Ele tinha usado drogas ilegais: será que foram demônios do vício? Seu relacionamento abalado com sua noiva? Uma transferência súbita para o Haiti devastado pelo terremoto ou a perspectiva de uma iminente viagem ao Afeganistão?
Como a maioria dos suicídios que assolam os militares hoje em dia, ninguém saberá com certeza.
"Há tantos fatores", disse sua mãe, Theresa Taylor, de Lafayette, Louisiana. "Tudo o que era importante para ele estava com problemas."
Das crises que os soldados norte-americanos enfrentam hoje, o suicídio está entre as mais emocionalmente dolorosas – e desconcertantes. Ao longo de quase 12 anos e duas guerras, os suicídios entre soldados na ativa têm aumentado, atingindo um recorde de 350 em 2012. Esse total foi o dobro do que na década anterior e superou não só o número de soldados norte-americanos mortos no Afeganistão como também o número dos que morreram em acidentes com meios de transporte no ano passado.
Mesmo com a retirada do Iraque e a retirada do Afeganistão, a taxa de suicídio dentro do serviço militar continuou aumentando significativamente mais rápido do que dentro da população em geral, onde também está subindo. Em 2002, a taxa de suicídio entre os militares foi de 10,3 a cada 100 mil soldados, bem abaixo da taxa de civis. Mas hoje as taxas são quase as mesmas, acima de 18 a cada 100 mil pessoas.
E de acordo com alguns especialistas, os militares podem estar subestimando o problema por causa da forma como calcula sua taxa de suicídios.
Embora o Pentágono tenha encomendado vários relatórios e investido dezenas de milhões de dólares em programas de pesquisa e prevenção, os especialistas admitem que avançaram pouco para compreender as causas por trás do rápido crescimento dos suicídios entre os militares.
"Qualquer variável isolada não explica as coisas", disse Craig J. Bryan, diretor associado do Centro Nacional de Estudos dos Veteranos na Universidade de Utah. "Mas a interação de todas elas, sim. Isso é o que o torna muito difícil resolver o problema. E é por isso que não temos feito avanços."
Um consenso entre os pesquisadores é o de que, assim como entre os civis, uma teia assustadoramente complexa de fatores costuma estar por trás do suicídio militar: doença mental, abuso sexual ou físico, vícios, relacionamentos fracassados, dificuldades financeiras. De fato, o relatório mais recente sobre suicídios do Pentágono constatou que metade dos soldados que se suicidaram em 2011 tinham experimentado o fracasso de uma relação íntima e cerca de um quarto havia sido diagnosticado com abuso de substâncias.
Estudos também revelaram que alguns padrões de suicídio entre civis parecem se intensificar entre os militares. Entre os civis, homens brancos e jovens são um dos grupos mais propensos a se matar. No serviço militar, esse grupo, que é desproporcionalmente representado, tem ainda mais chances de cometer suicídio. Entre os civis, as armas de fogo são o meio mais comum de suicídio; nas forças armadas, como seria de esperar, as armas são usadas com mais frequência, em 6 entre cada dez casos.
O envio e a exposição ao combate podem agir como catalisadores que agravam os problemas existentes na vida de um membro do serviço militar, como abuso de drogas, ou causam problemas novos, como o transtorno do estresse pós-traumático ou lesões cerebrais traumáticas, que podem contribuir para o comportamento suicida. De fato, um estudo publicado esta semana na revista médica JAMA Psychiatry revelou que soldados com múltiplas concussões cerebrais tenham significativamente mais propensão a relatar pensamentos suicidas do que soldados que haviam sofrido uma concussão ou nenhuma.
No entanto, o envio e o combate por si só não podem explicar o aumento nas taxas de suicídio, dizem os pesquisadores. Dados do Pentágono mostram que nos últimos anos, cerca de metade dos membros do serviço militar que cometeram suicídio nunca haviam sido enviados ao Iraque ou Afeganistão. E mais de 80% nunca tinha estado em combate.
"Este é provavelmente o maior equívoco do público em geral: o de que o envio para áreas de combate é o fator mais relevante para o aumento das taxas de suicídio", disse Cynthia Thomsen, psicóloga e pesquisadora do Centro Naval de Pesquisa de Saúde em San Diego.
Outra questão que paira é se esta tendência é única ou é típica de períodos de guerra ao longo da história? Como não foram coletados dados detalhados sobre suicídios militares até depois da Guerra do Vietnã, é impossível saber, embora muitos especialistas acreditem que os suicídios aumentaram durante e depois das duas guerras mundiais, da Guerra da Coreia e do Vietnã.
