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terça-feira, 23 de abril de 2013

Mesmo sem o glamour de Hillary Clinton, Kerry esbanja confiança no cargo


John Kerry fez sua primeira viagem à Ásia como secretário de Estado neste mês em meio ao aumento das tensões com a Coreia do Norte e voltou para casa  com as coisas um pouco mais serenas, apesar de ninguém realmente ser capaz de prever os próximos passos da Coreia do Norte. Passando por Seul, Pequim e Tóquio, o novo secretário mostrou um impulso louvável por uma diplomacia de bom senso, incluindo diálogo com adversários como a Coreia do Norte. As perguntas em torno das políticas são: será que uma Casa Branca com inclinação a respostas confrontantes apoia sua abordagem diplomática? E quão bem ela se sairá não apenas no Escritório Oval, mas com Estados problemáticos como a Coreia do Norte?

A antecessora de Kerry, Hillary Rodham Clinton, trouxe certa celebridade ao papel de secretário de Estado –uma ex-primeira-dama, uma democrata que fez o presidente Barack Obama suar para conseguir a indicação de seu partido e, além disso, uma potencial futura presidente. Ela viajou o que pareceram zilhões de milhas, atraindo multidões por toda parte, e se engajou em um grande número de assuntos, da Líbia ao empoderamento econômico das mulheres. Mas apesar de tudo isso, a autoridade sobre as principais questões de política externa –China, Irã, Afeganistão, Paquistão, a paz entre israelenses e palestinos– ficou centrada em uma Casa Branca que, com frequência, defendia respostas agressivas em vez de uma solução criativa para os problemas.

Kerry chega ao cargo com quase nenhuma dessas credenciais glamourosas. Filho de um diplomata, ele serviu no Vietnã, concorreu (não muito bem) à presidência e passou 28 anos no Comitê de Relações Exteriores do Senado. Mas ele não tem mais ambições presidenciais; esta claramente é a sua última chance de fazer a diferença. Eu o acompanhei em parte de sua viagem, e por tudo o que pude ver, ele parece disposto a tirar o máximo proveito dessa oportunidade e está confiante de que tirará. Ele se mostrou à vontade entre os líderes com os quais se encontrou, muitos dos quais ele já conhecia, parecia dominar os assuntos e se mostrou inclinado a investir nos detalhes práticos das negociações da mesma forma que James Baker fez sob George H.W. Bush. Como os jornalistas, ele se mostrou à vontade, engraçado e ávido em conversar –muito longe do aristocrata inacessível que cobri brevemente durante sua fracassada campanha presidencial de 2004.

Sua longa experiência em política externa fez Kerry acreditar nos contatos pessoais e nos preparativos obstinados necessários para lidar com desafios como a paz entre israelenses e palestinos, na qual Obama se atrapalhou em seu primeiro mandato, mas que Kerry está disposto a retomar. Quanto a conversar com os adversários, as aberturas secretas de Nixon e Kissinger que resultaram na abertura para a China em 1972 lhe ensinaram o valor de "estar disposto a correr um pouco de risco nesse tipo de coisa", ele disse aos jornalistas que o acompanharam em sua viagem.

Ao longo do caminho, Kerry reforçou a posição dura assumida pelos Estados Unidos desde que o novo líder inexperiente da Coreia do Norte, Kim Jong Un, aumentou as tensões ao testar um míssil em dezembro, realizar um terceiro teste nuclear em fevereiro e ameaçar atacar.

Mas assim como parecia que Washington não ofereceria a Kim uma forma de sair da beira do precipício na qual se colocou, Kerry apresentou a possibilidade de novo diálogo caso a Coreia do Norte promova "algumas ações" para mostrar que fala a sério sobre o cumprimento dos compromissos anteriores de desnuclearização.

E mesmo que haja pré-condições para as negociações entre os governos, Kerry mostrou sinceridade e flexibilidade bem-vindas, incomuns em um governo que é compreensivelmente desconfiado devido ao colapso de negociações anteriores com a Coreia do Norte. Ele não descarta algum tipo de canal de conversação. "Eu não vou ficar tão atolado na lama a ponto de uma oportunidade de realmente conseguir com que algo seja feito seja flagrantemente desperdiçada por causa de uma teimosia predeterminada ou algo assim", ele disse. O desafio, é claro, será encontrar alguém com autoridade com quem conversar em Pyongyang e então persuadir Obama a fazê-lo.

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