao colega Barack Obama em Washington. Até ontem, a expectativa da Embraer, com base nos relatos da própria Força Aérea americana, é que seriam feitos ajustes pontuais e não uma revisão completa do processo.

Ainda não está confirmado, pois as empresas só vão receber as regras por escrito nos próximos dias, mas é possível que a nova licitação não exija a realização de testes dos aviões e também não considere os resultados dos testes anteriores. A possibilidade é vista com receio pela Embraer, pois pode significar uma manobra para escolher o avião da Hawker Beechcraft.

"É como comprar um carro sem fazer um test drive", comparou Aguiar. "Temos certeza da nossa vitória, se o processo for por mérito. Se não houver transparência, não vamos participar."

Justiça. A Sierra Nevada Corporation, parceira da Embraer no negócio, entrou ontem com uma ação pedindo que a Justiça americana reveja os resultados da investigação promovida pela Força Aérea americana, que decidiu reiniciar a licitação.

"É importante para uma competição transparente que a Justiça reveja o processo, determinando inclusive se as ações propostas são razoáveis e justificáveis", disse Taco Gilbert, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Sierra Nevada em comunicado.

A expectativa da Embraer e da Sierra Nevada é que a Justiça possa obrigar a Força Aérea americana a corrigir apenas os problemas pontuais que encontrou na concorrência, mas mantendo boa parte do processo, inclusive o resultado final.

A ação da Embraer/Sierra Nevada se juntou ao processo aberto pela Hawker Beechcraft contra a Força Aérea americana quando foi desclassificada da concorrência. Sediada no Kansas, a Hawker Beechcraft enfrenta uma situação financeira delicada e está perto de pedir concordata. Procurada pela reportagem, não retornou as ligações.

DCNS fecha acordo com Progen para submarino


Mais um passo está sendo dado para avançar na nacionalização de equipamentos no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), acertado em 2008 entre o Brasil e a França. A francesa DCNS, que tem contratos com a Marinha do Brasil para construir os submarinos, acertou parceria com a Progen, da área de serviços de engenharia. Pelo acordo, a Progen atuará como elo entre as empresas nacionais e a DCNS. O trabalho inclui a seleção de fornecedores e a preparação e o acompanhamento de contratos com as companhias que vão fornecer produtos para os submarinos.

As empresas nacionais estarão disputando € 200 milhões em contratos de equipamentos para os submarinos do Prosub. Eric Berthelot, diretor-presidente da DCNS do Brasil, disse que não há percentuais de conteúdo nacional definidos para os submarinos, mas sim valores fixados para compra de bens nacionais. Serão € 100 milhões em compras para quatro submarinos convencionais e mais € 100 milhões para um submarino de propulsão nuclear do Prosub.

O Prosub prevê a transferência de tecnologia para quatro submarinos convencionais S-BR do tipo Scorpène e para o casco do submarino de propulsão nuclear. O programa também inclui apoio dos franceses para instalação de uma base naval e de um estaleiro de construção naval em Itaguaí (RJ). O programa, orçado em € 6,7 bilhões, será desenvolvido em prazo de 15 anos a contar de outubro de 2009. O primeiro submarino está previsto para ser entregue em 2017.

Berthelot afirmou que a DCNS visitou 200 empresas brasileiras de diferentes portes e categorias tecnológicas. "Desse total, 100 estão pré-qualificadas para atender produtos a serem utilizados na construção submarina", disse Berthelot. A lista poderá aumentar a partir do trabalho da Progen. "Vamos ajudar a DCNS em todo o ciclo de compras, desde a identificação dos fornecedores locais até a contratação, incluindo a verificação documental, a análise de leis e o acompanhamento do cumprimento dos prazos contratuais acordados", acrescentou Eduardo Barella, diretor-presidente da Progen.

Segundo ele, nesse trabalho a empresa vai valer-se de seu conhecimento da cadeia de suprimentos. "Conhecemos a cadeia de fornecedores no Brasil e acreditamos que podemos selecionar número grande de fornecedores", disse Barella. O contrato entre a DCNS e a Progen é válido por 24 meses, com possibilidade de ser renovado por outro período. A DCNS terá que fechar a entrega de alguns equipamentos com fornecedores a partir de 2013 e 2014 para não atrasar a execução do programa.

