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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Brasil e França negociam acordo para fabricação de supercomputador

Acima parte do supercomputador francês Bullx B510; Esse computador é o mais potente de França e o 9º mais potente do mundo

O Brasil e a França negociam um acordo para a produção industrial de supercomputadores em território brasileiro, o que poderá marcar uma nova etapa na cooperação entre os países na área de tecnologia. As negociações poderão ter um impulso político durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Paris, em dezembro, quando a transferência de tecnologia estará com destaque na agenda de acordos bilaterais entre os países.

O embaixador brasileiro em Paris, José Mauricio Bustani, destaca a importância de o Brasil ter acesso à tecnologia de computação de alto desempenho, considerado essencial para operações da Petrobras, das Forças Armadas e de laboratórios de pesquisa. A tecnologia, capaz de efetuar bilhões de cálculos complexos em segundos, ajudará em áreas como geo-monitoramento avançado, prospecção e produção petrolífera, desenvolvimento de projetos na indústria médico-farmacêutica, serviços bancários e na área militar, disse o embaixador.

A francesa Bull, que trabalha em colaboração com o governo francês, entregou recentemente uma carta-compromisso ao governo brasileiro para se engajar ao projeto de cooperação bilateral em supercomputação. A empresa prevê ações de desenvolvimento conjunto de pesquisa e desenvolvimento, produção industrial no território brasileiro e a criação de um centro tecnológico de supercomputação no Brasil.

A avaliação em Paris é que essa cooperação permitirá ao Brasil dar um salto tecnológico de mais de 20 anos de pesquisa. Alem disso, o país participaria no desenvolvimento de novas fronteiras nessa área.

Em 2011, os dois governos assinaram uma declaração de intenções para desenvolver projetos em computação de alto desempenho. Mas, se do lado francês a Bull é a empresa engajada, do lado brasileiro falta definir quem centralizará as operações quando a negociação for concluída.

A tecnologia de computação de alto desempenho é detida por poucos países, como EUA, França, China e Japão. Globalmente, esse mercado movimentou pouco mais de US$ 10 bilhões em 2011. A diferença é que com o apoio francês o Brasil pode ter acesso à tecnologia, dizem as fontes.

Recentemente, os EUA voltaram a ocupar a 1ª posição no ranking de supercomputadores mais rápidos do mundo. A IBM criou o Sequoia, superando o japonês K, da Fujitsu. A IBM já fabricou cinco das dez máquinas mais rápidas do mundo. A francesa Bull está entre os maiores fabricantes do setor.

A nova máquina é a primeira a superar a barreira dos 16 petaflops por segundo, o que representa nada menos de 16,3 milhões de operações por segundo. A BBC calculou que seria necessário o trabalho de 6,7 bilhões de pessoas equipadas de uma calculadora manual, durante 320 anos, para obter o equivalente de uma hora de cálculos do Sequoia.

No caso da França, a cooperação com o Brasil tem avançado, disse o embaixador Bustani. "É a verdadeira parceria estratégica, a França é o único país que está transferindo tecnologia para o Brasil." Essa transferência ocorre na primeira parte da cooperação, que envolve a produção conjunta de helicópteros e submarinos.

A nova fase da cooperação pode vir com o supercomputador. A máquina da Bull é um "cérebro da França", no resumo de uma analista, que processa dados de cédulas de identidade ao controle do armamento nuclear do país.

Para os franceses, o interesse na parceria estratégica com o Brasil é mais significativo no contexto atual. A crise econômica é forte e suas empresas sabem que o mercado brasileiro continuará em expansão. A questão não se limita a vender equipamentos, mas em desenvolver em conjunto e repartir custos e conhecimentos. Para Bustani, se o acordo for assinado este ano, até 2014 os primeiros resultados do projeto no Brasil vão aparecer.

O Brasil tem três máquinas na lista dos 500 principais supercomputadores do mundo, organizada pela Top 500.org (a principal referência do setor): o Grifo04, da Petrobras (68ª posição); o Tupã, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, na 79ª; e o Galileu, do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa e Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na 456ª.

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