O que se sabe é que desde 2001, mais de 2.700 membros do serviço militar já se mataram, e este número não inclui a Guarda Nacional e soldados da reserva que não estavam na ativa quando cometeram suicídio.
O suicídio entre os veteranos também tem aumentado desde 2001, para cerca de 22 por dia, de acordo com o Departamento de Assuntos de Veteranos.
Há apenas 12 anos, quando a taxa de suicídio militar era muito mais baixa, muitos especialistas acreditavam que a cultura militar afastava os jovens de comportamentos autodestrutivos. O serviço militar não só proporcionava uma renda constante e cuidados médicos, estrutura e um senso de propósito, como também, segundo esse raciocínio, testava seu pessoal para comportamento criminoso bem para a aptidão física e mental básico. Mas uma década de guerra mudou essa percepção.
"Há uma diferença entre um exército em guerra e um exército em paz", disse o Dr. Jonathan Woodson, secretário-assistente de Defesa para assuntos de saúde. "Não há dúvida de que a guerra muda as pessoas."
A questão dos entes queridosO relatório anual de 2011 do Pentágono sobre o suicídio, o mais recente disponível, pinta este quadro: cerca de 9 entre 10 suicídios envolvem pessoal alistado, não oficiais. Três entre cada quatro vítimas não frequentam a faculdade. Mais da metade eram casados. Oito em cada 10 morreram nos Estados Unidos. A maioria não deixou cartas nem comunicou sua intenção de se matar.
Cada um desses suicídios tem um conjunto único de circunstâncias, com suas próprias teorias quanto ao motivo. Mas nas vozes dos entes queridos deixados para trás, os temas ecoam. Surpresa. Confusão. Uma pergunta incansável: poderíamos ter feito mais?
O cabo Wade Toothman do Corpo de Fuzileiros Navais, foi enviado para o Iraque, onde perdeu um amigo próximo, e depois para o Afeganistão, onde uma bomba explodiu um de seus tímpanos.
Depois que ele deixou a Marinha em 2011, reclamava de dores de cabeça crônicas, um possível sintoma de uma lesão cerebral traumática. Mas não procurou tratamento. Sua mãe também desconfiava de que ele estivesse sofrendo de estresse pós-traumático. Mas ele negava e se recusava a ir ao médico, dizendo temer que o diagnóstico tornaria impossível encontrar um emprego. "As pessoas vão dizer que eu sou louco", dizia à mãe.
Especialistas dizem que os meses imediatamente após um membro em serviço deixar os serviço podem ser especialmente desorientadores e até mesmo perigosos. Antes vez isolados em unidades coesas, os novos veteranos precisam aprender a ser indivíduos novamente, mais livre porém mais sozinhos, cercados por uma sociedade que sabe pouco sobre a vida militar.
De volta à sua pequena cidade natal em Oklahoma, Prue, o cabo Toothman ficou entediado e se mudou para o Havaí, onde era sua antiga base. Mas não conseguiu encontrar emprego, voltou para Oklahoma, arrumou um emprego de guarda de prisão que odiava e começou a falar em se alistar novamente sem motivo.
"Ele estava tendo dificuldades em ser um civil", disse sua mãe, Louise Toothman.
Ela só não percebeu o quanto isso era difícil. Num fim de semana em outubro de 2012, ela foi com o filho comprar mantimentos e pegar a placa da nova caminhonete dele. Ele parecia contente. "Ele estava fazendo planos", disse ela.
Dois dias depois, ele se matou com uma espingarda que ela tinha lhe dado de presente.
Depois de sua morte, ela começou a descobrir pistas. Os registros médicos mostravam que, apesar de o filho negar o estresse pós-traumático, o Corpo de Fuzileiros Navais o haviam tratado para o transtorno, inclusive prescrevendo antidepressivos.
Ele também deixou uma carta angustiada que fez sua mãe acreditar que ele não conseguia esquecer o fato de ver seu amigo morrer no Iraque. "Eu guardei muita culpa e raiva e tristeza dentro de mim por muito tempo", ele escreveu para ela. "Eu estava muito envergonhado e era orgulhoso demais para dizer isso a você."