Berthelot disse que o trabalho de nacionalização feito no Prosub em parceria com a Progen poderá ser estendido, no futuro, a outras encomendas da Marinha caso a DCNS venha a ganhar novas licitações. A Marinha tem um programa de construção de navios de superfície que totaliza 11 embarcações, incluindo cinco fragatas. Outro programa da Marinha prevê a substituição do porta-aviões São Paulo, que serviu à Marinha francesa e está no Brasil desde 2000, e o desenvolvimento de um novo projeto de navio-aeródromo no país.

O executivo francês não citou nomes de potenciais fornecedores nacionais para o projeto do submarino uma vez que as discussões são resguardas por cláusulas de confidencialidade. Citou, porém, contrato já assinado pela DCNS com a empresa Atech e que se relaciona com o gerenciamento do sistema de armamento dos submarinos. "A ideia é que, além da transferência de tecnologia para a Marinha, seja feita também a transferência para a Atech ", disse Berthelot.

O executivo concordou com avaliação já feita anteriormente pelo coordenador geral do Prosub na Marinha, almirante de esquadra José Alberto Fragelli, segundo a qual a transferência de tecnologia não se recebe, mas se conquista. "A Progen tem um papel importante nessa conquista da transferência de tecnologia", disse Berthelot. Segundo ele, nesse processo é preciso muito diálogo entre as partes envolvidas sobre as aplicações e os motivos da tecnologia a ser transferida para os submarinos.

Ele informou que no momento a Marinha e a DCNS estão na fase final da escolha do fornecedor brasileiro responsável pelas baterias que vão equipar os submarinos. Essas baterias serão construídas no Brasil, mas a tecnologia pertence a uma empresa estrangeira. O primeiro submarino convencional está previsto para começar a ser construído em 2013. Já o submarino nuclear vai entrar em fase de definição de projeto a partir de julho, segundo Berthelot.

Suspendidas as negociações entre Rússia e China sobre a compra e venda de caças Su-35BM

As negociações entre Rússia e China sobre a compra e venda de um lote de caças russos multifuncionais do tipo Su-35BM de fato foram suspendidas devido ao fato de que Pequim almeja adquirir somente uma quantidade reduzida desses aviões,  anunciou ontem (17/04) Victor Komardin, subdiretor da estatal russa que gere as exportações de material bélico, a Rosoboronexport.

“Oferecemos o caça Su-35 para o mercado chinês. No entanto, a China pretende comprar uma quantidade reduzida (dos aviões), enquanto que nós buscamos vender um lote maior, o qual seria mais rentável desde o ponto de vista econômico”, disse Komardin durante a feira de material bélico DAS-2012, que acontece entre os dias 16 e 19 de abril, em Kuala Lumpur, capital da Malásia.

Ao mesmo tempo, segundo Komardin, a indústria aeronáutica chinesa está bem desenvolvida e por isso Pequim está interessada em estimular a fabricação nacional em vez de importar aviões estrangeiros.

O subdiretor da Rosoboronexport, comentou assim mesmo que as negociações entre a Rússia e China sobre a compra e venda dos caças Su-35BM acontecem a nível ministerial, sem a participação efetiva da Rosoboronexport.

“As negociações são mantidas sob os auspícios do Serviço Federal para a Cooperação Técnico-militar. A Rosoboronexport não é um jogador livre no mercado chinês”, disse Komardin.

O caça Su-35BM é um caça multifuncional e pertence a 4,5ª geração. Utiliza tecnologia de caças de 5ª geração, o que permite ser superior aos seus análogos ocidentais. Pode portar uma vasta gama de armas, incluindo mísseis de curto, médio e longo alcance, tanto guiados como não-guiados.

Irã declara que seu SAM obteve bons resultados


O ministro da Defesa do Irã, o general-de-brigada Ahmad Vahidi, declarou ontem (17/04) que o seu país obteve bons resultados no que tange ao desenvolvimento de uma versão nacional do S-300, sistema de mísseis antiaéreos originário da antiga União Soviética.

“Estamos no processo de produzir um sistema de mísseis alternativo ao S-300, parte do trabalho já está feita e há bons resultados até o momento”, disse Vahidi.

Vahidi agregou que os detalhes acerca do desenvolvimento se farão público ainda este ano, segundo o calendário iraniano, que começou no último 20 de março.

O general-de-brigada, Farzad Esmayeeli, chefe da base antiaérea de Khatam ol-Anbia, afirmou em dezembro passado que a versão iraniana do S-300 já passou pela fase de desenho e entrará em produção em um futuro próximo para integrar a rede nacional de defesa antiaérea.

