O grupo francês Safran, com atuação nos setores de propulsão aeroespacial, equipamentos aeronáuticos, defesa e segurança, está ampliando sua área de engenharia no Brasil. A empresa contratou recentemente 29 engenheiros, dos quais já enviou seis para treinamento na matriz. Até o próximo ano, segundo o diretor Paulo Rubens Lancia Cury, a empresa pretende ampliar seu quadro de engenheiros para 50.
A equipe, que ficará dedicada aos atuais projetos da Safran Aeronáutica no Brasil, principalmente para a Embraer e Helibras, está instalada em um escritório em São José dos Campos (SP), inaugurado no fim de maio, com investimentos de US$ 2 milhões.
"A contratação de engenheiros e projetistas aeronáuticos no Brasil é sempre um desafio. Por isso decidimos investir pesadamente em treinamento", explicou o executivo. Entre os contratados pela Safran até agora, segundo ele, a maioria veio de instituições como Unicamp e das Universidades Federais de Minas Gerais, Santa Catarina, São Carlos e Rio Grande do Sul.
O grupo faturou € 13,6 bilhões em 2012 e investe da ordem de € 1,6 bilhão por ano em pesquisa e desenvolvimento. Atualmente, possui operações em 58 países e emprega 62.558 pessoas.
No Brasil, o grupo Safran também possui algumas unidades fabris, como a Turbomeca Motores, no Rio de Janeiro, que faz manutenção e revisão de motores de helicópteros. A empresa vai fabricar no país os motores dos helicópteros EC 725, que a Helibras está fornecendo para as forças Armadas Brasileiras.
O principal negócio da Safran no país hoje, segundo Cury, vem das operações da empresa Morpho, que possui uma fábrica de cartões de crédito e chip de celular em Taubaté (SP). O grupo também adquiriu, recentemente, por meio da subsidiária Sagem, a empresa Optovac, de optrônicos de pequeno porte. As operações da Optovac, de acordo com o diretor, estão sendo ampliadas.
A Safran Aeronáutica, que abriga a unidade da Engineering Services, com o escritório em São José, está trabalhando a todo vapor, principalmente em apoio às atividades que tem com a Embraer. "Fomos selecionados para fornecer alguns sistemas do KC-390 por meio de quatro subsidiárias do grupo e temos boas expectativas de crescimento dos nossos negócios no setor aeronáutico", explicou.
A Sagem Defesa e Segurança, por exemplo, está desenvolvendo o atuador da empenagem horizontal da aeronave. A Hispano-Suiza fará o sistema elétrico de geração de energia e a Messier-Bugatti-Dowty, os freios, rodas e sistemas de controle. A Technofan é responsável pelo sistema de ventilação do KC-390.
Parceira da Embraer há 40 anos, a Safran forneceu o trem de pouso da aeronave Bandeirante. Na época a empresa se chamava Eran, adquirida depois pela Messier-Bugatti-Dowty, que hoje faz parte da holding Safran. O grupo também participa dos E-Jets 170/190. A Technofan fornece os sistemas de ventilação das aeronaves e a Aircelle, outra empresa da holding, fabrica as naceles para a GE, dos motores do E-175.
A cablagem dos jatos executivos Phenom são fornecidas pela Labinal, também pertencente ao grupo francês. Na área de defesa a Safran está presente nas aeronaves Super Tucano. A Hispano-Suiza/Goodrich fornece os geradores elétricos dos Super Tucanos da força aérea Brasileira (FAB), que operam no Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
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