O político alemão Thilo Sarrazin fez duras críticas sobre os imigrantes muçulmanos |
Quando o ex-político berlinense Thilo Sarrazin fez observações críticas sobre os imigrantes muçulmanos há quatro anos, muitos as acharam ofensivas, embora os promotores tenham rejeitado as acusações, citando as leis de liberdade de expressão. No entanto, um comitê da ONU discordou e acusou a Alemanha de violar uma convenção anti-racismo.
Um comitê das Nações Unidas repreendeu a Alemanha com um texto forte, dizendo que o país violou uma convenção internacional. O que está em questão são as declarações polêmicas feitas em 2009 por Thilo Sarrazin, ex-secretário de finanças da cidade-Estado de Berlim, sobre turcos e os árabes, que segundo ele sugavam o governo e eram incapazes de se integrar, entre outras coisas. Mas a denúncia apresentada a promotores públicos em Berlim foi rejeitada sob a alegação de que os comentários eram admissíveis de acordo com a lei de liberdade de expressão da Alemanha. Um apelo à decisão também foi rejeitado.
De acordo com o Comitê da ONU para a Cerd (Eliminação da Discriminação Racial), no entanto, isso constituiu uma violação da Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, porque falhou em realizar uma "investigação concreta" sobre o caso.
"Esta é uma decisão histórica", disse a TBB Turkish Union, a organização cultural que submeteu o caso ao comitê, numa declaração feita na quinta-feira (18). "O Cerd determinou que o os comentários de Sarrazin atingem um sentimento de superioridade racial ou ódio racial e contêm elementos de incitação à discriminação."
Ultimato
O Cerd também fez um ultimato à Alemanha, dando ao país 90 dias para informar ao comitê sobre as medidas que tomará para lidar com a opinião. Ele também recomendou que o país "reveja suas políticas e procedimentos em casos de suposta discriminação racial" e distribua amplamente essas informações aos promotores e órgãos judiciais.
"O documento com a opinião do comitê está no Ministério da Justiça e será revisto", disse o governo ao jornal "Der Tagesspiegel", que publicou a história na quinta-feira (18).
As declarações ofensivas foram feitas numa entrevista para a revista cultural e político "Lettre International" em setembro de 2009, na qual Sarrazin, que também é ex-integrante do conselho do banco central alemão, menosprezou imigrantes muçulmanos, alegando que eles "produzem constantemente meninas com lenços na cabeça" e faziam parte de "uma subclasse que não faz parte do ciclo econômico normal". Ele também disse que "um grande número de árabes e turcos (em Berlim) não têm nenhuma função produtiva a não ser no comércio de frutas e verduras."
O comitê da ONU concluiu que essas declarações "continham ideias de superioridade racial, negando o respeito para com seres humanos e retratando características negativas generalizadas da população turca, bem como incitando a discriminação racial."
Em 2010, Sarrazin repetiu seus sentimentos em seu controverso livro best-seller "Germany Does Itself In", que provocou um grande debate sobre os muçulmanos no país.
A TBB entrou com sua reclamação no Cerd em julho de 2010, e comitê chegou à sua decisão em 26 de fevereiro, publicando-a em 4 de abril.
Se dizem democráticos mas querem calar qualquer um que não concorde com eles sobre essas políticas de imigração..
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