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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Haddad quer fim de aviões no Campo de Marte


Para viabilizar a construção dos prédios do Arco do Futuro, projeto urbanístico que foi sua promessa de campanha

Para viabilizar a construção dos prédios do Arco do Futuro, projeto urbanístico que foi sua promessa de campanha, o prefeito Fernando Haddad (PT) quer tirar os aviões do Campo de Marte e transformá-lo apenas em heliporto. Um pedido formal da Prefeitura chegou nesta semana ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da Aeronáutica. Hoje, o entorno do Campo de Marte não pode ter prédios altos, sob risco de interferir na segurança de pousos e decolagens de aviões. Segundo Haddad, isso "comprometeu o desenvolvimento da zona norte de São Paulo". "Essa área (do aeroporto) vai ser cedida para um novo planejamento urbano. Não teremos mais aviação geral, apenas o heliporto do Campo de Marte. Já estamos negociando com a Presidência da República a retirada da chamada asa fixa do aeroporto", disse o prefeito há alguns dias, durante lançamento das audiências públicas do Plano Diretor.

Como a movimentação apenas de helicópteros dispensa o espaço reservado para aproximação dos aviões (conhecido como "cone"), a ocupação da vizinhança passaria a ser mais flexível. "Não é um projeto apenas da cidade. Afeta toda a zona metropolitana. Nós abriríamos um espaço de desenvolvimento da zona norte, que ganharia muito em qualidade de vida." O Decea ainda não deu um parecer definitivo à Prefeitura, mas pilotos e usuários do Campo de Marte são contra a restrição. "Com a atual estrutura, é inviável. O Campo de Marte conecta São Paulo a mais de mil cidades brasileiras, enquanto a aviação comercial voa a 140 destinos. Sem ele, a cidade perde muito da sua capacidade de negócios", diz Rodrigo Duarte, presidente da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe).

O Campo de Marte recebe, em quantidade de voos, mais operações do que um aeroporto internacional como o de Viracopos, em Campinas. Em 2012, foram 143 mil pousos e decolagens, ante 115 mil em Viracopos.

Opções
Para fechar o Campo de Marte, Haddad sugere viabilizar projetos de aeroportos na Grande São Paulo que absorveriam a demanda da aviação executiva. Por enquanto, nenhum saiu do papel, mas pelo menos dois são oficiais e têm projetos protocolados na Secretaria de Aviação Civil. Um, provisoriamente chamado de Aeródromo Privado Rodoanel, seria em Embu-Guaçu, perto do Trecho Sul do Rodoanel. O outro, da JHSF, é previsto para São Roque, a 70 km da capital. "Isso aumentaria ainda mais o uso de helicópteros, porque você teria de voar do aeroporto até o centro de São Paulo. No Campo de Marte, é só sair de carro ", diz o engenheiro aeronáutico Jorge Leal Medeiros.

Disputa
Como se não bastasse a polêmica de uso, o Campo de Marte ainda é alvo de uma disputa judicial que se arrasta há 55 anos. Prefeitura e União alegam ser donas da área de mais de 2 milhões de m² do aeroporto, que teria sido tomada do Município pelo governo federal na Revolução de 1932. Só em 1958 a briga foi parar nos tribunais e, em 2005, o Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3) afirmou que o terreno pertencia à União. A Prefeitura recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ganhou. A União recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, desde o ano passado, a disputa aguarda o parecer final dos ministros do Supremo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

2 comentários:

  1. Como todos os partidos importantes tiveram prefeitos desde o Jânio e todos ficaram na "oposição" em algum momento; todos em algum momento falaram que esse negócio do campo de marte era um negócio obscuro entre empreiteiras e poder público, quando entraram falam que a desapropriação é importante para cidade, fico sempre pensando, vale qual discurso?

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  2. Mais um exemplo claro de interesses obscuros na dilapidação do patrimônio nacional... Nunca pousei no Campo de Marte, o conheço só por fora, quando ia fazer meu exame médico ali no HASP, mas tenho a consciência da importância econômica e histórica do referido aeroporto. Chega a ser criminosa a ideia. Vai melhorar o que para a população? Vão construir casas populares em volta? Qualidade de vida? Serão construídas praças, ginásios e escolas? Para que a invalidação do cone seja necessária, conforme requisitado pelo prefeito do Partido dos Trabalhadores (Trabalhadores?), serão construídos edifícios altos, provavelmente escritórios ou apartamentos caros, que enfeiarão ainda mais a região.
    Campo de Marte, além de seu valor histórico e econômico, serve ainda como uma abertura na paisagem árida da cidade, "quebrando" a padronização do concreto armado.
    Agora, a quem realmente interessa essa transformação? Quem é dono da área em volta? Quem construirá, ganhando centenas de milhões de reais? Essas são as questões que deveriam ser respondidas. Abraço a todos.

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