"Eu parei de beber e tentei lidar com isso sozinho e fracassei", continuou ele. "Desculpe te decepcionar. Eu estava realmente esperando ter uma morte louca, nobre, heroica. Eu amo você e não há nada que você ou qualquer outra pessoa possa fazer. Esta é a minha decisão. Desculpe por eu não ter sido forte o bastante."
Ms. Toothman chorou ao ler as palavras do filho. "Se eu soubesse dessas coisas, eu teria agido de outra forma", disse ela. "Eu teria estado ali."
Don Lipstein conhece esse sentimento.
Seu filho, o suboficial de Segunda Classe Joshua Lipstein, costumava beber muito na adolescência em Wilmington, Delaware. Mas motivado pelos ataques de 11 de setembro, quatro anos depois ele se alistou na Marinha e se entrou para uma tripulação de barco que parecia lhe dar um sentimento de satisfação, disse o pai. Ele fez planos para fazer uma carreira na Marinha.
Mas durante seu segundo envio ao Iraque, os médicos descobriram que ele tinha um tumor no cérebro e o enviaram de volta para casa. No final de 2009, ele passou por uma cirurgia que fez com que perdesse a audição de um ouvido. Transferido para uma função de escritório, ele parecia estar a caminho da alta médica. A perspectiva de perder uma carreira que ele amava era dolorosa.
Nos meses seguintes, lembra seu pai, ele se tornou dependente de analgésicos opioides. Ele disse ao pai que não era viciado, apenas se automedicava. Mas Lipstein o pressionou para se inscrever num programa de reabilitação de drogas. Isso não ajudou: meses depois, o suboficial Lipstein começou a usar heroína.
Até mesmo o nascimento de sua filha não pareceu aliviar suas lutas internas. Em março de 2011, enquanto ele estava aguardando a sua liberação final do serviço militar, falou com seu pai ao telefone. Lipstein percebeu o desânimo; alarmado, pediu ao filho para descarregar sua arma.
"Pai", ele respondeu: "não posso fazer isso". Ele se matou pouco tempo depois.
Lipstein, que dá palestras e aconselha sobre suicídio para o Programa de Assistência de Sobreviventes de Tragédias, uma organização sem fins lucrativos, diz que não culpa o serviço militar pela morte de seu filho, observando o quanto ele amava seu trabalho.
Mas ele se pergunta se os comandantes perderam sinais reveladores – um problema que o Pentágono reconhece que pode ser generalizado. Ele se pergunta se ele também os perdeu.
"Eu não o via como suicida", disse ele. "Olhando para trás, havia todos os tipos de estresse em sua vida. Se eu tivesse considerado que ele era um suicida, será que poderia ter feito algo para impedir isso?"
Cada um desses suicídios tem um conjunto único de circunstâncias, com suas próprias teorias quanto ao motivo. Mas nas vozes dos entes queridos deixados para trás, os temas ecoam. Surpresa. Confusão. Uma pergunta incansável: poderíamos ter feito mais?
O cabo Wade Toothman do Corpo de Fuzileiros Navais, foi enviado para o Iraque, onde perdeu um amigo próximo, e depois para o Afeganistão, onde uma bomba explodiu um de seus tímpanos.
Depois que ele deixou a Marinha em 2011, reclamava de dores de cabeça crônicas, um possível sintoma de uma lesão cerebral traumática. Mas não procurou tratamento. Sua mãe também desconfiava de que ele estivesse sofrendo de estresse pós-traumático. Mas ele negava e se recusava a ir ao médico, dizendo temer que o diagnóstico tornaria impossível encontrar um emprego. "As pessoas vão dizer que eu sou louco", dizia à mãe.
Especialistas dizem que os meses imediatamente após um membro em serviço deixar os serviço podem ser especialmente desorientadores e até mesmo perigosos. Antes vez isolados em unidades coesas, os novos veteranos precisam aprender a ser indivíduos novamente, mais livre porém mais sozinhos, cercados por uma sociedade que sabe pouco sobre a vida militar.
De volta à sua pequena cidade natal em Oklahoma, Prue, o cabo Toothman ficou entediado e se mudou para o Havaí, onde era sua antiga base. Mas não conseguiu encontrar emprego, voltou para Oklahoma, arrumou um emprego de guarda de prisão que odiava e começou a falar em se alistar novamente sem motivo.
"Ele estava tendo dificuldades em ser um civil", disse sua mãe, Louise Toothman.
