General David Petraeus |
Em seu segundo mandato na Casa Branca, Obama sabe que terá de enfrentar desafios sérios de segurança, como o impasse com o Irã, a guerra civil na Síria e a retirada americana do Afeganistão.
Petraeus, respeitado por seu trabalho no Iraque e no Afeganistão, teria sido uma importante fonte de conselhos sobre esses assuntos. Arcar com sua perda -em razão de um caso extraconjugal- será difícil para Obama.
Mas, ao se preparar para apontar um novo diretor, o presidente pode aproveitar a chance para repensar a estratégia de combate ao terrorismo adotada pela agência, contendo seus excessos.
Desde os ataques terroristas de 11 de Setembro, a CIA deixou de ser uma organização de coleta de informações e se tornou uma agência paramilitar que mata suspeitos de terrorismo no Paquistão, no Oriente Médio e na África.
A indicação de Petraeus para a CIA, em 2011, depois de 37 anos no Exército, cristalizou essa mudança.
Neste ano, ele teria ordenado uma grande expansão no arsenal de aeronaves não tripuladas (drones) usadas para ataques pela CIA, com o objetivo de ampliar as operações contra os jihadistas.
Mas as operações de drones são alvo de questionamento jurídico, moral e político cada vez mais intenso.
As Forças Armadas regulares dos EUA há muito usam drones de vigilância e ataque para complementar suas operações no Afeganistão.
Mas tendem a prestar contas publicamente por essas operações. Já a CIA opera drones de bases secretas, matando suspeitos de terrorismo sem prestar contas a quaisquer instituições externas.
No segundo mandato de Obama, essa política precisa mudar. Ações desse tipo não só são questionáveis juridicamente como agem contra os interesses dos EUA.
Como disse Kurt Volker, embaixador americano à Otan (aliança militar ocidental) no governo de George W. Bush, elas dão aos estrangeiros a impressão de que os Estados Unidos são um país "com uma lista permanente de alvos a eliminar".
Nenhum comentário:
Postar um comentário