Rebelde líbio ostenta um FN F2000, moderno fuzil belga |
Alemães, britânicos, italianos - e franceses, é claro: os grandes exportadores de armamentos da Europa estão se encaminhando para a Líbia. O ministro da Defesa, Gérard Longuet, acompanhado de representantes da Direção Geral do Armamento (DGA), deve ir até Trípoli neste fim de semana.
"Todos estão indo para lá. Ainda não temos contatos estáveis, mas é preciso marcar presença", conta uma fonte da Defesa. A França nunca escondeu que pretendia capitalizar sua intervenção militar junto aos rebeldes. O embargo sobre os armamentos foi retirado só parcialmente pela ONU. Oficialmente, fora a securização das fronteiras, a defesa não é um assunto prioritário de discussão da França com a Líbia. E nada será decidido antes das eleições previstas para junho no país.
Mas nunca é cedo demais para se preparar para o futuro. E a "segurança" é um setor que já permite fazer negócios juntando o civil e o militar. As delegações do Medef [patronato francês] e as autoridades francesas têm ido continuamente a Trípoli e Benghazi. "É uma presença prematura, mas necessária", resume Pierre Montoro, diretor da empresa privada de segurança Erys, que acompanha franceses em todo o país desde setembro de 2011; a última delegação, em fevereiro, contava cem empresas.
Para a Defesa, há uma grande expectativa em relação a um contrato de vigilância das fronteiras para o EADS [grupo europeu de fabricantes de aeronaves]. Mas também se fala na manutenção dos Mirage F1 entregues a Muammar Gaddafi pela Dassault nos anos 1970 (somente quatro foram reformados). Já se cogita a venda de outros Mirage F1, dos quais o exército francês está se desfazendo.
As exportações francesas de armamentos dispararam 25% em 2011, chegando a 6,5 bilhões de euros, segundo números revelados na quarta-feira (22) pelo representante geral para armamentos, Laurent Collet-Billon. Grandes saltos são costumeiros nesse setor, depende de um ano registrar grandes contratos. Estes tiveram grande peso em 2011: venda do porta-helicópteros BPC à Rússia, reforma dos Mirage 2000 da Índia.
Mas as "primaveras árabes" também, pois elas alimentaram os temores relacionados à segurança nos países do Golfo. Esses Estados fizeram encomendas recordes aos Estados Unidos. O reino saudita comprou da França "entre 100 e 200 blindados Aravis", revelou a DGA. Os Emirados Árabes fizeram suas compras em diversas áreas. "O objetivo", segundo Collet-Billon, "é que o volume das exportações seja equivalente à encomenda nacional". Esta chegou a 10,7 bilhões de euros em 2011.
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