Ela só não percebeu o quanto isso era difícil. Num fim de semana em outubro de 2012, ela foi com o filho comprar mantimentos e pegar a placa da nova caminhonete dele. Ele parecia contente. "Ele estava fazendo planos", disse ela.
Dois dias depois, ele se matou com uma espingarda que ela tinha lhe dado de presente.
Depois de sua morte, ela começou a descobrir pistas. Os registros médicos mostravam que, apesar de o filho negar o estresse pós-traumático, o Corpo de Fuzileiros Navais o haviam tratado para o transtorno, inclusive prescrevendo antidepressivos.
Ele também deixou uma carta angustiada que fez sua mãe acreditar que ele não conseguia esquecer o fato de ver seu amigo morrer no Iraque. "Eu guardei muita culpa e raiva e tristeza dentro de mim por muito tempo", ele escreveu para ela. "Eu estava muito envergonhado e era orgulhoso demais para dizer isso a você."
"Eu parei de beber e tentei lidar com isso sozinho e fracassei", continuou ele. "Desculpe te decepcionar. Eu estava realmente esperando ter uma morte louca, nobre, heroica. Eu amo você e não há nada que você ou qualquer outra pessoa possa fazer. Esta é a minha decisão. Desculpe por eu não ter sido forte o bastante."
Ms. Toothman chorou ao ler as palavras do filho. "Se eu soubesse dessas coisas, eu teria agido de outra forma", disse ela. "Eu teria estado ali."
Don Lipstein conhece esse sentimento.
Seu filho, o suboficial de Segunda Classe Joshua Lipstein, costumava beber muito na adolescência em Wilmington, Delaware. Mas motivado pelos ataques de 11 de setembro, quatro anos depois ele se alistou na Marinha e se entrou para uma tripulação de barco que parecia lhe dar um sentimento de satisfação, disse o pai. Ele fez planos para fazer uma carreira na Marinha.
Mas durante seu segundo envio ao Iraque, os médicos descobriram que ele tinha um tumor no cérebro e o enviaram de volta para casa. No final de 2009, ele passou por uma cirurgia que fez com que perdesse a audição de um ouvido. Transferido para uma função de escritório, ele parecia estar a caminho da alta médica. A perspectiva de perder uma carreira que ele amava era dolorosa.
Nos meses seguintes, lembra seu pai, ele se tornou dependente de analgésicos opioides. Ele disse ao pai que não era viciado, apenas se automedicava. Mas Lipstein o pressionou para se inscrever num programa de reabilitação de drogas. Isso não ajudou: meses depois, o suboficial Lipstein começou a usar heroína.
Até mesmo o nascimento de sua filha não pareceu aliviar suas lutas internas. Em março de 2011, enquanto ele estava aguardando a sua liberação final do serviço militar, falou com seu pai ao telefone. Lipstein percebeu o desânimo; alarmado, pediu ao filho para descarregar sua arma.
"Pai", ele respondeu: "não posso fazer isso". Ele se matou pouco tempo depois.
Lipstein, que dá palestras e aconselha sobre suicídio para o Programa de Assistência de Sobreviventes de Tragédias, uma organização sem fins lucrativos, diz que não culpa o serviço militar pela morte de seu filho, observando o quanto ele amava seu trabalho.
Mas ele se pergunta se os comandantes perderam sinais reveladores – um problema que o Pentágono reconhece que pode ser generalizado. Ele se pergunta se ele também os perdeu.
"Eu não o via como suicida", disse ele. "Olhando para trás, havia todos os tipos de estresse em sua vida. Se eu tivesse considerado que ele era um suicida, será que poderia ter feito algo para impedir isso?"
Buscando o que funcionaPara Kathryn Robinson, buscar tratamento para seu transtorno de estresse pós-traumático e pensamentos ocasionais sobre suicídio não era um problema. Mas encontrar um programa que funcionasse, sim.
Integrante da Guarda Nacional do Exército, ela foi enviada ao Iraque em 2007, como cinegrafista de combate. Lá, um atirador disparou contra um de seus dedos durante um tiroteio intenso. Após o serviço, ela se isolou dos amigos e da família e se tornou dependente de antidepressivos.
Mas ao contrário de alguns veteranos, Robinson, 45, que mora em Detroit, buscou tratamento várias vezes: um programa residencial para transtorno de estresse pós-traumático, um programa de recuperação de trauma para mulheres, a terapia com cavalos, musicoterapia, meditação transcendental, corrida.