Esmayeeli assegurou que o modelo iraniano, conhecido como Bavar 373, poderia ser “um rival poderoso para o S-300”.

Sob um contrato assinado em 2007, a Rússia era obrigada a fornecer ao Irã pelo menos cinco sistema S-300.

A Rússia tem se recusado a entregar os sistemas para o Irã, sob o pretexto de que o fornecimento sistema viola a Resolução 1929 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O Irã rejeitou a justificação da Rússia, uma vez, segundo o Irã, o sistema é estritamente defensivo. Armas “defensivas” não foram proibidas em nenhum das outras três resoluções contra o Irã.

O sistema S-300 russo é um sistema de mísseis antiaéreos de longo alcance, produzido pela empresa NPO Almaz. O sistema foi concebido para defender na antiga União Soviética para proteger as instalações estratégicas de ameaças aéreas (caças, bombardeiros e helicópteros), bem como mísseis de cruzeiro.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Tropas Aerotransportadas russas testam o sistema de controle de tropas Andrômeda


O comando da 31ª Brigada Aerotransportada do Exército Russo testou durante exercícios o sistema automatizado de controle de tropas Andrômeda.

Rússia já começa a ensaiar o desfile do "Dia da Vitória"


Quase 14 mil militares e uma centena de veículos participam dos ensaios para o 67º Aniversário do “Dia da Vitória” da União Soviética sobre a Alemanha nazista. 

Armênia oferece seu território para abrigar o radar antimíssil russo

Gabala Radar Station - Gabalinskaya RLS
A Armênia está disposta a oferecer seu território para que a Rússia instale ali um radar de alerta antecipado sobre o lançamento de mísseis, declarou hoje o primeiro-ministro armênio, Tigran Sargsyan, em uma entrevista ao jornal russo Kommersant.

As conversas a respeito poderiam ser iniciadas se a Rússia não conseguir acordar com o Azerbaijão a prorrogação do aluguel do radar de Gabala, afirmou Sargsyan. “Creio que inclusive pode haver vantagens, uma vez que a Armênia é um país montanhoso. A cobertura seria mais ampla”, disse Sargsyan.

Instalado em território azerbeidjano com a finalidade de detectar lançamentos de mísseis balísticos, o radar de Gabala formou parte do sistema de defesa antimíssil da União Soviética. Ademais, a Rússia seguiu usando-o também até os dias atuais. Em 2002 o Azerbaijão firmou um contrato de extensão do aluguel do radar com a Rússia, contrato esse que expira no próximo 24 de dezembro. O Ministério da Defesa da Rússia mantém negociações para prolongar esse contrato e espera fazer isso até junho.

Fontes da Defesa e da Chancelaria russa citadas pelo Kommersant em março passado afirmaram que o Azerbaijão pretende subir o valor do aluguel de US$ 7 milhões para US$ 300 milhões ao ano.

Aeronáutica investe em inovação com apoio do MIT

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos, em São Paulo, está fazendo um acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, para estabelecer um novo modelo de educação em engenharia para cursos de engenharia no Brasil e criar um centro de inovação, com a participação de várias empresas brasileiras e o envolvimento do MIT. A informação é do o reitor do ITA, Carlos Américo Pacheco, que estima investimento de US$ 100 milhões para atender a essas iniciativas.

"Os centros de inovação do MIT possuem uma taxa de "spin-off" [criação de uma empresa a partir de outra] de cerca de 12%, ou seja, para cada cem projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, 12 se tornam negócios e empresas. Esse deve ser o modelo de referência para o ITA", afirmou Pacheco.

O reitor disse que o ITA tem interesse em colaborar com o MIT em áreas de eficiência energética, uso de biocombustível na aviação, engenharia aeronáutica, engenharia de sistemas, computação e sistemas críticos embarcados, sistemas de controle para veículos aéreos não tripulados, veículos subaquáticos e sistemas inerciais.

O MIT, por sua vez, segundo Pacheco, teria interesse nos temas de sustentabilidade, engenharia de sistemas e energias renováveis, e automação de plataformas de petróleo em águas profundas, que serão muito usadas no processo de exploração do pré-sal.

A parceria entre as duas instituições se estende também para outras iniciativas. O Brasil sediará, pela primeira vez, o Encontro Internacional de Design para Desenvolvimento Social (IDDS, na sigla em inglês), promovido por alunos do MIT. O foco do evento é no desenvolvimento de tecnologias que atendam às necessidades da população de baixa renda.

