segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Controle aéreo é modernizado
Manter a soberania nos céus. Com essa missão foi criado em 1980 o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Sisdabra) para fazer a vigilância do espaço aéreo nacional. Atualmente, 100% do território já está coberto por sistemas de voz e radares. Para aumentar a eficiência do Sisdabra, o governo e as Forças Armadas já discutem sua modernização, que contemplará a otimização das redes de satélites. A concepção do projeto, que irá tornar a obtenção de dados mais precisa, poderá ser iniciada ainda neste ano. Os valores envolvidos não foram definidos.
O projeto ainda está em estágio inicial, mas prevê a integração do Sisdabra ao Sistema de Monitoramento das Fronteiras (SisFron) e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz). Com isso, o país passará a ter um monitoramento mais sofisticado de suas fronteiras e costa, o que permitirá deslocamentos mais rápidos das três forças e rapidez na resposta a eventuais problemas.
Além disso, a Aeronáutica trabalha na melhoria de suas aeronaves. Um dos maiores projetos em andamento é a aquisição dos caças FX-2, que irão substituir os Mirage 2000, que serão desativados a partir do próximo ano. Na licitação, concorrem três grupos: um consórcio francês com o jato Rafale; o americano, com SuperHornet, e o sueco com o Gripen. Estima-se no mercado que a concorrência possa envolver US$ 4 bilhões a US$ 7 bilhões. Serão adquiridos 36 jatos em um primeiro momento, número que pode chegar a uma centena ao longo dos próximos anos. A decisão sobre o consórcio vencedor, que está nas mãos da presidente Dilma Rousseff, pode ser conhecida até o fim do primeiro semestre.
"Estamos bastante ansiosos", afirma o brigadeiro do ar, Carlos Baptista Júnior. Tomada a decisão da licitação, o tempo de contratação das aeronaves pode ficar entre nove e doze meses. A ideia do governo é aproveitar a compra para fazer transferência de tecnologia.
Não seria a primeira vez. No início da década de 80, em um programa de aquisição de jatos, foi feita uma compra do AMX da Itália, e a Embraer absorveu parte da tecnologia na ocasião.
Outro projeto em desenvolvimento é o do avião KC-390, que trará maior mobilidade para a Aeronáutica dentro da estratégia de integração de sistemas e ganho de eficiência. A aeronave, que deverá substituir os antigos C-130 Hércules (de transporte militar), está sendo desenvolvida em contrato firmado pela Força Aérea Brasileira (FAB) com a Embraer. Com início dos ensaios em voo programados para 2014, a primeira entrega do KC-390 está prevista para 2016. "É um projeto de R$ 4 bilhões em que a Embraer é a principal contratada", diz o militar.
Com esses aviões, Carlos Baptista Júnior ressalta que a FAB terá maior velocidade para cumprir suas missões. Parte dos recursos do projeto é financiada pelo Tesouro. Argentina, República Tcheca e Portugal são parceiros de risco da iniciativa, enquanto Chile e Colômbia discutem a possibilidade de integrá-la.
Outro projeto é a aquisição de 50 helicópteros entre 2011 e 2017, um contrato de cerca de € 1,8 bilhão e tem o consórcio vencedor formado por Helibrás e Eurocopter. O acordo prevê que as primeiras aeronaves serão fabricadas na França e as demais no Brasil. O cronograma de entregas irá cumprir uma escala gradativa de nacionalização de componentes. "Queremos fomentar essa indústria no Brasil, que poderá até se tornar polo de exportação por conta desse projeto", analisa Baptista Júnior.
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