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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Comissão Europeia quer fomentar programa de drones

Financiar pesquisas em conjunto para facilitar a formação de um programa europeu de drones: a Comissão dirigida por José Manuel Barroso deve sugerir que se unam mais os esforços para concretizar a defesa da Europa. Ela pretende lançar um projeto piloto --uma centena de milhões de euros em três anos-- para apoiar diferentes tecnologias de uso militar e civil, como os aviões não tripulados, os equipamentos de comunicação ou a detecção de armamentos químicos, bacteriológicos e nucleares, segundo um documento que prepara um Conselho Europeu sobre a Defesa previsto para dezembro. "A Europa deve assumir maiores responsabilidades para sua segurança doméstica e externa", alega esse texto, neste momento em que "os Estados Unidos estão reconsiderando suas prioridades estratégicas para a Ásia".

A iniciativa de Bruxelas é inédita na medida em que a Comissão havia evitado até então intensificar esforços em matéria de defesa, um domínio onde teoricamente ela não possui nenhuma competência específica. Essas sugestões deram lugar a um esforço sem precedentes de diálogo nesse domínio entre os diferentes serviços de Bruxelas,  comandado pelos comissários Antonio Tajani (indústria) e Michel Barnier (mercado interno).

"A ideia é ir até o fundo das competências da Comissão sem ultrapassá-las, em matéria de espaço, de pesquisa, de energia ou de mercados públicos para estarmos  prontos a agir em outros assuntos concretos se houver uma vontade comum de avançar em matéria de defesa, em dezembro," explica Michel Barnier.

Mercados fragmentados
Barnier e Tajani propõem destinar, dentro de 15 anos, parte do orçamento europeu --cujo tamanho ainda não foi especificado-- para a compra coletiva de material militar. A ideia seria adquirir cerca de quinze aparelhos de transporte A400M, laboratórios anti-bacteriológicos ou navios-hospitais que seriam disponibilizados para os Estados-membros, em função de suas necessidades, ou destinados a intervenções sob bandeira europeia. Uma abordagem que Michel Barnier já havia defendido sem sucesso no domínio da segurança civil, quando ele havia proposto, em 2006, dividir as compras da Canadair ou de barcos anti-incêndio.

A Comissão também está incentivando os Estados a aplicarem as diretivas sobre os mercados públicos militares e as transferências de tecnologias adotadas nos últimos anos. Para ela, os mercados europeus da Defesa estão fragmentados e divididos demais, em detrimento das indústrias. Para reforçar os atores europeus, a Comissão pleiteia a criação de programas conjuntos de equipamentos, como o que ela deseja em matéria de drones. Esse assunto foi conversado entre Michel Barnier e o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, ele também preocupado em iniciar uma dinâmica europeia nesse domínio.

"Será dada prioridade aos setores onde capacidades europeias seriam mais necessárias, procurando sinergias com os programas de pesquisa nacionais," explica a Comissão. Para ela, seria ainda mais urgente agira coletivamente pelo fato de que o orçamento militar dos Estados europeus passou de um total de 251 bilhões de euros em 2001 para 194 bilhões em 2010. Os 28 Estados-membros destinariam somente 9 bilhões por ano à pesquisa militar, ou seja, sete vezes menos que os Estados Unidos.

A iniciativa se se aproxima dos trabalhos de Catherine Ashton, a alta representante para as relações exteriores, que no entanto tem pouco interesse no desenvolvimento da defesa europeia. Em um projeto de relatório que ela pretende apresentar em setembro aos Estados, a britânica, que também é diretora da Agência Europeia da Defesa, vai direto ao ponto: "Nenhum governo europeu pode se lançar sozinho em novos programas: os investimentos necessários são elevados demais, e os mercados nacionais são modestos demais".

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