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terça-feira, 30 de abril de 2013

Principais jornais alemães ficaram sem credenciais para acompanhar julgamento de neonazistas

Karl Huber, presidente do Superior Tribunal Regional de Munique

O tribunal em Munique, Alemanha, onde o julgamento da célula terrorista neonazista NSU deverá começar em 6 de maio enfrenta nova controvérsia em torno das credenciais para a mídia, após vários jornais alemães não terem obtido assentos em uma loteria de passes para a imprensa. Foi a segunda tentativa de alocar assentos depois de a mídia turca ter ficado de fora na primeira tentativa.

O tribunal de Munique onde ocorrerá o maior julgamento neonazista na história da Alemanha enfrentou na segunda-feira novas queixas em torno de processo de credenciamento da mídia, quando os principais jornais alemães não obtiveram passes para os 50 assentos destinados à imprensa.

No mês passado, jornalistas turcos ficaram de fora quando o tribunal fez sua primeira tentativa de alocação de credenciais, com uma política de primeiro a chegar é o primeiro atendido. Isso causou protestos, porque a maioria das vítimas da célula terrorista Clandestinidade Nacional Socialista (NSU) é descendente de turcos. A última integrante sobrevivente da NSU, Beate Zschäpe, será julgada a partir de 6 de maio, juntamente com quatro supostos cúmplices.

O tribunal adiou o início do julgamento de sua data original de 17 de abril para resolver o problema, após o Tribunal Constitucional Federal, em resposta a uma queixa de um jornal turco, ordenar que ele alocasse assentos para jornalistas estrangeiros.

Em uma tentativa de ser justo, ele decidiu sortear os passes para a imprensa. O venerável "Frankfurter Allgemeine Zeitung" e outro jornal nacional, o "Die Welt", não conseguiram credenciais no sorteio realizado na segunda-feira. O "Die Tageszeitung", outro importante jornal alemão, também não conseguiu um assento.

Todos os três disseram na segunda-feira que consideram uma ação legal contra a alocação. Entre as publicações que obtiveram assentos no sorteio estão jornais menos conhecidos, como o jornal local "Hallo Munich" e a revista feminina "Brigitte".

"O julgamento mais importante deste ano e os três grandes jornais de qualidade ficam de fora, diferente do jornal de classificados 'Hallo München' –isso é um absurdo", disse Jan-Eric Peters, editor-chefe do grupo "Die Welt". "Nós estamos considerando uma ação legal para esclarecer isso."

Quatro assentos foram reservados exclusivamente para a mídia turca. Nenhuma grande organização de mídia de língua inglesa, com a exceção da "Al Jazeera" e da agência de notícias alemã, teve um assento reservado.

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