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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Tropas congolesas tentam se reorganizar para enfrentar rebeldes

O líder do grupo rebelde M23, o brigadeiro-general Sultani Makenga (sentado)

Nada havia preparado Minova para receber um exército despedaçado. A pequena vila rural à beira do lago Kivu está saturada de soldados do exército regular congolês, de bolsos vazios, hesitando entre desejos de revanche e de debandada. Alguns fugiram para Goma depois de serem expulsos de lá pelos rebeldes do M23, no dia 18 de novembro. Outros foram levados nos últimos dias de Bukavu, ao sul, para fazer número e bloquear o caminho dos rebeldes na direção de outras conquistas.

Enquanto isso, em Minova, as Forças Armadas Congolesas (Fardc) exploram a população local. Milhares de homens se espalharam pelos bairros. Um acampamento foi improvisado no campo de futebol. Mas o grosso da tropa se arrasta pelas ruas.

Na estrada, soldados colocam para secar uniformes de combate, saem para fazer compras, brigam. Alguns abriram mini-tabacarias no gramado e vendem pirâmides de cigarros Supermatch, provavelmente roubados na noite anterior. Por duas vezes estouraram conflitos entre lealistas em Minova em meio aos saques.

Foi aqui que o general François Olenga mal, pouco após ter sido nomeado para liderar as forças terrestres após a suspensão de seu antecessor, veio tentar recolocar o exército congolês em condições de combate. No domingo (26), com os chefes militares das regiões de Kivu do Norte e de Kivu do Sul, ele inspecionou essa tropa em particular, composta por pessoas que chegaram após dias de marcha com suas famílias, e que gostam de exibir suas armas enquanto andam de moto-táxis.

O general, homem de pulso firme, está decidido a restaurar a ordem e partir para o ataque a Goma. “A patria está em perigo!”, ele exclama diante da paróquia dos padres maristas onde uma reunião das autoridades militares foi organizada. “O inimigo pode vir, não temos medo. (…) Podemos retomar combate a qualquer momento. (…) Mas não se pode fazer guerra e defender a pátria junto com traidores.” Esses traidores são os oficiais suspeitos de terem sabotado a defesa de Goma, sobretudo impedindo o uso de certos meios (tanques, helicópteros). O general sugere “executar” esses oficiais cujo nome ele não cita.

Provavelmente atiçados por esse novo tom, os soldados já falam em “marchar sobre Goma”, e afirmam “já estar a caminho”, mas tomam a direção contrária, para o mercado, antes de serem dispersados por chuvas torrenciais. Um deles veio a pé do norte de Goma onde as Fardc começaram a se desmembrar há dez dias. Ele não tem certeza da posição exata de seu comando, afirmando que “faltam celulares” para saber, e aproveita para pedir um pouco de dinheiro.

Para além de Minova, e antes de chegar às zonas mantidas pelo M23, são aliados das forças lealistas que controlam a estrada. Os tradicionais milicianos mai-mai da Aliança dos Patriotas por um Congo Libre e Soberano (APCLS) do general Janvier Banyene, ex-empresário especializado em minérios, também se instalaram às margens do lago, nos arredores de Shasha.

Na quinta-feira (22), foram seus homens que lideraram o contra-ataque da cidade de Saké, cruzamento situado a cerca de vinte quilômetros de Goma. Os mai-mai penetraram na cidade. Eles deviam se abastecer ali com o apoio das tropas regulares, mas não receberam nada e se fragmentaram com baixas. O líder dessa operação, comandando “o eixo da margem do lago”, o coronel Mirimo Porini, instalou seu posto de comando no meio de uma plantação de milho.

De lá, ele sonha em reconquistar Goma, mas admite ter lançado o ataque de Saké “com 23 elementos”. “Iniciei os combates em Saké e me traíram. Agora só aceito ordens de meu general [Janvier Banyene]. É preciso reformar nosso exército, é preciso que ele seja formado por patriotas.” Seu celular toca: “Águia branca para leão negro, na escuta!” É só para anunciar um ataque iminente de rebeldes.

Desde sábado (24), após uma cúpula na vizinha Uganda, os chefes de Estado da região, apoiados pela União Africana, vêm pedindo aos rebeldes que retirem suas tropas de Goma, e que voltem para as posições mantidas antes da ofensiva para negociar com o governo congolês. O M23 está com os efetivos reduzidos e talvez esteja no limite de suas possibilidades de conquista sem o apoio de grupos aliados. Uma fonte dentre os rebeldes nos declarou durante o fim de semana: “Agora é tudo ou nada”.

2 comentários:

  1. Esse meus primos só sabem se matar, então, q se matem.Lamentável. sds.

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  2. Lá vai a ONU se meter estão dizendo que enviarão helicópteros para deterem os ataques do M23,pô que coincidência op Congo tem ouro e várias outras riquesas, como sempre se metem na política dos outros e tudo isso em nome da democracia e dos direitos humanos hahaha

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