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sexta-feira, 22 de março de 2013

"Bibi" e "Barack", dois velhos amigos

Obama e Netanyahu

Se não é paz, pelo menos parece. Não a verdadeira paz, entre Israel e os palestinos, mas um armistício entre Barack Obama e Benjamin Netanyahu.

Em seu décimo encontro, na quarta-feira (20), os dois procuraram dissipar a irritação e a frieza que pareciam sempre tomar conta deles só de se olharem. Eles se mostraram relaxados, fizeram piadas sobre suas mulheres, trocaram convites para seus filhos.

"As pessoas deviam conhecer o presidente Obama da maneira como vim a conhecê-lo", declarou o primeiro-ministro israelense, quando lhe perguntaram sobre a impopularidade de seu interlocutor em Israel, um fenômeno que, até então, ele nunca havia se preocupado em desencorajar.

Antes mesmo de começar, a visita de Barack Obama havia sido descrita como uma tentativa de mudar sua imagem junto aos israelenses. E Obama superou todas as expectativas no quesito "sedução".

Mal desceu do avião, um sorriso surgiu em seu rosto e não o largou mais. Ele se prestou a todas as cortesias, apertando a mão de uma longa fila de personalidades, com uma palavra cordial para cada uma delas. Na pista de pouso, tirou o paletó, e "Bibi" (apelido de Netanyahu, usado o dia inteiro pelo chefe da Casa Branca...) o imitou após um momento de hesitação --provavelmente devido a uma diferença de silhueta. O tom estava dado. Dessa vez, a ascendência era do presidente americano, ele que foi confortavelmente reeleito, ao contrário de Netanyahu.

Obama tomou o cuidado de ir além da relação "profissional" que mantém com o primeiro-ministro, o que resultou em um Barack meio hesitante. Uma câmera havia sido autorizada a acompanhar as atribulações oficiais, uma encenação excepcional que permitiu ao público acompanhar as conversas. Convidado pelo protocolo a "seguir as linhas vermelhas", o presidente americano respondeu, em uma alusão ao Irã: "Bibi sempre falando em linhas vermelhas. Tudo isso é uma manobra psicológica!"

Uma aliança "eterna"
O presidente americano ainda não havia deixado o aeroporto quando ofereceu a seus anfitriões uma declaração solene que pretendia apagar seu discurso de 2009 no Cairo, na parte que havia chocado os israelenses. Ali ele mencionou os 3.000 anos de história do povo judeu e afirmou o caráter "eterno" da aliança entre os dois países. "Hoje, os filhos de Abraão e as filhas de Sara estão realizando o antigo sonho de serem os donos de seu próprio destino em seu próprio Estado soberano."

Para a revista da intelligentsia conservadora nova-iorquina "Commentary", Barack Obama, ao afirmar seu "apoio ao sionismo", reparou parte de seus erros. Ele também será o primeiro presidente americano a visitar o túmulo de Theodor Herzl, fundador do sionismo.

Ainda que a harmonia tenha melhorado entre os dois dirigentes, na prática não houve nenhum progresso e, algumas horas antes da ida do presidente americano a Ramallah, manifestações contra sua visita foram registradas em territórios palestinos.

No entanto, surgiu uma pequena esperança com o anúncio de que John Kerry, o secretário de Estado, voltaria no sábado a Jerusalém para jantar com Netanyahu, enquanto Obama retornaria para os Estados Unidos após sua visita à Jordânia. "É um bom sinal?", perguntamos a John Kerry, que encontramos em um restaurante. E este último só conseguiu admitir que ele mesmo ainda não sabia.

Um comentário:

  1. ".. quem precisa de 'inimigos ' c amigos semelhante a esse tal de bibi?..."

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