Social Icons

https://twitter.com/blogoinformantefacebookhttps://plus.google.com/103661639773939601688rss feedemail

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Abuso sexual nas Forças Armadas gera alarme em Washington


O coronel da Aeronáutica Jeffrey Krusinski, 41, foi acusado de agressão sexual
O problema do abuso sexual nas Forças Armadas entrou em primeiro plano em Washington na terça-feira (7) quando o Pentágono divulgou uma pesquisa estimando que 26 mil pessoas foram vítimas de ataques sexuais no ano passado, uma alta em relação a 19 mil pessoas em 2010. O presidente Obama, revoltado, e o Congresso exigiram atitudes.

O estudo, baseado em uma pesquisa confidencial enviada a 108 mil membros ativos das Forças Armadas foi divulgado dois dias depois do oficial responsável pelos programas de prevenção de ataques sexuais da Aeronáutica ter sido preso e acusado de agressão sexual por agarrar os seios e as nádegas de uma mulher em um estacionamento em Arlington, na Virgínia.

Em uma conferência de imprensa na Casa Branca, Obama expressou exasperação diante do fracasso das tentativas do Pentágono para controlar o abuso sexual.

"O ponto é, não tenho tolerância alguma para isso", disse Obama em resposta a uma pergunta sobre a pesquisa. "Se descobrimos alguém envolvido nessas coisas, essa pessoa tem que ser responsabilizada, julgada, retirada de sua posição, levada à Corte marcial, despedida, dispensada com desonra. E ponto final".

O presidente disse que ordenou ao secretário de Defesa, Chuck Hagel, "que aumentasse o esforço exponencialmente" para impedir crimes sexuais e que queria que as vítimas militares de ataques sexuais soubessem que ele as protegia.

Em relatório separado divulgado na terça-feira, os militares registraram 3.374 registros de abusos sexuais no ano passado, quando haviam sido 3.192 em 2011, sugerindo que muitas vítimas continuam evitando denunciar os crimes por medo de vingança ou pela falta de justiça sob o sistema de averiguação do departamento.

Enquanto isso, o Pentágono se prepara para integrar as mulheres formalmente no que já foi um domínio apenas masculino, o combate, tornando ainda mais urgente o monitoramento, o policiamento e o julgamento de má-conduta sexual.

Os oficiais do Pentágono disseram que quase 26 mil homens e mulheres da ativa tinham respondido à pesquisa sobre abuso sexual. Desses, 6,1% das mulheres e 1,2% dos homens disseram que tinham sofrido abuso sexual no ano passado. O abuso foi definido pela pesquisa como tudo, desde o estupro até "toques sexuais indesejados" de genitália, seios, nádegas ou a parte interna das coxas.

A partir dessas percentagens, o Pentágono extrapolou que 12,1 mil das 203 mil mulheres da ativa e 13,9 mil dos 1,2 milhão de homens passaram por algum tipo de abuso sexual. Em 2010, uma pesquisa similar desenvolvida pelo Pentágono revelou que 4,4% das mulheres e menos de 0,9% dos homens da ativa tinham sofrido abusos.

Os oficiais do Pentágono não conseguiram explicar o motivo para o grande aumento nas agressões às mulheres, mas acreditam que mais vítimas, tanto homens quanto mulheres, estão optando pela denúncia. Na população em geral, cerca de 0,2% das mulheres com mais de 12 anos foram vítimas de abuso sexual em 2010, o ano mais recente para o qual há dados disponíveis, de acordo com o Departamento de Estatísticas da Justiça.

Em resposta ao relatório, Hagel disse na terça-feira que o Pentágono estava instituindo um novo plano que determina que os chefes de serviço incorporem programas contra abuso sexual em seus comandos.

"O que está ocorrendo simplesmente não é aceitável", disse Hagel. "Vamos controlar isso".

O relatório rapidamente pegou fogo no Capitólio, onde as mulheres do Comitê das Forças Armadas do Senado expressaram sua revolta a dois oficiais da Aeronáutica que sugeriram que estavam progredindo em pôr fim ao problema.

