Social Icons

https://twitter.com/blogoinformantefacebookhttps://plus.google.com/103661639773939601688rss feedemail

sexta-feira, 15 de março de 2013

O simbolismo do itinerário de Obama em Israel

Benjamin Netanyahu (esq.) e Obama se encontram em Washington, capital dos EUA, em maio de 2011

O presidente Barack Obama planeja ir à Igreja da Natividade, mas não ao Muro das Lamentações, durante sua visita a Israel na semana que vem. Ele vai falar no centro de convenções de Jerusalém, mas não diante do Knesset, o parlamento de Israel. E inspecionará uma bateria móvel de mísseis de defesa, embora nenhum em campo, onde eles protegem Israel dos foguetes inimigos.

Essas e uma série de outras decisões de agenda foram tomadas pela Casa Branca, que busca orquestrar cada minuto da primeira visita de Obama a Israel como presidente. Mas, antes mesmo de partir, Obama está enfrentando a realidade de que, numa terra tão carregada de simbolismo, qualquer lugar que ele escolha visitar --ou não visitar-- pode provocar uma reação.

Autoridades israelenses expressaram um leve desapontamento com o fato de o presidente não se dirigir ao Knesset, enquanto especialistas em Oriente Médio questionaram como ele pode visitar a Igreja da Natividade, um dos locais mais sagrados do Cristianismo, sem parar no Muro das Lamentações, que é sagrado para os judeus, ou na mesquita al-Aqsa, sagrada para os muçulmanos.

"Qualquer visita presidencial a Israel é extremamente delicada porque Jerusalém é sagrada para três religiões globais, e tudo que diz respeito à Terra Santa é altamente simbólico e geralmente disputado", diz Martin S. Indyk, ex-embaixador dos EUA em Israel.

O simbolismo é ainda mais central nessa viagem porque a Casa Branca está minimizando a esperança de Obama levar consigo uma nova iniciativa para reavivar as negociações de paz entre israelenses e palestinos. Sem substância, a visão sobre a visita do presidente ficará ainda mais nublada.

Como acontece em todas as viagens presidenciais, o itinerário de Obama é produto de negociações exaustivas entre a Casa Branca e o governo anfitrião. A brevidade da visita --o presidente estará no solo israelense por apenas 48 horas-- e suas restrições rígidas de segurança significam que algumas ideias foram rejeitadas.

Indyk, atual diretor de política externa da Brookings Institution, tem uma experiência pessoal com as armadilhas diplomáticas envolvidas numa visita presidencial a Israel. Em 1996, ele preparou a visita do presidente Bill Clinton, que estava ansioso para visitar todos os três locais religiosos.

As esperanças de Clinton foram frustradas quando Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro israelense que era prefeito de Jerusalém na época, insistiu em acompanhá-lo à mesquita al-Aqsa. Esse plano foi vetado pelas autoridades palestinas que são guardiãs da mesquita, e Clinton cancelou todas as três paradas.

A Casa Branca ainda não divulgou a agenda de Obama, embora os detalhes dela tenham sido relatados nos meios de comunicação israelenses, com base em informações vazadas de autoridades locais. Embora a Casa Branca tenha recusado discutir o planejamento, um alto funcionário disse que o Muro das Lamentações, que Obama visitou em uma viagem a Israel durante a campanha de 2008, não era viável por causa do extenso cordão de segurança que seria necessário.

O funcionário disse, entretanto, que a visita à Igreja da Natividade é adequada, pois a basílica, que data de 327 dC e acredita-se ser a mais antiga igreja cristã em operação contínua do mundo, tem um profundo significado para milhões de cristãos. Também simboliza os direitos das minorias cristãs no mundo árabe, disse ele.

A geografia também desempenha um papel importante: a igreja fica em Belém, na Cisjordânia controlada pelos palestinos. É provável que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, seja o anfitrião de Obama.

"Isso cria uma sensação de paridade para os palestinos", disse Ghaith al-Omari, diretor-executivo da Força Tarefa Norte-Americana para a Palestina. "Isso dá à visita um componente cultural, em vez de simplesmente um par de encontros a portas fechadas com a Autoridade Palestina em Ramallah."

Para os israelenses, há muito para saborear no itinerário de Obama. Além do Yad Vashem, o memorial do Holocausto, que é uma parada obrigatória para qualquer chefe de Estado, o presidente vai colocar uma coroa de flores no túmulo de Theodor Herzl, o escritor que é considerado pai do sionismo moderno. Ele também vai visitar o Museu de Israel, onde verá os Manuscritos do Mar Morto, uma coleção de textos hebraicos que simbolizam uma ligação antiga entre o povo judeu e a terra de Israel.

A Casa Branca optou por Obama fazer o principal discurso de sua visita no Centro Internacional de Convenções de Jerusalém, em vez de no Knesset. Um alto funcionário diz que o local reflete seu interesse de atingir os israelenses mais jovens --embora autoridades israelenses tenham dito que a Casa Branca também teme que Obama seja vaiado devido à reputação de debates indisciplinados no Knesset.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse na semana passada que esperava mostrar a Obama um "Israel diferente" --uma incubadora de alta tecnologia, em vez de um campo minado político. Mas uma proposta israelense para o presidente visitar o Instituto de Tecnologia de Israel, conhecido como Technion, foi rejeitada porque exigiria um desvio para a cidade costeira de Haifa.

A peça central da mensagem de Obama aos israelenses, disseram as autoridades, será que ele apoia Israel, tanto em seus confrontos com os vizinhos hostis quanto com o Irã de pretensões nucleares. Isso torna a inspeção do sistema antimísseis, construído por empreiteiros militares de Israel com apoio financeiro dos EUA, outro dos momentos simbólicos da visita.

Autoridades israelenses esperavam que Obama visitasse uma bateria em campo, propondo uma que está estacionada sobre uma colina com vista para Tel Aviv. Mas a Casa Branca rejeitou a ideia, alegando falta de tempo. Em vez disso, dois caminhões levarão uma bateria para o Aeroporto Ben-Gurion, onde Obama poderá inspecioná-la ao desembarcar do Air Force One.

O embaixador de Israel nos Estados Unidos, Michael B. Oren, disse que estava "muito satisfeito" com a forma como a viagem estava se moldando. Com a visita de Obama na semana anterior à Páscoa, Oren não resistiu a comparar todo o exercício a um Seder. "Tudo que é colocado sobre a mesa do Seder --desde o pernil de cordeiro à salsinha e ao ovo-- é repleto de simbolismo", disse. "Assim, também, é cada item no itinerário do presidente."

2 comentários:

  1. Será mt bosm se e tão somente o sr.oabobama forçar os judeu à assinar um tratado q permitar a existencia de fato do Estado Palestino..o resto e pura balela, conversa pra boi dormir.Quer queira quer ñ o Estado Palestinos será realidade nem q seja dentro de 1000 anos, + será.E serão maioria dentro da Palestina e o atual estado judeu.Quem viver verá. Sds.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Um cara, Obama, que se reserva o direito de ter em mãos a KILL LIST ainda tem a arrogância de visitar a igreja da NATIVIDADE. Igreja de MARIA, mãe de JESUS, guardiã da VIDA, pois isto é um absurdo que nem católico é esse ditador. Acho que ele deveria ir bater a cabeça no Muro da Lamentações, visto que iSSrael são seus amiguinhos nas matanças começando pelos valentes PALESTINOS. Pelo visto o depto. de estado perdeu o pouco das entranhas que ainda restavam neste staff que estão bem perto das SS.

      Excluir