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segunda-feira, 11 de março de 2013

Debate sobre armas ronda aquisição de canal de TV por democrata

Milhares de pessoas protestam em Washington, D.C.  por um maior controle de armas 

Uma aquisição. Capital privado. Política. E armas.

Essa é a potente mistura de temas em torno de uma obscura fusão de US$ 200 milhões que está silenciosamente colocando fogo em Wall Street. No centro desta história explosiva está Leo Hindery Jr., um dos maiores angariadores de fundos democratas do país e antigo executivo de mídia e investidor que fundou a YES Network, o canal a cabo dos New York Yankees.

Entre as empresas que são de propriedade da firma de investimentos de Hindery está a InterMedia Outdoors, que publica revistas, incluindo a Guns & Ammo, RifleShooter e Handguns. Ela também é dona do Sportsman Channel, que tem a Associação Nacional de Rifle como um de seus grandes anunciantes. Ele transmite programas como "Cam and Company" da NRA News e "Wanted: Ted or Alive", com Ted Nugent.

No final do ano passado, Hindery ganhou uma licitação para a aquisição do rival Outdoor Channel, uma empresa de capital aberto, por US$ 200 milhões. O Channel Outdoor poderia ser descrito como o concorrente mais politicamente correto e menos sensacionalista do Sportsman Channel, com foco na caça e na pesca.

O acordo, que passará por uma votação de acionistas em 13 de março, inspirou um debate caloroso sobre se o apoio de Hindery aos democratas que defendem leis mais rigorosas para controle de armas irá alterar a programação e assustar os anunciantes. Alguns acionistas que veem um conflito muito grande entre receber receita da Associação Nacional do Rifle e apoiar pessoas como o governador Andrew M. Cuomo de Nova York e a senadora Elizabeth Warren de Massachusetts estão querendo bloquear o negócio.

A história tomou um rumo mais estranho ainda na semana passada, com uma teoria da conspiração publicada pelo site de notícias conservador The Daily Caller, que afirmava que o objetivo final de Hindery é "consolidar todos os principais veículos de mídia da cultura e esvaziá-los até praticamente a destruição".

Hindery, por sua vez, está consternado com a especulação e disse que as acusações são categoricamente falsas. "Isso não tem nada a ver com os direitos a armas ou o fato de eu ser um democrata", disse ele numa entrevista.

Ele provavelmente está certo. Na verdade, o debate sobre o Outdoor Channel tem mais a ver com o preço que Hindery está pagando --acionistas vão dizer que não é suficiente-- do que com sua posição política.

Andrew Franklin, presidente da UTR, uma firma de investimento com uma grande participação no Outdoor Channel, está entre os que querem um pagamento melhor. Franklin fez parte de um consórcio que deu um lance para adquirir a empresa, mas diz que seu grupo foi excluído do leilão em favor de uma aposta menor de Hindery.

Enquanto alguns dos outros investidores expressaram de forma privada sua oposição ao preço, Franklin surgiu como homem de frente na luta politicamente carregada contra Hindery. Franklin afirma que, como a oferta de Hindery permite que os acionistas recebam dinheiro ou troquem ações por uma participação na companhia recém-fundida, os investidores que optam por ficar com seu investimento na empresa depois da fusão enfrentam riscos por causa do suposto conflito de interesse de Hindery.

"Os patrocinadores e anunciantes terão dificuldades em conciliar o fato de que os donos da rede apoiam os políticos e as políticas que estão prejudicando severamente seus negócios", escreveu Franklin num artigo de opinião no The Daily Caller, que, um pouco estranhamente, tem demonstrado um fascínio por essa negociação.

"Hindery continuará sendo um para-raios para ativistas pelo controle de armas que usarão a rede de comunicação como um porta-voz. Se Hindery sucumbir à pressão política de seus amigos mais próximos na Casa Branca de Obama e no Partido Democrata, podemos ver uma mudança na programação o que poderá distanciar ainda mais telespectadores fieis."

Hindery disse que esse é um argumento falso. Para começar, suas opiniões políticas não alteraram o tom e a direção de suas companhias de mídia da cultura de armas nos vários anos em que foi proprietário das empresas. Ele insistiu que suas publicações são simplesmente veículos responsáveis sobre caça e pesca, que ele descreveu como o maior esporte no país.

"Eu acredito na Segunda Emenda", disse ele, acrescentando que cresceu caçando e pescando. No entanto, insistiu, "sou um democrata e tenho orgulho disso". Ele disse que a afirmação de que tem um grande plano para destruir os meios de comunicação de caça é absolutamente falsa. A alegação, segundo o The Daily Caller, veio de um empregado da InterMedia que falou sob condição de anonimato. "Isso vem de um funcionário descontente", disse Hindery. "Nós sabemos quem é."

Ele também disse que sua companhia poderá aceitar responsavelmente o apoio financeiro da Associação Nacional de Rifle (ANR). "A ARN é um anunciante apropriado. Eles representam 4 milhões de pessoas que caçam e pescam."

Então Hindery defende a reforma das leis de armas?

"Eu acredito em restrições apropriadas --esta é só minha opinião pessoal", disse ele, sem fornecer detalhes adicionais, mas ainda diferindo da ANR. Ele acrescentou, referindo-se à cobertura que a sua empresa oferece sobre a caça, que "ninguém com um pouco de integridade disse que ela deveria ser limitada."

Ele disse ser sensível às questões da violência armada, que foram lançadas no debate nacional desde o tiroteio em massa de dezembro na Escola Fundamental Sandy Hook, em Newton, Connecticut. "O que aconteceu em Sandy Hook é uma tragédia inevitável", disse ele.

Ainda assim, Franklin, o investidor, disse numa entrevista que um outro risco potencial para o acordo levantou questões sobre o estado do investimento depois dos assassinatos de Sandy Hook.

A Assembleia Geral de New Jersey aprovou recentemente um projeto de lei com o objetivo de evitar que seu fundo de pensão estatal invista em fabricantes de armas de fogo. O Estado é o maior investidor institucional do Outdoor Channel. Franklin questiona se o fundo sentirá a pressão para retirar seus investimentos da fusão InterMedia-Outdoors. Hindery diz que o argumento não faz sentido. "Nós não fabricamos armas. Nós não fabricamos munição", diz ele.

Um porta-voz do fundo de pensão de Nova Jersey se recusou a comentar o assunto.

As queixas de Franklin poderão ser em vão. Um lance rival com uma oferta maior no valor de US$ 8,75 por ação, comparados aos US$ 8 por ação de Hindery, apareceu no final de semana passada: E. Stanley Kroenke, proprietário do St. Louis Rams, do Denver Nuggets e do Colorado Avalanche. Kroenke fez uma oferta toda em dinheiro e tem sido descrito como um republicano convicto.

Hindery disse que não iria falar sobre o preço da transação ou se vai aumentar a oferta. Se houver uma nova disputa pelo negócio, provavelmente será mais sobre o dinheiro do que sobre conspirações.

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