A partir da prisão, Ocalan pede que seus seguidores abandonem armas
Movimento representa o maior estímulo ao processo de paz em 30 anos; combatentes vão se refugiar no Iraque
Abdullah Ocalan |
"As armas devem silenciar, e a política deve falar", disse Ocalan, em comunicado lido por um integrante do grupo armado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e transmitido pela TV turca, enquanto milhares de curdos lotavam as ruas de Diyarbakir, para celebrar a data festiva.
A declaração de Ocalan, em confinamento há 14 anos numa ilha ao sul de Istambul, acrescenta que os combatentes do PKK no interior da Turquia, estimados em 3.500 homens, deixariam o país e se refugiariam nas montanhas Qandil, no norte do Iraque.
A declaração divulgada por Ocalan representa o sinal mais forte até agora de que as negociações de paz iniciadas no ano passado com o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, estão ganhando considerável ímpeto.
Caso o cessar-fogo seja respeitado, pode reforçar ainda mais o diálogo e prenunciar o fim de um conflito devastador que custou mais de 40 mil vidas desde que irrompeu, em 1984.
Em um importante gesto simbólico na semana passada, o PKK libertou oito reféns turcos que mantinha no norte do Iraque.
Mas, em um sinal das possíveis reações adversas que a decisão pode causar, um grupo guerrilheiro esquerdista que rejeita as negociações com o governo turco lançou um ataque com bombas e mísseis contra edifícios públicos anteontem. Uma pessoa saiu ferida.
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