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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Le Monde: Envolvimento de socialite afeta serviço secreto americano

Jill Kelley

Sem ela, o FBI provavelmente nunca teria interferido no caso do general Petraeus. Em junho, Jill Kelley, 37, comunicou a um amigo do FBI sobre os e-mails anônimos que lhe advertiam a não se aproximar demais do general Petraeus em Tampa, onde se encontra o comando central das forças americanas no Oriente Médio e na Ásia central (CentCom). Esse gesto desencadeou o inquérito que não somente obrigou o general Petraeus a renunciar, como levou à investigação do general John Allen, o comandante das forças aliadas no Afeganistão.

Jill Kelly é aquilo que se chama de socialite: uma mulher que faz caridade e frequenta festas. E, de acordo com os amigos do general Allen, uma “socialite rica e desocupada”. O oficial deveria ser confirmado pelo Senado esta semana em suas novas funções de comandante-chefe das forças da Otan na Europa. Arrastado pelo caso Petraeus, ele viu sua nomeação ser suspensa na terça-feira (13) pelo presidente Obama. O FBI descobriu centenas de e-mails, o equivalente a 20 mil a 30 mil páginas de documentos, trocados com Jill Kelley, alguns em um tom de “potencial flerte”, segundo os investigadores.

Por intermédio de pessoas de seu círculo, o general informou que não teve nenhum caso com Jill Kelley, que nunca se encontrou sozinho com ela e que parte das mensagens também eram dirigidas à sua esposa. Se aconteceu de ele usar o termo “sweetheart” (“querida”), foi porque ele tem o temperamento caloroso do Sul, elas garantiram – o general é do Estado da Virgínia. O Pentágono abriu uma investigação interna (o adultério é considerado passível de processos pela justiça militar).

“Consulesa honorária” da Coreia
Originária de uma família libanesa, que chegou de Jounieh nos anos 1970, Jill Khawam Kelly é mulher de um cirurgião oncologista. O casal possui uma mansão na baía de Tampa, perto da base aérea MacDill que abriga o CentCom. Quando Petraeus foi enviado para lá, entre 2008 e 2010, ela dava festas com champanhe e ensembles de música clássica onde se misturavam a nata da cidade e os militares da coalizão. Em setembro, quando a irmã de Jill, Natalie, divorciada de um ex-membro da administração Bush, perdeu a guarda de seu filho, o diretor da CIA e o general mais ocupado do país pararam para escrever ao juiz depondo em seu favor.

Jill Kelley se gabava de ser uma voluntária em “contato social” para os militares, o que lhe dava acesso a uma base de alta segurança. Perseguida pela imprensa, ela perguntou à polícia se não teria direito de receber proteção diplomática, sendo “consulesa honorária” da Coreia do Sul, como prova a placa de sua Mercedes. Os jornalistas que esmiuçaram as contas do casal atestaram inúmeros processos por questões imobiliárias, e a falência da fundação anticâncer que ele havia fundado. Antecipando o fato de que o caso poderia ir longe, Jill Kelley recrutou o advogado do ex-senador John Edwards, cuja carreira havia sido arruinada por um caso extraconjugal, e a empresa de relações públicas que defendeu a ex-estagiária da Casa Branca, Monica Lewinsky.

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