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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Corrupção ameaça Estado, diz líder chinês


De saída do cargo em um ano marcado por escândalos, Hu Jintao adverte líderes na abertura do Congresso do PC

Discurso do dirigente máximo enfatizou a necessidade de Marinha forte e foi conservador em relação à economia

18º Congresso do Partido Comunista da China
Em seu último discurso após dez anos à frente do Partido Comunista chinês, Hu Jintao disse ontem que a corrupção pode provocar "a queda do Estado" e exortou membros do governo a controlar a atividade de suas famílias.

"[Os altos funcionários] devem exercitar estrita autodisciplina e fortalecer a educação e a supervisão de suas famílias e seu pessoal. Não devem nunca buscar nenhum privilégio", disse Hu a cerca de 2.300 delegados na abertura do 18º Congresso do partido que governa a China.

"Se falharmos em lidar bem com esse tema [corrupção], pode se tornar fatal para o partido e até mesmo provocar seu colapso e a queda do Estado", completou.

Neste ano, o PC atravessou uma de suas piores crises tendo como pivô o ex-dirigente Bo Xilai. Cotado para o Comitê Permanente, instância máxima do país, Bo foi expurgado após revelações de práticas de corrupção que teriam levado sua mulher a matar um empresário britânico.

Além disso, reportagens da Bloomberg e do "New York Times" mostraram, respectivamente, que as famílias de Xi Jinping, futuro líder máximo, e Wen Jiabao, atual premiê, acumularam milhões de dólares em negócios com empresas próximas ao governo.

Em ambos os casos, o governo chinês censurou as reportagens no país, bloqueando o acesso à internet.

A própria família de Hu também foi favorecida com contratos com o governo, segundo informação do livro "China Airborne" (China aerotransportada), do jornalista americano James Fallows.

De acordo com seu relato, uma empresa do genro de Hu forneceu as máquinas de raio-X de todas as estações de metrô de Pequim e Xangai.

MARINHA E ECONOMIA

Na área militar, Hu voltou a enfatizar a necessidade de uma Marinha forte, em meio a recentes crises do país com Filipinas, Vietnã e Japão.

Neste ano, a China começou a operar seu primeiro porta-aviões. O poderio da sua Marinha é superior ao dos vizinhos, mas bastante inferior ao dos EUA, que mantêm uma forte presença na região.

Com relação à economia, o discurso foi considerado mais conservador que o do congresso anterior -em 2007, ele defendera a "reforma das indústrias monopólicas", proposta ausente ontem.

Em vez disso, Hu declarou que, no país, "a propriedade pública é o pilar, e as entidades de propriedades diferentes se desenvolvem juntas".

Ele também lembrou que o governo fixou em 2010 a meta de dobrar o PIB e a renda per capita até 2020, objetivo alcançável mesmo com o novo patamar de crescimento mais baixo, que neste ano deve ficar em torno de 7,5%.

Na semana que vem, Hu deve passar a secretaria-geral do partido ao vice-presidente, Xi Jinping. Mas ele permanece como líder máximo do governo até março, e ainda pode reter por mais algum tempo a presidência da Comissão Central Militar.

A manutenção do cargo lhe permitiria melhor controle sobre seus apadrinhados, que incluem Li Keqiang, apontado como o futuro premiê.

Hu presidiu um dos períodos mais prósperos da história da China. Em seu decênio, a economia saltou do sexto para o segundo lugar, e o país assombrou o mundo com a rápida construção de infraestrutura e a realização da Olimpíada de Pequim.

Mas analistas apontam estagnação em relação ao monopólio estatal em setores-chave da economia e contínua repressão a dissidentes.

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