"Se o responsável pela prevenção de abuso sexual na Aeronáutica está sendo acusado de ter cometido um ataque sexual neste final de semana, obviamente há um fracasso no treinamento e na compreensão do que é um ataque sexual e o quão corrosivo e nocivo isto é para a boa ordem e disciplina", disse a senadora Kirsten Gillibrand, democrata de Nova York.

Gillibrand, que quase gritou ao se dirigir a Michael B. Donley, secretário da Aeronáutica, disse que o padrão de abusos sexuais estava "minando a credibilidade da maior força militar do mundo".

Ela e alguns outros membros do comitê querem que todos os militares que tenham cometido abusos sexuais sejam dispensados e querem substituir o atual sistema de adjudicação de ataques sexuais, tirando esses casos de dentro da hierarquia de comando. A senadora está se focando particularmente nas decisões, inclusive uma feita recentemente por um oficial da Aeronáutica, de reverter, com poucas explicações, vereditos de casos de ataques sexuais.

A senadora Claire McCaskill, democrata de Missouri, que também faz parte do Comitê de Forças Armadas do Senado, está questionando a nomeação da coronel da Aeronáutica Susan J. Helms para o cargo de vice-comandante do Comando Espacial da Aeronáutica. McCaskill disse que queria mais informações sobre a decisão da coronel de derrubar uma condenação por júri em um caso de ataque sexual no ano passado.

O general Mark A. Welsh III, comandante da Aeronáutica, disse ao comitê na mesma audiência na terça-feira que estava "chocado" com a conduta e a prisão do coronel Jeffrey Krusinkski, oficial da Aeronáutica acusado de agressão sexual no domingo. A polícia disse que o coronel Krusinski estava bêbado quando abordou a mulher no estacionamento e que a vítima, por fim, conseguiu se desvencilhar dele e chamar a polícia.

Hagel procurou Donley na segunda-feira (6) à noite para expressar sua "revolta e repulsa" quanto à questão, segundo declaração do Pentágono.

McCaskill foi particularmente crítica do coronel Krusinski assim como da Aeronáutica por responsabilizá-lo pela prevenção de abusos sexuais. "É difícil acreditar que alguém possa ser acusado de tal comportamento com uma estranha total e não ter nada em sua ficha", disse ela.

Enquanto Hagel e outros nas Forças Armadas parecem abertos a mudanças no sistema que permite que as decisões sejam revertidas, eles continuam arredios à ideia de tirar a Justiça militar da hierarquia de comando.

"Acredito fortemente que a autoridade tem que permanecer dentro da estrutura de comando", disse Hagel, que deve encontrar objeções à sua posição na medida em que a questão continuar sendo avaliada pelo comitê.

Sob o plano de Hagel, os militares procurariam rapidamente formas de responsabilizar os comandantes por ataques sexuais. Os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica e dos Fuzileiros Navais têm até o dia 1º de novembro para expor suas descobertas. Hagel também determinou que os serviços inspecionem até o dia 1º de julho os locais de trabalho, inclusive as academias, em busca de materiais potencialmente ofensivos.

4 comentários:

  1. E no Brasil, como esta ?


    ResponderExcluir
    Respostas
    1. No Brasil somente os praças são punidos.
      Lá o tribunal militar funciona, aqui deveria ser extinto. Quem é militar sabe o que falo. Cabidão de emprego.

      Excluir
    2. Não sabe o que fala pra dizer tanto absurdo assim. Mais respeito com as forças armadas!.. Jornada de trabalho? Estrutura nas fronteiras? Vida de quartel e vida de campo? Insubordinado que confunde vida civil com a militar vide seus direitos? Se informe!.. "No Brasil" ... Adoram falar "Do Brasil" É bonito falar mal!... Soa chique né!... Mesmo sem saber comparar países nem P.. Nenhuma.

      Excluir
    3. Anônimo do 21:22
      Quem é que faltou com o respeito às forças armadas? Não é novidade pra nenhum militar que o julgamento de praças e oficias é desigual. A corta sempre arrebenta no lado mais fraco.
      E se atenha ao que eu escrevo e não a devaneios de sua mente!

      Excluir