Viajar parece ser o que mais funciona, diz ela. "Chamo isso de fugir da loucura."
Sob uma intensa pressão para expandir e melhorar os programas de tratamento e prevenção, as Forças Armadas já contrataram mais conselheiros de saúde mental, realizaram campanhas publicitárias para incentivar os soldados a buscar atendimento e instituíram programas de resiliência para ajudar a controlar o estresse através de dieta, exercício físico, hábitos de sono, meditação ou terapia. Comandantes estão sendo instruídos sobre como identificar os sinais indicadores de comportamento suicida, como um sistema de alerta precoce.
No entanto, a persistência de altas taxas de suicídio levantou questões sobre qual programa, se é que algum, funciona. De acordo com um relatório de 2010, o Departamento de Defesa tinha cerca de 900 atividades de prevenção ao suicídio, com várias "inconsistências, redundâncias e lacunas" nos serviços.
Alguns especialistas dizem que o Pentágono deveria se concentrar em programas que podem ter um impacto mais rápido. Alguns estudos sugerem, por exemplo, que simplesmente melhorar os hábitos de sono pode melhorar o bem-estar mental. Outros mostram que reforçar as conexões sociais, como incentivar comandantes ou amigos a enviarem "cartas atenciosas" para os membros do departamento com problemas, podem prevenir o suicídio.
Finalidade a natureza persistente do problema está levando a considerações mais séria do que os especialistas de prevenção do suicídio chamam de "restrição de meios", especialmente reduzindo o acesso a armas de fogo privadas.
"Se queremos limitar suicídio, devemos colocar a restrição dos meios à frente, porque ela funciona", diz o Dr. Bryan, da Universidade de Utah.
De fato, o Pentágono está considerando políticas para incentivar familiares a levarem suas armas de fogo pessoas para longe dos suicidas. Comandantes já tem a autoridade para confiscar armas de fogo militares dos membros potencialmente suicidas.
Mas qualquer programa parecido certamente será controverso e ganhará oposição dos defensores da Segunda Emenda. Woodson, o secretário-assistente de Defesa para assuntos de saúde, disse que o programa seria voluntário, mas os detalhes ainda estão sendo desenvolvidos.
Talvez o maior desafio que o Pentágono enfrenta seja simplesmente colocar os militares suicidas em tratamento. Pesquisas mostram que, apesar de campanhas para reduzir o estigma, muitos membros do serviço militar continuam acreditando que o tratamento é ineficaz ou prejudicará suas carreiras, diz o psiquiatra Charles Hoge, do Centro Médico Militar Nacional Walter Reed.
"O problema não é o tratamento específico, mas o fato de que os indivíduos não estão buscando cuidados ou estão abandonando os tratamentos", disse Hoge. "Há um esforço considerável para acabar com esse estigma. Mas o fato é que isso ainda é um grande problema".
Integrante da Guarda Nacional do Exército, ela foi enviada ao Iraque em 2007, como cinegrafista de combate. Lá, um atirador disparou contra um de seus dedos durante um tiroteio intenso. Após o serviço, ela se isolou dos amigos e da família e se tornou dependente de antidepressivos.
Mas ao contrário de alguns veteranos, Robinson, 45, que mora em Detroit, buscou tratamento várias vezes: um programa residencial para transtorno de estresse pós-traumático, um programa de recuperação de trauma para mulheres, a terapia com cavalos, musicoterapia, meditação transcendental, corrida.
Viajar parece ser o que mais funciona, diz ela. "Chamo isso de fugir da loucura."
Sob uma intensa pressão para expandir e melhorar os programas de tratamento e prevenção, as Forças Armadas já contrataram mais conselheiros de saúde mental, realizaram campanhas publicitárias para incentivar os soldados a buscar atendimento e instituíram programas de resiliência para ajudar a controlar o estresse através de dieta, exercício físico, hábitos de sono, meditação ou terapia. Comandantes estão sendo instruídos sobre como identificar os sinais indicadores de comportamento suicida, como um sistema de alerta precoce.
No entanto, a persistência de altas taxas de suicídio levantou questões sobre qual programa, se é que algum, funciona. De acordo com um relatório de 2010, o Departamento de Defesa tinha cerca de 900 atividades de prevenção ao suicídio, com várias "inconsistências, redundâncias e lacunas" nos serviços.
