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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Mulher de ex-líder da Alemanha Oriental exilada no Chile sente saudades da nação alemã


Erich Honecker

Ela pode ser “dura” e “esportiva”, mas a mulher exilada do ex-líder da Alemanha Oriental ainda tem saudades de casa. Margot Honecker sonha com as florestas e os cogumelos selvagens da Alemanha, segundo diz o autor de um novo livro sobre o marido dela.

Há cerca de 20 anos, Margot Honecker, a viúva do líder alemão-oriental de linha dura Erick Honecker, vive no exílio. A residência dela em Santiago, no Chile, fica muito longe da sua nativa Alemanha, um país do qual ela ainda sente saudades.

Essa mulher de 84 anos de idade encontrou-se com o escritor Frank Schuhmann no Chile, e ele anunciou que a ex-ministra da Educação da Alemanha comunista está com saudades de casa. “Ela vive com a cabeça voltada para a Alemanha”, disse Schuhmann ao jornal “Berliner Kurier”, na última segunda-feira (6).

As florestas e os cogumelos alemães são algumas das coisas das quais ela sente mais falta, disse Schuhmann, descrevendo a mulher idosa como “muito segura de si”, “dura”, “esportiva” e “intelectualmente muito ativa”. De fato, Margot Honecker disse que continua a se informar sobre os acontecimentos atuais da Alemanha por meio da Internet, na qual ela passa de cinco a seis horas por dia. No ano passado, uma entrevista com o neto dela revelou que Margot Honecker também lê a “Spiegel Online” todas as manhãs.

No outono alemão de 2011, ela entregou a Schuhmann o diário de 400 páginas que o seu marido escreveu enquanto esteve preso na Penitenciária Moabit, em Berlim, a partir de julho de 1992. O escritor transformou o diário em um livro, intitulado “Letzte Aufzeichnungen - Für Margot", ou “Anotações Finais – Para Margot”, que deverá ser publicado na Alemanha em 16 de fevereiro.

Schuhmann já havia publicado um livro de 250 páginas em 1994 chamado “"Moabiter Notizen”, ou “Anotações de Moabit”, que inclui os comentários de Honecker sobre os acontecimentos políticos durante o período em que ele esteve encarcerado. Mas esse livro mais recente incluirá uma quantidade maior de observações pessoais do ex-líder comunista.

A "Bruxa Púrpura"
A República Democrática Alemã, também conhecida com Alemanha Oriental, foi dissolvida em 1990, e em 1992 Honecker foi julgado por assassinato e outras acusações referentes às suas ordens para que tropas alemãs-orientais atirassem contra quem tentasse fugir do país. Após passar 169 dias atrás das grades, ele foi libertado devido a problemas de saúde. Ele fugiu com a mulher para o Chile, e lá o ex-líder de 81 anos de idade morreu vitimado por um câncer do fígado, em maio de 1994. Em agosto deste ano, Honecker, que liderou a Alemanha Oriental de 1971 até 1989, faria 100 anos de idade.

No início de janeiro, “Der Spiegel” publicou informações do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND), a agência de inteligência externa do país, que revelaram que o casamento de Honecker era repleto de conflitos, e que ele só não terminou em divórcio devido a razões de ordem política.

Detestada na Alemanha, onde era chamada de “Bruxa Púrpura”, devido ao seu estilo duro de liderança e ao seu cabelo pintado de azul, Margot Honecker foi ministra da Educação da Alemanha Oriental de 1963 até o outono de 1989. Ela era considerada dogmática, e alguns observadores chegaram a sugerir que ela pode ter governado secretamente o país comunista. Ela também teria sido responsável pela adoção forçada de filhos de dissidentes políticos.

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