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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Escândalo da CIA vai ao Congresso


Aventura amorosa do general começa a preocupar os políticos do Partido Republicano

General David Petraeus
O escândalo em torno do ex-chefe da CIA, David Petraeus, e sua amante Paula Broadwell começou ontem a ter desdobramentos políticos com o pedido de explicações da oposição republicana no Congresso ao Governo de Barack Obama. O fato do FBI e do Departamento de Justiça tiverem conhecimento do caso extra-conjugal teria deixado o país vulnerável, segundo os políticos. As leis militares americanas proíbem relações extraconjugais dos oficiais, mas na CIA, o temor é com a segurança nacional, porque torna o adúltero um alvo fácil para chantagens.

A presidente da Comissão de Inteligência do Senado americano, Dianne Feinstein, garantiu ao canal Fox News que, “até o momento”, “não houve nenhuma violação de segurança nacional”, mas afirmou que a sua comissão vai investigar por que o FBI não a informou sobre o episódio. “Nós deveríamos ter sido informados, é algo que poderia ter um efeito sobre a segurança nacional”. Em declaração à CNN no domingo, o republicano Peter King, da Comissão de Segurança Nacional da Câmara dos Deputados, disse que “gostaria de saber como essas mensagens chegaram ao FBI, como o FBI investigou por tanto tempo, enquanto o general Petraeus estava envolvido”. Na edição de ontem, o The New York Times indicou que membros do FBI e do Departamento de Justiça tiveram conhecimento do caso no último verão (americano), mas não informaram ninguém fora de seu círculo até a semana passada, quando Petraeus renunciou. “O FBI devia ter conversado a respeito com o presidente, e agora parece que o FBI percebeu apenas no dia da eleição que o general estava envolvido”, acrescentou King.

Líbia
King faz parte de um grupo de deputados republicanos que ainda exigem um depoimento do ex-diretor da CIA sobre o ataque contra o consulado dos Estados Unidos em Bengazi, Líbia, em 11 de setembro. No episódio, o embaixador americano no país, Chris Stevens, e mais três americanos, dos quais dois eram agentes da CIA, foram mortos, o que levantou as suspeitas sobre a renúncia de Petraeus.

Durante uma entrevista ao programa Good Morning America ontem, o coronel aposentado do Exército dos Estados Unidos, Steve Boylan, afirmou que o romance proibido começou após a saída de Petraeus da corporação, pouco mais de dois meses após ele assumir o cargo de diretor da CIA, em setembro do ano passado. “Ele se arrepende profundamente e sabe o tamanho da dor que causou à sua família”, contou Boylan, adicionando que o relacionamento com Broadwell já teria acabado há cerca de quatro meses. O FBI descobriu o relacionamento extraconjugal — que mancharia a carreira e a reputação do herói da guerra do Afeganistão — quando foi procurado por Jill Kelley, 37 anos, moradora de Tampa (Flórida). Assustada com e-mails que vinha recebendo, Kelley pediu proteção do FBI. A polícia federal americana acabou descobrindo o caso entre Paula Broadwell e David Petraeus. De acordo com a imprensa americana, as ameaças de Broadwell incluíam frases como “eu sei o que você fez”, “vá embora” e “saia de perto do meu homem”. Por fim, a investigação chegou ao então diretor da CIA, que foi procurado pelo FBI há duas semanas, quando foi interrogado.

Biógrafa e amante
Ela faz parte da elite militar dos Estados Unidos. Formada em Harvard e na Academia Militar de West Point, Paula Broadwell, casada com um radiologista e mãe de dois filhos, ex-major do Exército, não parecia, segundo seus amigos, uma mulher em busca de aventuras amorosas. Apaixonada pela arte da guerra e pela solução de conflitos, conheceu Petraeus em 2006. “Eu me apresentei a ele, que era o então general do Exército, conversei sobre temas de minha pesquisa”, escreveu Paula na biografia do general de quatro estrelas: All In: The Education of General Petraeus (Apostando tudo: A Educação do general Petraeus, em tradução livre), um best-seller nos Estados Unidos desde o lançamento, no início de 2012.

O general encerrava uma brilhante carreira militar como chefe da CIA, quando se viu obrigado a renunciar ao cargo. Ambos tinham acabado o caso amoroso há quatro meses. Foi ao escrever a biografia que teria começado uma relação em que se misturam ciúmes e sede de poder. O escândalo pode ter prejudicado também a carreira de Paula Broadwell: um órgão de imprensa americano não hesitou em batizá-la de "Lewinsky do Pentágono", em referência a ex-estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, que teve um relacionamento com o ex-presidente Bill Clinton.

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