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segunda-feira, 22 de abril de 2013

EUA precisam debater eficazmente a questão da lei sobre as armas


Os liberais estão furiosos, mas a questão das armas não prejudicará significativamente o Partido Republicano. Sim, parece ruim se opor à checagem de antecedentes, que conta com grande apoio popular. Sim, a posição republicana manchará ainda mais a imagem do partido em locais como os subúrbios da Filadélfia e o norte da Virgínia. Sim, o partido parece extremista quando não consegue aceitar um projeto de lei apoiado pelo senador conservador Joe Manchin e pelo muito conservador senador Pat Toomey.

Mas, vamos encarar, a questão das armas tem sua dinâmica própria, o motivo para as pessoas que se opõem aos limites às armas votarem com base nesta questão, enquanto as pessoas que apoiam não o fazem.

Além disso, os democratas nunca apresentaram um argumento convincente de que o projeto de lei seria eficaz, que impediria diretamente futuros Sandy Hooks ou reduziria a taxa nacional de homicídios. Até mesmo muitos dos apoiadores do projeto de lei eram mornos a respeito de seu conteúdo.  

O principal motivo para a questão das armas não prejudicar significativamente os republicanos é que não afeta o debate central que moldará o futuro do partido. A questão que afetará é a imigração. O futuro a curto prazo da política americana será determinado por quem vencer o debate da imigração.  

Nos meses desde a eleição, um racha surgiu entre os republicanos que poderiam ser chamados de revolucionários da primeira onda e aqueles que poderiam ser chamados de revolucionários da segunda onda.  

Os revolucionários da primeira onda (os líderes do partido no Congresso) se consideram muito conservadores. Eles expulsaram os moderados restantes de suas fileiras. Eles simpatizam com o Tea Party (movimento republicano que faz referência à Festa do Chá de Boston, um protesto antitaxação no século 18). Eles são leais à "Fox News" e apoiam a reestruturação radical do governo.  

Esses revolucionários da primeira onda não abrandaram seu conservadorismo, mas estão tentando ajustá-lo para conquistar o apoio da maioria. Eles estão tentando encontrar políticas que aumentem a mobilidade social, de modo que os republicanos pareçam menos o partido dos ricos. Eles estão apoiando de modo hesitante a reforma da imigração, acreditando que os latinos nem mesmo darão ouvidos aos republicanos até que essa questão fique para trás.  

Os revolucionários da segunda onda –como Rand Paul (em algumas questões), Jim DeMint, Ted Cruz e alguns dos locutores de rádio de ponta– veem os revolucionários da primeira onda como um bando de defensores do establishment incompetentes. Eles falam do governo Bush-Cheney como se fosse um tipo de regime republicano liberal comandado por Nelson Rockefeller e Jacob Javits. Eles argumentam que os republicanos perderam as recentes eleições porque o partido é liderado por moderados grandes gastadores como John McCain e Mitt Romney, e administrado por elitistas sem contato com a realidade como Karl Rove e Reince Priebus.  

Os revolucionários da segunda onda são muito mais agressivos taticamente, defendendo obstruções e semelhantes sempre que possível. O que o partido precisa agora, eles argumentam, é uma insurgência ultra-goldwateriana que derrube o "establishment", acabe com a reforma da imigração e conquiste os votos latinos apelando aos evangélicos entre eles e lhes oferecendo liberdade econômica.  

Os membros da primeira e da segunda onda estão apenas começando seu confronto em torno da imigração. Poucas semanas atrás, eu achava que as forças pró-imigração tinham uma vantagem enorme, mas agora é difícil ter certeza.  

A luta em torno da imigração colocará uma força de oposição insurgente coesa contra uma coalizão frágil de defensores do bipartidarismo, que tem que defender de modo ambivalente uma ampla legislação de concessões. Nós já vimos esse tipo de luta antes. As coisas geralmente não acabam bem para os defensores.  

Seja em armas ou imigração, é fácil imaginar que a paisagem política por trás, que impediu o progresso no passado, mudou. Mas quando você tenta de fato aprovar algo, você frequentemente descobre que a paisagem por trás não mudou. A luta da imigração em 2013 pode ter uma estranha semelhança com a luta de 2007.

Os argumentos que poderiam persuadir os republicanos a apoiarem a reforma da imigração estão todos na mesa. Eles vieram na noite da eleição de 2012. Os argumentos contrários apenas agora estão se desdobrando.  

É fato que os grandes beneficiários a curto prazo dessa lei não são os republicanos: os 11 milhões que atualmente estão vivendo nas sombras; os empreendedores de alta tecnologia que obterão mais mão de obra capacitada. Os perdedores a curto prazo, enquanto isso, frequentemente são republicanos: a população branca de classe trabalhadora que enfrentará uma nova concorrência no mercado de trabalho quando tentar obter empregos no varejo; os contribuintes que, ao menos a curto prazo, terão que pagar alguns custos adicionais.  

No passado, políticos republicanos tiveram dificuldade em dizer não à insurgência mais recente e mais radical. Mesmo que saibam que a reforma da imigração futuramente será boa para seu partido, os legisladores podem imaginar que se oporem a ela é imediatamente necessária para seu próprio bem.  

Seria ótimo se os republicanos pudessem resolver suas diferenças em torno de uma política concreta, especialmente a imigração, que toca em valores conflitantes do conservadorismo. Mas se a direita insurgente derrotar a reforma da imigração, isso será um sinal de que a automarginalização do partido continuará. A revolução devora seus próprios revolucionários.

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