Com duração de 30 dias, o encontro reunirá 60 estudantes de engenharia no Brasil, dos quais 40 da Universidade de São Paulo (USP) e 20 do ITA, além de 20 colaboradores estrangeiros. Durante esse período, os alunos vão trabalhar no desenvolvimento de tecnologias que melhorem a vida de comunidades carentes previamente selecionadas por eles, em São Paulo e em São José dos Campos, explica um dos coordenadores do IDDS Brasil, professor da disciplina de Humanidades do ITA.

O evento acontece em um momento em que o ITA e o MIT trabalham em um processo de intensificação da cooperação internacional existente desde a década de 50.

Segundo o professor Kleba, em abril do ano passado 15 alunos do ITA e dois da USP já haviam realizado um projeto social em conjunto com alunos do MIT. Eles desenvolveram um filtrador de óleo vegetal para catadores de lixo reciclável em vários municípios de São Paulo. Denominado WVO (Waste Vegetable Oil), o projeto foi elaborado em um dos laboratórios do ITA e deu origem a um protótipo, que reduziu o custo de uma minifábrica de R$ 470 mil para R$ 1,3 mil, mantendo a mesma capacidade de produção.

Para Denis Costa Herrmann, aluno do terceiro ano de engenharia mecânica-aeronáutica do ITA e um dos organizadores do evento, a parceria com o IDDS gerou uma expectativa positiva entre os alunos da escola, pois oferece uma oportunidade real de colocar em prática o conhecimento da engenharia aprendido em sala de aula, desenvolvendo soluções inovadoras para comunidades carentes.

"Temos poucas oportunidades dentro da universidade para praticar aquilo que aprendemos durante o curso. A proposta do IDDS cria uma motivação diferente para os alunos, que aprendem a utilizar o conhecimento da engenharia no desenvolvimento de soluções de caráter social", destaca o estudante Marcus Ganter, do ITA e também um dos organizadores do IDDS 2012.

A degradação da Defesa Indiana estimulará as vendas russas



Comentário: A Índia gasta, gasta e gasta com a Defesa e muitíssimas armas estão obsoletas, isso sem contar no débil adestramento realizado nas Forças Armadas Indianas. Se eu não me engano, na Marinha e na Força Aérea Indiana ainda impera o sistema de castas, ou seja, quem tem uma melhor condição social é quem vai conduzir um navio ou submarino da Marinha Indiana, ou as aeronaves da Força Aérea Indiana. Será que os críticos do Brasil ainda verão a Índia como um exemplo a ser seguido no que tange a Defesa? 

'Israel, uma ameaça à paz mundial'

Günter Grass
O escritor alemão Günter Grass conseguiu, com as mesmas nove estrofes e 69 linhas, reações extremadas e apaixonadas. Despertou todo um desconforto histórico na Alemanha, críticas ferozes em Israel e elogios na imprensa estatal do Irã. O vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1999 escolheu um poema-manifesto, intitulado "O que tem que ser dito", para acusar o Estado judeu de ser uma ameaça contra a paz mundial - "uma ofensiva de um intelectual jamais vista na Alemanha pós-guerra", como observou a revista "Spiegel".

O escritor se disse cansado da "hipocrisia do Ocidente" ao defender o fim do programa nuclear iraniano quando, ao mesmo tempo, tolera que Israel mantenha seu ultrassecreto programa atômico - amplamente debatido, mas jamais oficialmente confirmado. Denunciou os israelenses pelo "suposto direito de um ataque preventivo" contra o Irã e justificou a ofensiva literária. Para Grass, qualquer condenação a Israel é tachada de antissemitismo. Ele alega ter rompido seu silêncio somente porque não se conteve: a Alemanha está prestes a concluir um alto negócio com o governo israelense - a venda de um submarino nuclear , que, na opinião do escritor, é "capaz de disparar todas as ogivas nucleares onde a existência de uma única bomba sequer foi provada".

O poema-manifesto foi publicado ontem em quatro jornais - o alemão "Süddeutsche Zeitung", o espanhol "El País", o italiano "La Repubblica" e o americano "New York Times". As condenações vieram rapidamente e com dureza, sobretudo, na própria Alemanha.

- É um grande escritor, mas costuma errar em suas análises políticas. O país que nos causa preocupação é o Irã. O poema nos desvia disso. Grass confunde causa com efeito - reagiu o chefe da Comissão de Política Externa do Parlamento alemão, Ruprecht Polenz.