Alguns especialistas dizem que o Pentágono deveria se concentrar em programas que podem ter um impacto mais rápido. Alguns estudos sugerem, por exemplo, que simplesmente melhorar os hábitos de sono pode melhorar o bem-estar mental. Outros mostram que reforçar as conexões sociais, como incentivar comandantes ou amigos a enviarem "cartas atenciosas" para os membros do departamento com problemas, podem prevenir o suicídio.
Finalidade a natureza persistente do problema está levando a considerações mais séria do que os especialistas de prevenção do suicídio chamam de "restrição de meios", especialmente reduzindo o acesso a armas de fogo privadas.
"Se queremos limitar suicídio, devemos colocar a restrição dos meios à frente, porque ela funciona", diz o Dr. Bryan, da Universidade de Utah.
De fato, o Pentágono está considerando políticas para incentivar familiares a levarem suas armas de fogo pessoas para longe dos suicidas. Comandantes já tem a autoridade para confiscar armas de fogo militares dos membros potencialmente suicidas.
Mas qualquer programa parecido certamente será controverso e ganhará oposição dos defensores da Segunda Emenda. Woodson, o secretário-assistente de Defesa para assuntos de saúde, disse que o programa seria voluntário, mas os detalhes ainda estão sendo desenvolvidos.
Talvez o maior desafio que o Pentágono enfrenta seja simplesmente colocar os militares suicidas em tratamento. Pesquisas mostram que, apesar de campanhas para reduzir o estigma, muitos membros do serviço militar continuam acreditando que o tratamento é ineficaz ou prejudicará suas carreiras, diz o psiquiatra Charles Hoge, do Centro Médico Militar Nacional Walter Reed.
"O problema não é o tratamento específico, mas o fato de que os indivíduos não estão buscando cuidados ou estão abandonando os tratamentos", disse Hoge. "Há um esforço considerável para acabar com esse estigma. Mas o fato é que isso ainda é um grande problema".
Incentivando a buscar ajudaPor esse motivo, a primeira política ampla do Pentágono de prevenção do suicídio, a ser lançado este ano, exigirá que os "líderes fomentem um clima de comando que incentive o pessoal do Departamento de Defesa a procurar ajuda", disse Jacqueline Garrick, diretora interina do Escritório de Prevenção do Suicídio do Departamento de Defesa, no Congresso em março.
Theresa Taylor se pergunta se qualquer coisa parecida teria salvado seu filho, o especialista Hook, que parecia passar por uma falha do sistema depois da outra.
Sua família tinha uma longa história de serviço militar. Ela, que é veterana da Força Aérea, encorajou-o a se alistar porque ele um rapaz brilhante que ia mal nos estudos e usava drogas. Ela esperava que o serviço militar o ajudasse a crescer.
Por dois anos, ele pareceu prosperar como oficial médico da 82ª Divisão Aérea. Mas em 2010, sua vida saiu vertiginosamente dos trilhos. Ele parecia profundamente afetado pelo sofrimento que testemunhou durante uma missão humanitária ao Haiti, no início daquele ano. Nos meses seguintes, teve problemas com sua noiva. Uma prisão por dirigir a 260 quilômetros por hora. Uma recaída nas drogas.
Quando ele visitou a mãe em Louisiana em outubro de 2010, parecia agitado, "não estava numa situação boa", disse ela. Ele tinha começado a tomar antidepressivos e parecia temer que seu sonho de entrar para a elite da Guarda do Exército estava se tornando cada vez mais distante. Para aumentar seu estresse, ele deveria ser enviado ao Afeganistão no mês de março do ano seguinte.
"Ele não queria ir", disse Taylor. "Não tinha nada a ver com a guerra ou o Exército. Ele sentia que precisava acertar sua vida."
À medida que o Natal se aproximava, Taylor soube que ele havia pedido à sua noiva para fazer um pacto de suicídio. Ela contou aos comandantes de Fort Bragg e eles prometeram colocá-lo sob vigília de suicídio.
Mas um profissional de saúde mental do posto militar decidiu que ele não era um suicida e o liberou para sair de férias, disse a senhora Taylor. No dia seguinte, ele esfaqueou um traficante de drogas enquanto tentava recuperar um relógio Rolex, um presente estimado que ele havia trocado por drogas, disse a mãe.
Seu sargento, a quem ele contou sobre o esfaqueamento, levou-o para se entregar. Mas no caminho para a delegacia, o especialista Hook ligou para sua noiva e disse, "nos vemos do outro lado". Então ele saiu do carro e se matou com uma pistola que havia pego de um amigo. Ele morreu no dia de Natal aos 20 anos de idade.
