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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Grupos culpam Rússia por fracasso de negociações de reserva na Antártida

Ilha de Danko, na Antártida
Havia otimismo em alguns setores de que países de várias partes do mundo conseguiriam concordar nesta semana na criação de duas vastas reservas marinhas nos oceanos que cercam a Antártida. Mas na terça-feira, a Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (CCAMLR, na sigla em inglês), um grupo de 24 países mais a União Europeia, foi incapaz de chegar a um consenso em sua reunião especial em Bremerhaven, Alemanha. E grupos ambientais acusam a Rússia de ser responsável pelo fracasso.

"Eu nunca participei de negociações tão decepcionantes", disse Iris Menn, uma ativista do Greenpeace, em uma declaração no site alemão do grupo ambiental. Ela foi apoiada por várias outras organizações. A Aliança do Oceano Antártico, um grupo de personalidades proeminentes de todo o mundo, disse que o fracasso da reunião foi "a perda de uma oportunidade extraordinária para proteção do ambiente marinho global para futuras gerações".

A reunião em Bremerhaven foi apenas a segunda sessão especial da CCAMLR desde que foi fundada em 1982. A Alemanha, a anfitriã, esperava mediar um acordo, com a ministra da Agricultura alemã, Ilse Aigner, dizendo antes do evento que era uma "oportunidade única" da CCAMLR "fazer história". O grupo estava discutindo a criação de uma reserva de 2,3 milhões de quilômetros quadrados no Mar de Ross, assim como 1,9 milhão de quilômetros quadrados adicionais ao longo da costa leste da Antártida. O plano era introduzir quotas de pesca e outras restrições em ambas as áreas.

Mas a Rússia há muito expressava oposição à proposta e, na reunião em Bremerhaven, apresentou dúvidas sobre se a CCAMLR contava com autoridade para a criação dessas zonas protegidas, disse o líder da delegação alemã, Walter Dübner, aos repórteres na terça-feira. A Ucrânia se juntou a Moscou na queixa.

'Uma oportunidade de ouro'
Os ambientalistas não ficaram impressionados. "O comportamento da delegação russa coloca em risco os dois principais pilares do esforço global para proteção de nossos oceanos: a cooperação internacional e a boa vontade internacional", disse Andrea Kavanagh, diretora do Projeto Santuários dos Oceanos do Sul dos Fundos Pew de Caridade, com sede em Washington, em uma declaração. "Nós perdemos uma oportunidade de ouro."

A criação da reserva do Mar de Ross foi proposta pelos Estados Unidos juntamente com a Nova Zelândia. O outro local foi proposto pela União Europeia, França e Austrália. Os oceanos ao redor da Antártida são os que apresentam águas mais imaculadas do mundo e abrigam muitas espécies, incluindo pinguins, focas, baleias, golfinhos, lulas e albatrozes. A região também é área de reprodução de inúmeras espécies de krill, um elo importante na cadeia alimentar.

A Rússia não foi o único país a expressar ceticismo com a criação das reservas. A Noruega, em particular, pesca vastas quantidades de krill além da costa da Antártida para uso em suas grandes fazendas de salmão domésticas.

Apesar do colapso das negociações nesta semana, toda esperança não foi perdida. A próxima reunião regular da CCAMLR está planejada para outubro. "Nós temos que começar a procurar por soluções de acordo para as duas propostas que estão na mesa", disse Dübner.

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