Mesquita de Ar Rahman é reconstruída em Bagdá |
Antes de deixar seu posto no Pentágono, o secretário de Defesa Leon E. Panetta concluiu que a incapacidade do governo de Barack Obama em fechar um acordo para manter a presença militar dos Estados Unidos no Iraque depois de 2011 havia privado os EUA de uma influência política importante no país.
Quando os Estados Unidos tinham tropas no Iraque, explicou o ex-secretário de Defesa, o comandante dos EUA e embaixador em Bagdá "criaram uma força tenaz" que poderia com frequência dissuadir o primeiro-ministro iraquiano, Nouri Al Maliki, de tomar "decisões ruins" e "ir em direção ao abismo".
Mas a retirada do último complemento das forças norte-americanas, em dezembro de 2011, reduziu a capacidade dos EUA de influenciar os eventos por lá, disse ele.
Os pontos de vista de Panetta estão num relatório de Stuart W. Bowen Jr., inspetor geral especial para a reconstrução do Iraque. O cargo foi criado pelo Congresso mais de oito anos atrás, e a avaliação de 171 páginas intitulada "Aprendendo com o Iraque" é o seu grande relatório final. A maior parte do estudo cobre os mais de US$ 60 bilhões em ajuda norte-americana que foram utilizados para realizar projetos no Iraque.
Mas o relatório também fornece resumos de entrevistas com altos funcionários dos EUA e do Iraque, que em muitos casos chegaram a conclusões muito semelhantes sobre os erros cometidos pelos Estados Unidos.
Os EUA, dizem autoridades de ambos os países, assumiram muitos projetos grandes e com frequência não consultaram suficientemente os iraquianos sobre quais projetos eram necessários e qual a melhor maneira de realizá-los.
Como resultado, os iraquianos nem sempre foram capazes de continuar os projetos à medida que a presença dos EUA começava a diminuir. William J. Burns, vice-secretário de Estado, disse ao inspetor geral que os EUA tinham exagerado ao planejar "fazer tudo e tudo do seu jeito".
Ainda sobre o tema, Ryan C. Crocker, embaixador dos EUA no Iraque de 2007 a 2009, disse que o maior problema foi não ter apoio "genuíno" do Iraque para grandes projetos.
Às vezes, disse Crocker, os Estados Unidos recebiam um "aceno de cabeça", um gesto relutante por parte do Iraque a um projeto que os EUA queriam realizar e que os iraquianos não viam nenhum motivo para se opor uma vez que não estavam pagando por ele.
Mas, à medida que os Estados Unidos começaram a reduzir a sua pegada no Iraque, descobriram que havia pouco interesse no lado iraquiano em continuar o esforço.
James F. Jeffrey, embaixador dos EUA no Iraque de 2010 a 2012, disse que os esforços de reconstrução fizeram algum bem, colocando dezenas de milhares de iraquianos para trabalhar e melhorando a saúde no país. Os projetos, segundo ele, também foram direcionados para melhorar a produção de petróleo e a geração de energia elétrica e para construir um novo exército iraquiano.
Ainda assim, disse Jeffrey, "muito dinheiro foi gasto com poucos resultados".
Esse foi um ponto que altos funcionários iraquianos também levantaram. Segundo o relatório, Al Maliki expressou sua gratidão pelo programa de reconstrução, mas disse que os benefícios foram, muitas vezes, "perdidos".
Al Maliki observou que um projeto bastante promovido, o Hospital Infantil de Basra, ficou muito acima do orçamento e ainda não foi concluído. O relatório do inspetor-geral informou que a observação de Al Maliki foi precisa e que o projeto estava 200% acima do orçamento e quatro anos atrasado.
Rafie al-Issawi, ex-ministro das Finanças, muçulmano sunita e um duro crítico de Al Maliki e de seu governo dominado pelos xiitas, fez uma observação semelhante. Ao iniciar um número tão grande de projetos em vez de se concentrar num número menor de projetos valorosos, disse ele, os Estados Unidos tornaram mais difícil a sua conclusão pelos iraquianos.
Os coordenadores norte-americanos, disse Issawi, operavam como se estivessem em um "vácuo" e "foram responsáveis por tudo". Isso deu pouca oportunidade para que os iraquianos opinassem sobre a forma e a finalidade dos projetos.
O vice-primeiro-ministro Hussein al-Shahristani disse que havia alguns sucessos, como o trabalho do Porto de Umm Qasr. Mas, no geral, segundo ele, o esforço de reconstrução foi bem intencionado, mas mal preparado e supervisionado de forma inadequada.