Passado nazista pesa sobre a polêmica
Grass, de 84 anos, causou polêmica redobrada. Muitos de seus críticos acusam-no de ter perdido a autoridade moral depois de revelar, em 2006, que fora na juventude integrante da SS nazista - tocando, mais uma vez, numa questão crucial das relações entre o país autor do Holocausto e o país das vítimas.

- Ele é o protótipo do antissemita culto, com boas intenções para com os judeus, assombrado por culpa, sentimento de vergonha e desejo de reescrever a História - denunciou o jornalista Henryk M. Broder, em editorial no "Die Welt".

O governo da chanceler federal Angela Merkel tentou contornar o mal-estar.

- Existe liberdade de expressão artística na Alemanha e, felizmente, liberdade do governo de não ter que comentar toda produção artística - minimizou o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert.

Organizações judaicas alemãs protestaram contra o que chamaram de "um panfleto de agitação agressivo". E o porta-voz de política externa do governista União Democrata Cristã (CDU) no Parlamento, Philipp Missfelder, condenou o poema como "uma obra sem gosto, que comete erros históricos e mostra desconhecimento da situação no Oriente Médio".

O embaixador de Israel em Berlim, Emmanuel Nahshon, reagiu apelando à ironia.

- Faz parte da tradição europeia acusar os judeus de ritual de morte antes da festa do Pessach (a Páscoa judaica, celebrada no próximo fim de semana). Hoje, é o povo iraniano que o estado judeu supostamente quer dizimar.

A defesa do polêmico escritor ficou por conta da imprensa iraniana, onde o Nobel de Literatura recebeu elogios da estatal Press TV e da agência Irna. Houve, ainda, quem tentasse compreender Grass - como Wolfgang Gehrcke, do partido A Esquerda, pacifista. Ele criticou a política ocidental, que "nada faz para evitar um ataque de Israel contra o Irã".

- É um poema típico de Grass, onde o utópico acompanha o apocalíptico - avaliou Gertrude Cepl-Kaufmann, professora de Literatura da Universidade de Düsseldorf, outra que tentou contextualizar. - Como representante da geração que se arrependeu a vida toda por ter silenciado durante a ditadura nazista, ele se vê hoje na obrigação de levantar a voz, mesmo que isso signifique quebrar tabus.

Colômbia muda discurso oficial e diz que não quer mais aniquilar as Farc, mas sim enfraquecê-las

Missão humanitária de resgate de reféns das Farc na Colômbia
Reféns da guerrilha colombiana durante mais de doze anos, os dez militares e policiais libertados nesta semana deram sua primeira coletiva de imprensa. Sorridentes em seus uniformes novinhos, os homens contaram sobre o inferno da selva e o horror do cativeiro. "Nós ficamos acorrentados durante oito anos, de dois em dois, 24 horas por dia. Às vezes éramos acorrentados pelos pés, às vezes pelos pulsos. Os guerrilheiros sempre disseram que, se o exército tentasse nos libertar, não sairíamos vivos de lá", contou o tenente Luís Arcia, capturado em 1998.

"No início, a guerrilha era sólida e eficiente. Por isso fomos feitos prisioneiros", explicou o tenente de polícia Cesar Augusto Lasso. "Hoje, quando os guerrilheiros ouvem um avião chegando, é um pânico total". E resume: "A guerrilha está enfraquecida, mas não derrotada".

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, extrema esquerda), com 50 anos de existência, resistiram, com dificuldades, à ofensiva conduzida pelo exército desde 2002. Os guerrilheiros ainda são em 9 mil (contra 17 mil em 2002), segundo números oficiais. Obrigados a recuar para longe das grandes cidades, as Farc souberam se adaptar para sobreviver. E assediar o exército. Reorganizados em pequenas unidades móveis, os guerrilheiros passaram a fazer emboscadas e atentados, evitando o combate.


"Espada de Honra"
Os militares, por sua vez, tiveram de ajustar sua estratégia. Lançado há seis meses, o novo plano -chamado de "Espada de Honra"- vem sendo lentamente aplicado. Ele prevê a criação de onze forças-tarefa regionais, bem informadas e com grande mobilidade (para concentrar a ofensiva nas regiões onde as Farc são ativas), e o reforço das atividades de inteligência.

