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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Paquistão e Índia são lebre e tartaruga em corrida nuclear

Escultura de areia é deixada em janeiro na praia de Puri, no Paquistão, com mensagem pedindo paz entre Índia e Paquistão. Os dois países disputam a região da Caxemira

Uma competição nuclear a estilo de Esopo está em curso entre o Paquistão e a Índia. O Paquistão, cuja economia e coesão nacional estão cada vez piores, é a lebre, correndo para empregar seus escassos recursos para competir com um país cuja economia é nove vezes maior. A Índia é a tartaruga: seu programa nuclear tem caminhado de forma constante para a frente sem grande esforço.

A tartaruga vai ganhar essa corrida, e poderia acelerar o passo. Mas a lebre continua correndo rápido, pois as armas nucleares são um sinal de força em meio às fragilidades nacionais e porque ela não é capaz de acompanhar o crescimento dos programas militares convencionais da Índia.

No momento, não há paridade nuclear entre a Índia e o Paquistão: o Paquistão tem um arsenal maior e a Índia tem frotas e armamentos aéreos e marítimos mais avançados. Ambos os países estão expandindo sua capacidade de produção de matéria-prima para a fabricação de bombas, acrescentando mísseis de cruzeiro em seus arsenais e planejando enviar armas nucleares para o mar. O arsenal do Paquistão já ultrapassa 100 ogivas. A Índia não fica muito atrás.

A Índia, da mesma forma que a China, adotou uma abordagem relaxada em relação à dissuasão do uso de armas nucleares. Em ambos os países, a segurança nacional é equivalente a economias fortes e coesão interna. Os líderes indianos e chineses valorizam as armas nucleares como expressão de vontade e poder nacional, e não como instrumentos militares.

Como condiz com o país de origem de Mahatma Gandhi, os líderes políticos indianos demonstram grande ambivalência em relação às armas nucleares. Eles buscam a superioridade moral enquanto, ao mesmo tempo, tentam satisfazer os imperativos relacionados à segurança nacional. Nenhum outro país aguardou 24 anos entre a realização do primeiro e do segundo teste de dispositivos nucleares.

No Paquistão, a situação é completamente diferente. O crescimento econômico está claudicando, as reservas internacionais estão diminuindo e o país é assolado por derramamentos de sangue. As decisões sobre as exigências nucleares são tomadas por alguns generais que veem esse tipo de armamento como uma necessidade militar, além de um instrumento político. No Paquistão, os líderes políticos recebem suas diretrizes de generais. Na Índia, os pedidos dos líderes militares muitas vezes entram por um ouvido e saem pelo outro.

As exigências nucleares do Paquistão eram inicialmente altas, e ficaram ainda maiores após o governo de George W. Bush ter concordado em cooperar com a Índia para a construção de usinas nucleares. Esse acordo nuclear civil definhou, enquanto os programas militares nucleares do Paquistão têm sido ampliados.

Depois de testar armas nucleares em 1998, as autoridades indianas e paquistanesas abraçaram a doutrina da dissuasão mínima e crível em relação ao uso de armas nucleares. Agora, a palavra "mínima" aplica-se cada vez menos, após os estoques de armamentos dos dois países terem dobrado na última década. Há pouca chance de que o Paquistão e a Índia interromperem a produção de material físsil para a fabricação de bombas em breve.

As armas nucleares do Paquistão podem ser usadas para alertar a Índia a não invadir o território paquistanês. A doutrina militar paquistanesa adotou recentemente armas nucleares táticas de curto alcance para combater a vantagem das forças militares convencionais da Índia. No ponto máximo do espectro dos possíveis ataques, as forças armadas do Paquistão parecem decididas em negar à Índia a vitória em uma guerra e a destruir o país como uma sociedade funcional no caso de um colapso completo da política de dissuasão.

Retardar essa trajetória vai ser difícil. As armas nucleares são amplamente percebidas no Paquistão como joias da coroa. A maioria dos paquistaneses demostra má vontade para com a corrupção e a incompetência governamental, mas não para com o dinheiro gasto com a bomba, que foi imbuída de grandes poderes, incluindo o poder de manter a Índia longe e de elevar o Paquistão ao palco central do mundo.

Encontrar estabilidade nessa competição será difícil, em parte porque a China tem grande peso nos cálculos indianos e também devido às relações entre civis e militares do Paquistão, que são muito desequilibradas. Quinze anos e duas grandes crises se passaram desde que a Índia e o Paquistão testaram armas nucleares, em 1998 – e os dois países ainda não realizaram conversações sérias e consistentes sobre a redução do risco nuclear.

O que pode alterar os cálculos do Paquistão, segundo os quais mais armas nucleares equivalem a mais segurança? Uma maneira seria se Nova Déli tomasse medidas drásticas para melhorar as relações bilaterais e para "eliminar a imagem de país inimigo" – semelhante ao que Mikhail Gorbachev alcançou quando era líder da União Soviética em suas conversações com os Estados Unidos.

Há, no entanto, pouco apetite na Índia para a adoção de medidas ousadas destinadas a ressaltar a necessidade óbvia para que o exército paquistanês se concentre nas ameaças à segurança interna do Paquistão. Outra virada de jogo potencial repousa sobre as graves perturbações que a economia do Paquistão pode vir a sofrer. As perturbações econômicas, no entanto, criariam um nível de instabilidade doméstica ainda maior sem alterar a dependência militar do Paquistão da bomba.

O caminho mais seguro para reduzir o risco nuclear no subcontinente é por meio de esforços concertados para melhorar as relações entre o Paquistão e a Índia. O caminho mais certo para fazer isso é por meio do aumento do comércio bilateral. Os líderes de ambos os países endossaram esse curso de ação, mas seus subordinados tem promovido avanços bastante lentos antes das eleições nacionais. Mesmo esses progressos modestos podem ser abortados antes de sua conclusão por outro ataque que cause mortes em massa em solo indiano e que seja planejado para deteriorar a construção dos novos laços de amizade.

Um arsenal nuclear construído sobre fundamentos econômicos muito fracos é inerentemente instável, o que é motivo suficiente para que a Índia busque oportunidades constantes e aceleradas de comércio e investimento com o Paquistão. Esses métodos, que refrearam as tensões entre a China e Taiwan, também podem servir a um propósito semelhante no subcontinente.

Um comentário:

  1. Estão aí dois paises irritantes! Altamente opressores dos mais fracos economicamente, as suas mulheres não têem vez, altamente desrrespeitadas, há provas recentes no Paquistão, quanto ao machismo doentio dos homens de lá! Eu considero os dois países inrresponsáveis e perigosos nuclearmente, mas não vejo pressão dos paises democratas em relação a eles!

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