A senhora Taylor reconhece que muitos dos problemas de seu filho eram anteriores ao alistamento. Mas ela é assombrada por um disco riscado de dúvidas sobre se ela, os amigos do seu filho ou seus comandantes, poderiam ter feito mais para ajudá-lo.
"Há culpa o bastante para todos os envolvidos", disse ela. "O único motivo pelo qual se pode culpar alguém é o fato de ele ser tão jovem. Se ele tivesse 40 anos e estivesse se debatendo dessa forma, você diria que ele já deveria ter aprendido. Mas ele não tinha."
Theresa Taylor se pergunta se qualquer coisa parecida teria salvado seu filho, o especialista Hook, que parecia passar por uma falha do sistema depois da outra.
Sua família tinha uma longa história de serviço militar. Ela, que é veterana da Força Aérea, encorajou-o a se alistar porque ele um rapaz brilhante que ia mal nos estudos e usava drogas. Ela esperava que o serviço militar o ajudasse a crescer.
Por dois anos, ele pareceu prosperar como oficial médico da 82ª Divisão Aérea. Mas em 2010, sua vida saiu vertiginosamente dos trilhos. Ele parecia profundamente afetado pelo sofrimento que testemunhou durante uma missão humanitária ao Haiti, no início daquele ano. Nos meses seguintes, teve problemas com sua noiva. Uma prisão por dirigir a 260 quilômetros por hora. Uma recaída nas drogas.
Quando ele visitou a mãe em Louisiana em outubro de 2010, parecia agitado, "não estava numa situação boa", disse ela. Ele tinha começado a tomar antidepressivos e parecia temer que seu sonho de entrar para a elite da Guarda do Exército estava se tornando cada vez mais distante. Para aumentar seu estresse, ele deveria ser enviado ao Afeganistão no mês de março do ano seguinte.
"Ele não queria ir", disse Taylor. "Não tinha nada a ver com a guerra ou o Exército. Ele sentia que precisava acertar sua vida."
À medida que o Natal se aproximava, Taylor soube que ele havia pedido à sua noiva para fazer um pacto de suicídio. Ela contou aos comandantes de Fort Bragg e eles prometeram colocá-lo sob vigília de suicídio.
Mas um profissional de saúde mental do posto militar decidiu que ele não era um suicida e o liberou para sair de férias, disse a senhora Taylor. No dia seguinte, ele esfaqueou um traficante de drogas enquanto tentava recuperar um relógio Rolex, um presente estimado que ele havia trocado por drogas, disse a mãe.
Seu sargento, a quem ele contou sobre o esfaqueamento, levou-o para se entregar. Mas no caminho para a delegacia, o especialista Hook ligou para sua noiva e disse, "nos vemos do outro lado". Então ele saiu do carro e se matou com uma pistola que havia pego de um amigo. Ele morreu no dia de Natal aos 20 anos de idade.
A senhora Taylor reconhece que muitos dos problemas de seu filho eram anteriores ao alistamento. Mas ela é assombrada por um disco riscado de dúvidas sobre se ela, os amigos do seu filho ou seus comandantes, poderiam ter feito mais para ajudá-lo.
"Há culpa o bastante para todos os envolvidos", disse ela. "O único motivo pelo qual se pode culpar alguém é o fato de ele ser tão jovem. Se ele tivesse 40 anos e estivesse se debatendo dessa forma, você diria que ele já deveria ter aprendido. Mas ele não tinha."
Isso também é muito comum nas polícias Civil e Militar no Brasil, é totalmente compreensível para quem veste a pele do lobo e deve ser respeitada essa opção .
ResponderExcluirAí turma, deem uma olhadela nas estatística da forças armadas de iSSrael e tirem suas conclusões pq os números se parecem. Dica: matar indefesos (covardia) dá nisso aí, e ainda se esquecem que a justiça Divina tarda mas não falha!
ResponderExcluirEstá aí uma estatística que derruba a tua :
Excluirhttp://www.toptuga.pt/cultura/item/318-top-10-dos-artistas-famosos-que-se-suicidaram
-----
http://super.abril.com.br/blogs/historia-sem-fim/6-personagens-historicos-que-se-suicidaram/
Deixem ambos ajudar aos seus inimigos...continuem, e seja doravante o triplo. Mt bom.sds.
ResponderExcluir