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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Situação em Mali é delicada

Militantes do National Movement for the Liberation of Azawad

A opção de uma intervenção militar no norte do Mali, controlado por grupos jihadistas, permanece em aberto, mas está sendo contida. Agora que a ONU deverá em breve dar o sinal verde para plano de intervenção da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), a ala dos partidários de uma “solução política”, liderados pela Argélia, retoma o controle.

Paralelamente a um encontro no domingo (25) com seu colega turco em Argel, o ministro argelino das Relações Exteriores, Mourad Medelci, anunciou a realização em breve de um encontro entre todas as partes que dizem respeito “ao irmão Mali”. “A Argélia era a favor do diálogo, empregou esforços nesse sentido com diversos países (...) e esses esforços deram seus frutos fazendo da solução política a principal solução”, ele comemorou. Essa solução, explicou Medelci, “se baseia no diálogo entre os malineses, sejam eles do norte ou do sul, rebeldes ou governistas”. Ou até aliados dos jihadistas.

De fato, Argel não tem poupado esforços para levar à mesa de negociações o grupo Ansar Dine, liderado pelo tuaregue Iyad Ag Ghali, que ele conhece bem, embora seja aliado da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI). Assim, uma delegação do Ansar Dine está novamente na capital argelina, há alguns dias. As autoridades argelinas esperam isolar a AQMI e sobretudo o Movimento pela Unicidade e o Jihad na África Ocidental (Mujao), que detém três reféns argelinos (um quarto teria sido morto), sobre quem Argel não diz nada.

A posição da Argélia, teoricamente apoiada por Burkina Fasso, se viu reforçada pela mudança quanto a esse caso de Mohamed Ould Abdel Aziz, o chefe do Estado mauritano que garante que seu país não estava “disposto a entrar numa guerra”. A isso se devem somar as declarações do enviado especial da ONU sobre o Sahel, Romano Prodi. No dia 20 de novembro, a partir de Rabat, no Marrocos, onde ele estava, o ex-presidente do Conselho italiano descartou que uma intervenção militar pudesse ocorrer, na melhor das hipóteses, “antes de setembro de 2013”. “Minha missão é fazer tudo pela paz e evitar a guerra”, ele garantiu. Foram sinais percebidos como vitória de sua diplomacia em Argel. “Essa declaração [de Romano Prodi] destroça a opção da França, que queria se comportar como um elefante em uma loja de porcelana ao escolher uma rápida intervenção militar”, afirmou o jornal “El Watan”, em sua edição de 23 de novembro.

"Um país amigo"
Parceira em todos os acordos de fim de conflito assinados desde os anos 1990 entre os tuaregues e o Mali, a Argélia pretende continuar sendo uma interlocutora privilegiada sobre um assunto que ameaça sua própria segurança interna no sul. “A Argélia está aberta ao diálogo com os irmãos malineses há vinte anos”, lembrou o ministro das Relações Exteriores, Mourad Medelci. Oficialmente, os tuaregues são gratos a ela. “É um país amigo que sempre esteve lá nos momentos mais difíceis e concordamos que uma intervenção militar traria mais caos”, comenta Moussa Ag Assarid, presidente do escritório para a Europa do Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA).

No entanto, extraoficialmente, o MNLA recebeu com alívio a nomeação de Prodi, no início de outubro. Estava fora de questão para o movimento separatista tuaregue, apesar das divisões internas, aceitar na mesa de negociações os irmãos inimigos do Ansar Dine. Além disso, eles enfatizam que bastaria que a Argélia cortasse o abastecimento de combustível dos grupos armados para resolver boa parte do problema no norte do Mali…

De qualquer forma, esse ativismo diplomático mobilizado por Argel, que contrasta especialmente com sua apatia no momento do conflito líbio, atrapalha o presidente francês François Hollande. Em um comunicado de 20 de novembro, o Palácio do Eliseu ressaltava o “papel ativo da França dentro do Conselho de Segurança da ONU a favor da adoção de uma resolução, ao longo do mês de dezembro, autorizando o envio de uma força africana para o Mali”. O texto admitia simplesmente em três palavras, nas últimas linhas, a “necessidade de um reforço do diálogo político”. Estava previsto para que na terça-feira (27) o ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, recebesse o primeiro-ministro malinense Cheick Modibo Diarra, para falar sobre “os aspectos políticos e militares” da crise malinesa, segundo o Ministério.

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