A colaboração voluntária dos cidadãos deve ser estimulada, o pagamento de recompensas aos informantes deve ser mantido e as campanhas de incentivo à deserção dos combatentes, reforçadas. Como parte do novo plano, o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, anunciou o recrutamento de 5 mil soldados e de 20 mil policiais. E mencionou a compra de aviões não tripulados: para as Farc, a verdadeira ameaça vem da aviação. Em março, o bombardeio de dois acampamentos rebeldes causou a morte de 69 guerrilheiros.

O objetivo proclamado é visar os "líderes médios" das Farc, e não mais os grandes chefes. O exército eliminou vários membros do "Secretariado", a direção da guerrilha por muito tempo intocada: Raúl Reyes, o número 2 da Farc, foi morto em 2008, Mono Jojoy, grande estrategista, em 2010, e Alfonso Cano, que havia sucedido Manuel Marulanda, o líder histórico da guerrilha, em 2011. Mas nessa organização hierarquizada das Farc, os chefes mortos são imediatamente substituídos. Os militares querem hoje atingir os pequenos chefes locais para tentar desestruturar a guerrilha.

O discurso oficial mudou. Para o presidente Juan Manuel Santos, o objetivo não é mais aniquilar as Farc, mas sim enfraquecê-las para obrigá-las a negociar. "As Farc sempre disseram que elas queriam negociar, mas nunca mostraram a menor intenção de se desmilitarizar", acredita Roman Ortiz, especialista em questões de segurança. Santos comemorou a libertação dos últimos reféns "políticos", mas considerou o gesto insuficiente para iniciar as negociações de paz.

Para o exército, o desafio é ainda maior pelo fato de que o boom das indústrias extrativistas poderá modificar a geopolítica do conflito colombiano. "O exército está se vangloriando, com razão, de ter expulsado a guerrilha para longe das cidades. O problema é que os guerrilheiros agora estão perto dos poços de petróleo e das minas", resume Ariel Avila, autor de diversos estudos sobre as Farc.

Garantir a proteção das empresas multinacionais exigirá muita verba. Só que os efetivos da força pública (exército e polícia) já chegaram ao número de 457 mil ("ou seja, 1% da população do país", observa Avila) e os gastos militares a 4,8% do produto interno bruto. A guerra custa caro.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sukhoi afirma que o Su-35BM supera todos os análogos ocidentais de 4,5ª geração e os caças de 5ª geração americanos


Os testes de voo do novo caça multifuncional russo, o Su-35BM, tem mostrado que as características técnicas da aeronave é superior as características técnicas das aeronaves análogas estrangeiras, incluindo o caça francês Rafale, fabricado pela Dassault, o caça multinação Typhoon, fabricado pelo consórcio europeu Eurofighter, e os caças americanos F-15 Eagle, fabricado pela Boeing, o Falcon F-16 Fighting, fabricado pela Lockheed Martin, o Super F/A-18E/F Hornet, também fabricado pela Boeing e o F-35 Lightning II, fabricado pela Lockheed Martin, assim garantiu a Sukhoi em um comunicado de imprensa divulgado em seu site.

O comunicou também sublinhou que o Su-35BM fez seu voo de número 500 no âmbito do programa de testes, programa esse que começou em 2008. Anteriormente foi relato que o Su-35BM começaria a servir à Força Aérea Russa ainda esse ano. Antes de 2015, a Força Aérea Russa deve receber pelo menos 48 caças Su-35BM. Desses 48 caças, a VVS espera receber 6 ainda esse ano.

O Su-35BM enquadra-se na 4,5ª geração, com exceção da furtividade, o caça é totalmente compatível com as tecnologias que cercam os caças de 5ª geração. Reza lenda que os novos caças russos podem fazer uso do chamado “plasma stealth”, uma tecnologia que permite baixar e muito a assinatura de radar de caças não-furtivos. Por enquanto, apenas um caça de 5ª geração cumpre serviço, o americano F-22 Raptor. Acredita-se que os próprios caças de 5ª geração a entrarem em serviço serão o caça russo Sukhoi T-50 (PAK-FA) e o americano F-35 Lightning II.

O Su-35BM é capaz de voar a uma velocidade de Mach 2.25, tem um raio de ação de 3,600 km (4,500 km com o auxilio de tanques extra), teto de serviço de 18,000 m. O armamento do Su-35BM é constituído de um canhão internto GSh-30 de 30mm, capaz de disparar até 150 projéteis, e 12 pontos para abrigar vários tipos ar-ar, ar-terra e ar-mar que vão desde o Vympel R-27, passando pelo Vympel R-73, Vympel R-77, mísseis anti-radição Kh-31, Kh-31ª, Kh-59, Kh-29, Kh-29T e Kh-29L e vários outras bombas guiados e não guiadas.

