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segunda-feira, 13 de maio de 2013

O estorvo dos ataques israelenses para a oposição síria

Tanque israelense em Kuneitra aponta para as Colinas de Golã

Em declaração a um canal de TV israelense, um representante do Exército Livre Sírio em Homs agradece a Israel por seus ataques aéreos na Síria e explica que eles ajudaram os rebeldes ao atingirem o exército sírio. Ele conclui sua espantosa declaração com um "shalom", seguido de um grande sorriso.

Al-Manar, a TV do Hizbollah, aliado de Damasco, prontamente "retransmitiu" essa entrevista, para ilustrar os supostos laços que o Partido de Deus acusa os "terroristas islamitas" (os rebeldes, segundo a terminologia do regime sírio) de manterem com Israel. Mas, para a oposição síria, essa "entrevista" seria falsa, um complô. O Exército Livre Sírio afirma que o homem identificado como Hassan Rastanoui é um partidário notório do regime sírio.

De fato, os ataques israelenses que visaram alvos militares perto de Damasco, na sexta-feira (3) e no domingo (5), suscitaram reações de alegria entre os sírios, segundo diversos testemunhos de militantes. Veículos de mídia da Arábia Saudita, que protege a oposição, aclamaram esses ataques, assim como a rede Al-Arabiya, calculando que eles iam "acelerar a queda do regime".

"Eu entendo as reações de alegria, mesmo que não compartilhe delas. O regime só usou seus mísseis balísticos, alvejados pelo ataque israelense, contra civis", explica Bakr Sidki, um analista sírio. "Os sentimentos nacionalistas mudaram profundamente em dois anos. Os sírios ainda consideram Israel como um inimigo que ocupa o planalto de Golã e conduz uma política racista em relação aos palestinos. Mas para eles o conflito entre o regime de Assad e Israel agora se dá entre dois de seus inimigos."

Desde o ataque israelense, regime e dissidentes vêm se acusando mutuamente de fazer o jogo do Estado judaico. A Coalizão Nacional Síria (CNS), principal representante da oposição, condenou os ataques. "Ao usar o exército para reprimir a população, o regime enfraqueceu a Síria", considera Hisham Marouah, membro da CNS instalado em Djedda (Arábia Saudita). "Precisamos do apoio internacional, mas não de ataques israelenses".

"Os ataques israelenses talvez tenham enfraquecido o regime em um plano material, mas eles também podem dar credibilidade à sua versão, segundo a qual a revolta popular síria seria uma conspiração islâmica-israelense-americana-francesa", acredita Rafif Jouejati, porta-voz dos Comitês Locais de Coordenação, uma das principais redes militantes na Síria. "Os interesses estratégicos israelenses não têm nada a ver com os do povo sírio".

"A ocupação do Golã é uma linha vermelha"
O fato de Damasco anunciar que ele responderá "em lugar e tempo devidos" aos ataques israelenses, considerados uma "declaração de guerra", alimenta manifestações de sarcasmo. A oposição não vê ali nada de novo, afirmando que em ataques precendentes conduzidos pelo Estado judaico durante a última década o regime sempre ameaçou sem agir. Nas redes sociais, os militantes anti-Assad são cáusticos. "Não ficaremos em silêncio frente ao bombardeio israelense da Síria… Amanhã bombardearemos Aleppo, Homs e Damasco em represália", diz em uma charge o presidente sírio, vestido de piloto de caça.

Desde o início da repressão, os militantes vêm questionando a "resistência" contra Israel, reivindicada pelo regime como um princípio essencial. No entanto, as posições anti-israelenses do regime Assad só foram teóricas: como exemplo, a transferência de armas iranianas para o Hezbollah e o acolhimento durante anos do líder político do Hamas, Khaled Meshaal. Mas a oposição ressalta que a fronteira entre Israel e a Síria foi a mais tranquila nos últimos quarenta anos, e que Damasco nunca se esforçou para retomar o planalto de Golã.

O fato de que armas destinadas ao Hezbollah, cujo papel na Síria é criticado com virulência pela oposição, tenham sido alvejadas, não seria uma fonte de satisfação? "Não temos provas de que eram realmente armas destinadas ao Hezbollah. O arsenal militar não deve ser destruído, ele pertece ao povo sírio", alega Marouah.

Enquanto diversos países temem que os ataques israelenses tenham sido a prévia de uma deflagração regional, os militantes temem sobretudo que esses ataques desviem um pouco mais a atenção estrangeira dos massacres na Síria. A oposição, várias vezes questionada sobre as relações entre a futura Síria e Israel, fala com reticência. Ela afirma estar se concentrando na queda do regime. "A ocupação do Golã é uma linha vermelha", afirma Marouah. Sobre a questão de possíveis contatos com dirigentes israelenses, esse membro da Coalizão se mostra evasivo. "Não sei... acho que não".

2 comentários:

  1. Se não são terroristas esses rebeldes então não existem terroristas no mundo, saiu hoje um vídeo em que um comandante rebelde abriu o peito de um soldado sírio morto e mordeu seu coração, e mandou fazerem isso contra Alauítas em geral além, de soldados do Assad em geral, se isso não é terrorismo então não existe terrorismo.
    http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/guerra-na-siria-em-video-rebelde-arranca-e-morde-coracao-de-soldado,952995d82cd9e310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

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  2. Inclusive entre dezenas e mais dezenas de vídeos que assisti desses rebeldes apenas um deles não tinha fanatismo religioso, um em que mostravam o que chamam de Sham II um pequeno veículo de combate criado por eles,fora isso todos os outros vídeos vem acompanhados de berros histéricos de Allah Akbar, a histeria lembra a dos evangélicos pentecostais gritando Aleluia. Onde está a tal luta por liberdade? Só existe na retórica de porta-voz selecionado a dedo e mídia mercenária.

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