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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Der Spiegel: Especialistas em economia alertam Merkel sobre os gastos extras

Angela Merkel

No início desta semana, a chanceler alemã Angela Merkel aprovou gastos extras que provavelmente acalmarão alguns dos barulhentos componentes de seu governo de coalizão antes das eleições gerais do ano que vem. Especialistas em economia, no entanto, estão aconselhando Merkel a manter um rigoroso controle sobre os cofres de Berlim.

Em seu relatório anual apresentado à chanceler alemã na quarta-feira passada (7), o respeitado Conselho de Assessores Econômicos da Alemanha pediu que o governo do país seja mais ambicioso em seus esforços para consolidar o orçamento alemão. Parece que o órgão, que atua como conselheiro oficial do governo federal, não está muito satisfeito com a chanceler Angela Merkel e com algumas decisões relacionadas a gastos elevados adotadas por ela durante uma conferência de seu partido, realizada no final de semana passado. Merkel parece estar abrindo os cofres da Alemanha para acalmar os ruídos em seu governo de coalizão, num momento em que o país se prepara para entrar em um ano de eleições gerais.

Na noite do último domingo (4), Merkel concordou em aumentar o pagamento de pensões a idosos ameaçados pela pobreza, bem como com a implementação de programas que concederão até 2 bilhões de euros (US$ 2,57 bilhões) por ano em benefícios financeiros a mães que são donas-de-casa. Ela também acordou a liberação de 2 bilhões de euros para que os segurados do sistema nacional de saúde arquem com o pagamento trimestral de uma taxa de 10 euros exigida para a realização de consultas médicas e com um reforço de 750 milhões de euros no orçamento do Ministério dos Transportes.

As medidas provavelmente agradarão alguns dos membros de seu governo de coalizão, formado pela própria União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, por seu partido-irmão, a União Social Cristã (CSU), da Baviera, e pelo Partido Democrata Liberal (FDP), que apoia o setor empresarial. Mas os assessores econômicos de Merkel acreditam que sua decisão está enviando a mensagem errada. “Considerando-se que o governo não pode contar com fatores especiais nem com desenvolvimentos econômicos favoráveis no longo prazo, é necessário que ele se mostre muito mais ambicioso em relação à consolidação do orçamento federal”, afirmaram os assessores em seu relatório, divulgado na quarta-feira passada.

Um aumento desproporcional
“Despesas estruturais adicionais”, como o subsídio concedido às mães donas-de-casa ou a eliminação do pagamento de 10 euros para consultas médicas, vão levar a um aumento desproporcional dos gastos governamentais, adverte o relatório.

Os assessores também acusam o governo alemão de depender de fatores de curto prazo para tomar suas decisões relacionadas aos gastos, incluindo a atual diminuição na quantidade de seguros-desemprego pagos no país, assim como uma redução no número de pessoas que solicitam o pagamento de pensões.

A Alemanha tem testemunhado várias evoluções positivas em seus gastos com seguridade social nos últimos dias. Na quarta-feira (7), o Departamento Federal de Estatísticas do país informou que o número de pessoas que recebiam benefícios referentes a assistência social e o total de desempregados de longa duração que recebiam seguro-desemprego em 2011 caiu para 7,3 milhões de pessoas, ou 8,9% da população, o menor contingente registrado desde que o país começou a registrar esse dado, em 2006. O relatório atribuiu a queda do número de dependentes do sistema de bem-estar social a uma redução de 16%, desde 2006, da quantidade de pessoas que recebem os chamados pagamentos de benefícios Hartz IV para os desempregados de longa duração. No entanto, o relatório mostrou um aumento acentuado no número de idosos pobres em relação a 2006, faixa que registrou uma alta de 25% ou mais – 950 mil pessoas, em números absolutos – entre os que necessitam de assistência social.

Além disso, as receitas fiscais do governo para 2012 têm crescido muito, mas também há sinais crescentes de que a economia está desacelerando, e os assessores econômicos estão alertando que as tendências positivas podem ser temporárias. De fato, na terça-feira passada (6), o Ministério da Economia em Berlim informou que as encomendas do setor industrial para as empresas alemãs caíram 3,3% em setembro na comparação com agosto. O terceiro trimestre de 2012 como um todo registrou uma queda de 2,3% em relação ao segundo trimestre do ano.

Em seu relatório de quarta-feira (7), os cinco membros do Conselho de Assessores Econômicos previram que o crescimento da economia alemã permanecerá fraco, com um avanço estimado de 0,8% para o Produto Interno Bruto (PIB) tanto em 2012 quanto em 2013. O próprio governo alemão prevê um crescimento de 0,8% para este ano e de 1% para 2013.

Sob a lei de responsabilidade fiscal da Alemanha, o país precisa equilibrar seu orçamento até 2016, mas os políticos de Berlim disseram que vão tentar fazer isso em 2014. Leis semelhantes foram aprovadas em outros países da zona euro em resposta à crise da dívida que tem representado uma grave ameaça à moeda comum.

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