No início de março, a várias agências de notícias russas e chineses relataram um possível acordo de compra e venda de caças Su-35BM para a China. Além disso, o governo russo continua em negociações para o fornecimento de 36 caças Su-35BM para a Força Aérea Brasileira.

O voo de número 500 do Su-35BM foi realizado pelo famoso piloto russo, o coronel Sergei Bogdan.




Lyudmila Kalinina: A "Dama de Ferro" das Tropas Blindadas Russas

Quando Lyudmila Kalinina, coronel-engenheira das Tropas Blindadas Soviéticas, completou 95 anos, ela foi ao museu de blindados da cidade de Kubinka, a oeste de Moscou, para se despedir de seus carros de combate. Ali ela deu um beijo em um tanque T-40, um T-70 e um T-34.

Lyudmila Kalinina

A farda da coronel Kalinina pesa cerca de 7 kg, pois ela é enfeitada por 9 ordens e 55 medalhas. No entanto, Lyudmila Kalinina, do alto dos seus 96 anos de idade, segue bailando em ocasiões especiais a dança vigorosa russa, o kazachok. Tampouco se nega a tomar um copinho de conhaque ou de vodka, odeia falar de saúde e, é capaz de passar horas falando de carros de combate. E, segundo confessa, também segue sonhando com a patente de general.

“Não olhe se estou magra: se te bato, cairás em seguida, uma vez que meus braços seguem tendo força”, disse a coronel piscando para a câmera. “Com mulheres não me pego”, diz olhando para a correspondente russa.

Lyudmila Kalinina é conhecida na Associação Veteranos de Guerra de Moscou como a “avó das tropas blindadas” e tratam de ajudá-la como podem. Os jornalistas dizem que uma mulher como Lyudmila Kalinina não necessita de guardiões e a chamam de “A Dama de Ferro das Tropas Blindadas”. Durante a guerra, no front chamavam Lyudmila Kalinina de “Lyudmil”, uma forma masculina inexistente em seu nome “Lyudmila”.


Não se aceita mulheres 

Lyudmila Kalinina nasceu no século passado, em 8 de setembro de 1915, em Ufa, uma cidade russa nos Montes Urais. Depois que seus país se mudaram para Moscou, Kalinina tinha 13 anos de idade e passou a trabalhar como aprendiz de ajustador da famosa Fábrica de Automóveis Likhachov (Zavod imeni Likhachova) de Moscou.

De dia trabalhava, de noite estudava na escola de obreiros, como faziam milhares de jovens da União Soviética. Com 18 anos de idade, Kalinina obteve a qualificação profissional de ajustador.

Naquela época, uma comissão da Academia Militar das Tropas Blindadas visitou a fábrica para selecionar os jovens que estudariam na faculdade de engenharia.

“Todos, é claro é, ficaram surpreendidos: meus pais, meu irmão mais velho, quando eu anunciei que também queria estudar na Academia Militar”, recorda Kalinina.

Kalinina superou todas as provas físicas e de conhecimento, mas na hora de completar o grupo de jovens que marcharia para o acampamento para fazer o curso preparatório, não chegou formar parte dele. “Mas tarde soube que no ano de 1934, a direção da Academia recebeu uma ordem do Kremlin para não admitir mulheres”, conta Kalinina com o semblante triste.


Uma chegada mágica

Passado uma semana após ter recebido a negativa da Academia Militar, o diretor da fábrica em que Kalinina trabalhava, Ivan Alekseevich Likhachev, surpreendeu a jovem Kalinina ao vê-la chorando atrás das máquinas. Ao saber do infortúnio de Kalinina, Likhachev pegou sua mão e levo-a ao seu escritório.

“Ele chamou diretamente o comissário político da Academia Militar e lhe disse o que se passava, como podiam fazer chorar uma jovem tão vibrante, membro do Komsomol (a organização juvenil do Partido Comunista da União Soviética)”, recorda Kalinina.

Depois da “prensa” do diretor da empresa, Kalinina pôde ingressar na Academia sendo a segunda garota entre 160 alunos.


“Barbeados como ela”

No acampamento preparatório receberam formação militar: lhes fora ensinado disparar um fuzil, formar filas, marchar e etc. A preparação física era muito importante. Kalinina teve que se esforçar para seguir o ritmo. Recorda com um sorriso como um dos oficiais a colocava como exemplo para os demais alunos. “Quero vocês com as botas e os pescoços limpos e bem barbeados como os dela”, dizia o comandante aos garotos em fila.