Em seus comentários ao inspetor geral, Panetta também foi crítico. A fase inicial do esforço de reconstrução, segundo ele, demonstrou "uma falta de avaliação".
Bowen disse que, por suas estimativas, pelo menos US$ 8 bilhões foram desperdiçados. "Os Estados Unidos devem reformular sua abordagem para as operações de estabilização e reconstrução", disse ele.
Entre as mudanças que o relatório propõe está a criação de um escritório civil e militar conjunto para planejar e executar projetos. Outra é começar a reconstrução só depois de estabelecer a segurança e se concentrar inicialmente em pequenos projetos.
O relatório não analisa em detalhes o esforço do governo Obama de negociar um novo acordo que teria permitido um pequeno número de soldados norte-americanos no Iraque depois de 2011 --o plano final era manter cerca de 3.000 a 5.000 soldados.
As negociações começaram em junho de 2011, o que não deixou muito tempo para lidar com questões problemáticas.
Por fim, as conversas naufragaram por conta do pedido dos EUA para que os iraquianos garantissem imunidade legal para os soldados, uma posição que os advogados do governo dos Estados Unidos argumentaram ser necessária, mas na qual o governo Bush não insistiu quando concluiu um acordo de estado-das-forças em 2008.
O presidente Barack Obama aclamou a retirada do complemento final das forças dos EUA em dezembro de 2011 como o cumprimento de sua promessa de campanha de acabar com a guerra no Iraque.
Mas o relatório observa que Panetta identificou uma desvantagem significativa: em um momento em que há uma preocupação com o crescente autoritarismo de Al Maliki e com as tensões crescentes entre sunitas, xiitas e curdos, os Estados Unidos têm menos influência para pressionar por mudanças dentro do governo iraquiano.
Pelo visto o relatório "Aprendendo com o Iraque" já estão fazendo parte dos antigos relatórios das invasões passadas e que os EUA ainda não aprenderam NADA! Gente burra! Segue uma pequena amostra das intervenções dos EUA (gente pacifista):
ResponderExcluir1846 - 1848 - MÉXICO
1890 - ARGENTINA
1891 - CHILE
1891 - HAITI
1893 - HAWAI
1894 - NICARÁGUA
1894 - 1896 - CORÉIA
1894 - 1895 - CHINA
1898 - 1900 - CHINA
1895 - PANAMÁ
1898 - 1910 - FILIPINAS
1898 - 1902 - CUBA
1898 - ILHA DE GUAM
1899 - ILHA DE SAMOA
1899 - NICARÁGUA
1914 - PANAMÁ
1911 - 1941 - CHINA
1912 - HONDURAS
1912 - 1933 - NICARÁGUA
1913 - MÉXICO
1914 - REPÚBLICA DOMINICANA
1918 - 1922 - RÚSSIA - Marinha e tropas americanas enviadas para combater a revolução Bolchevista. O Exército realizou cinco desembarques, sendo derrotado pelos russos em todos eles.
1918 - IUGOSLÁVIA
1924 - 1925 - HONDURAS
1927 - 1934 - CHINA
1947 - 1949 - GRÉCIA
1947 - VENEZUELA
1950 - PORTO RICO
1951 - 1953 - CORÉIA
1954 - GUATEMALA
1956 - EGITO
1958 - LÍBANO
1961 - 1975 - VIETNÃ
1962 - LAOS
1964 - PANAMÁ
1965 - 1966 - REPÚBLICA DOMINICANA
1966 - 1967 - GUATEMALA
1969 - 1975 - CAMBOJA
1971 - 1975 - LAOS
1980 - IRÃ
1982 - 1984 - LÍBANO
1983 - 1984 - ILHA DE GRANADA
1983 - 1989 - HONDURAS
1986 - BOLÍVIA
1989 - ILHAS VIRGENS
1990 - 1991 - IRAQUE
1996 - 1997 - ZAIRE (EX REPÚBLICA DO CONGO)
1997 - ALBÂNIA
2000 - COLÔMBIA
2001 - AFEGANISTÃO ... e isto não chega nem na metade do número de invasões.
E uns dos erros deles foi o Irak, mataram, mutilaram,destruiram td a infra estrutura do país, pilharam, sobre falsa acusação até hj ñ provada e sobre severa critica da ONU p essa ação de guerra...O Irak tem de pedir reparações de guerra e pris~]ao p td q tomaram parte na invasão do país e p ontem.
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