O Centro Simon Wiesenthal disse na terça-feira que está lançando uma campanha de cartazes nas grandes cidades alemãs, pedindo ao público informações que o ajudem a rastrear os criminosos de guerra nazistas que sobreviveram.
Os cartazes, que serão distribuídos no dia 23 de julho, exibirão uma foto da entrada do campo de extermínio Auschwitz-Birkenau e o slogan: "É tarde. Mas não tarde demais! Operação Última Chance 2".
O Centro Wiesenthal está oferecendo recompensas de até 25 mil euros (US$ 33 mil) por informação que leve a prisões e indiciamentos. Os cartazes aparecerão em Berlim, Hamburgo e Colônia e haverá uma linha telefônica para as pessoas usarem caso tenham informações.
A Operação Última Chance 2 foi lançada em dezembro de 2011 para ajudar a intensificar os indiciamentos após um precedente legal estabelecido pela condenação, naquele ano, de John Demjanjuk, considerado culpado por um tribunal de Munique de ter colaborado no assassinato de 28.060 judeus enquanto era guarda em Sobibor, na Polônia ocupada.
'Contribuição contra o esquecimento'
Juristas dizem que o veredicto no caso Demjanjuk em Munique abriu o caminho para a condenação de outros guardas sobreviventes dos campos de extermínio. No que os advogados chamam de reinterpretação significativa da lei, o tribunal decidiu que os promotores não precisavam mais estabelecer a culpabilidade em assassinatos específicos para assegurar uma condenação. Ter sido um guarda em um campo de extermínio agora é considerado prova suficiente de colaboração nos assassinatos.
"Todo indiciamento é um lembrete importante de que a Justiça ainda pode ser conseguida para as vítimas do Holocausto", disse Efraim Zuroff, diretor do escritório do Centro Wiesenthal em Jerusalém.
"Isso também é uma contribuição importante contra o esquecimento de futuras gerações. A idade avançada dos perpetradores não deve ser motivo para arquivamento do processo, já que a passagem do tempo de modo algum diminui a culpa deles, e idade avançada não deve proteger assassinos."
Os caçadores de nazistas apreciaram o indiciamento no mês passado de Laszlo Csatary, 98, por ajudar a deportar judeus para Auschwitz, e a prisão, na Alemanha, de Hans Lipschis, um ex-guarda de Auschwitz.
Zuroff, um historiador, coordena para o centro a pesquisa dos crimes de guerra nazistas e organiza seus esforços para rastrear os criminosos de guerra.
Já a campanha Operação Última Chance do Centro Wiesenthal foi lançada em 2002.
Lipschis está entre os 50 guardas de Auschwitz que ainda estão vivos na Alemanha hoje e que agora estão sendo investigados após a condenação de Demjanjuk.
Alguns juristas dizem que a corrida tardia da Alemanha para levar a julgamento os suspeitos de baixa patente sobreviventes parece implausível, dada a leniência demonstrada por décadas com pessoas que ocupavam posições mais altas na máquina do Holocausto, a maioria delas agora já morta.
Nos anos 60 e 70, os tribunais alemães argumentavam que a alta liderança nazista era a principal responsável pelo Holocausto e que as pessoas que executavam as ordens estavam presas a uma cadeia de comando, portanto tinham culpabilidade limitada.
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