Depois de concluir os estudos, Kalinina obteve um destino no Estado-Maior do distrito militar de Moscou. Ali conheceu Boris Pavlovich Kalinin, que chegaria a ser seu segundo marido. Kalinina não gosta de falar de seu primeiro esposo, Ivan Fedotovich Starshinov, um Cavaleiro da Ordem de Lenin.


Toda a vida em posição de combate

Ivan Fedotovich Starshinov trabalhou como Kalinina na fábrica de automóveis. Era mais velho que ela, e carregava consigo sempre a Ordem de Lenin, a maior condecoração da URSS à época e queria Kalinina desmedidamente, segundo confessa a própria Kalinina.

“Quando ele pediu minha mão, eu aceitei”, recorda Kalinina. “Eu tinha muito respeito por ele, mas não o amava. Logo foi submetido a represálias e nos divorciamos. Com Boris Pavlovich Kalinin tudo foi diferente. Eu já era maior, e nos queríamos muito, com paixão, com nas novelas”, ri Kalinina.

Em seu casamento com Boris Pavlovich Kalinin, ela não teve filhos biológicos. Ao terminar a guerra, adotaram uma criança de seis meses, também de nome Lyudimila. Sua filha morreu há poucos anos, assim como Boris. Kalinina sofre muito com a solidão, mas se mantém firme como uma verdadeira coronel: “A vida nunca me encheu de alegrias. Nem antes da guerra, nem durante a mesma, nem depois. Sempre me senti como se estivesse em posição de combate.


Testando carros de combate

Antes de começar a Segunda Guerra Mundial Lyudmila Kalinina trabalhou testando os carros de combate. Recorda com especial emoção os testes do carro de combate leve T-40, em 1940.

“Fiz 3.500 km por terras pantanosas, esburacadas e caminhos intransitáveis detrás dos comandos. Cruzei o Dniepr e o Dniestr. Para mover a alavanca para a esquerda ou direita, tive que aplicar a mesma força para levantar 40 kg”, explica a coronel.

Quando passava por um povoado, Kalinina aproveitou para tomar um banho e ficou surpresa ao despir-se – tinha uma grande hematoma pelo seu corpo.

Em junho de 1941, Kalinina e Kalinin foram à Costa do Mar Negro apenas para desfrutar de uma praia por alguns dias. No dia 22 começou a Grande Guerra Patriótica colocando fim as suas férias e ambos tiveram que voltar à Moscou com Urgência.


Quatro mil carros de combates reparados

A guerra, cruel e terrível durou 4 anos. Kalinina foi enviada para o front do Sul para organizar a evacuação dos carros de combate danificados para retaguarda e reparar os carros de combate em campo. Conhece com perfeição o som dos bombardeiros e ataques e confessa francamente que se gasta o medo da guerra.

“Durante a guerra reparei 4.000 carros de combate, só dos nossos, porque houve momento que repararmos também os carros de combate inimigos para usá-los contra os fascistas”, explica Kalinina, que encabeçava a divisão de reparação e de evacuação de carros de combate dos fronts do Sul e do Cáucaso do Norte.

No final da guerra, a coronel Kalinina já dirigia uma planta móvel de reparação de material blindado tendo sob seu comando cerca de 2.000 homens.

Em quando o homem mais importante de sua vida, Boris Kalinin, não pôde vê-lo com frequência durante a guerra, Kalinina trocava cartas e esperava com paciência o momento do reencontro.


De olhos fechados

E houve o reencontro. Ao terminar a Segunda Guerra Mundial, Kalinina e Kalinin viveram juntos por quase meio século. Em 1945, justo depois da guerra, foram trabalhar juntos nos serviços de inteligência.

“Trabalhamos nos EUA e na Alemanha. Uma de nossas tarefas era o recrutamento de profissionais. Mas não posso dizer”, ri Lyudmila Kalinina.

Até agora domina com perfeição o inglês e o alemão e recorda perfeitamente como conduzir um carro de combate. “Não poderia comandar um carro de combate moderno, estão cheios de dispositivos eletrônicos. Necessitaria de algumas aulas para fazê-lo (conduzir um carro moderno). Mas os T-40, T-70 e T-34 os conduziram com os olhos fechados”, comenta a Dama de Ferro.