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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Análise: Para reformar país, futuro líder precisa enfrentar muitos 'interesses especiais'

18º Congresso do Partido Comunista da China

O passatempo favorito de muitas pessoas em Pequim consiste em tentar adivinhar que espécie de presidente Xi Jinping vai ser. Como é difícil dizer precisamente que espécie de presidente Hu Jintao tem sido, mesmo depois de dez anos no poder, não é fácil aventar um palpite.

Ao longo do trajeto percorrido entre Mao Tse-tung e a zona sem personalidade ocupada, muito apropriadamente, por Hu Jintao, o Partido Comunista vem sucessivamente drenando seus líderes de carisma.

Ao invés de um Mao, capaz de fazer o país sair de uma política insana e partir imediatamente para outra, hoje temos um comitê de nove engenheiros e tecnocratas. Mao coletivizou a terra. Seus sucessores coletivizaram o processo de tomada de decisões.

Os interesses especiais existentes no país representam obstáculos às transformações. Poder e dinheiro estão tão intimamente interligados que os setores que resistem às reformas e o partido que supostamente as fomentam são a mesma coisa.

Resumindo: a liderança coletivista vai refrear quaisquer tendências ocultas ao estilo de Mao que Xi Jinping possa ter, e os interesses especiais vão esforçar-se para sufocar seu Deng Xiaoping interior.

Quem é, então, Xi Jinping, e é sensato imaginar que ele tem uma agenda progressista? É aqui que o jogo de adivinhação começa. A maioria das pessoas concorda que Xi tem mais personalidade que Hu. Isso não é dizer muito. Diplomatas afirmam que ele é cordial, que possui uma compreensão aguçada dos problemas chineses e a confiança necessária para abrir mão de anotações ao discursar.

Xi Jinping e Li Keqiang, o provável próximo premiê, endossaram implicitamente o relatório China 2030 do Banco Mundial. O relatório recomenda mais espaço para o setor privado, mais respeito pelas leis, mais igualdade e mais proteção ambiental.

Essas mudanças serão vitais se a China quiser escapar da chamada "armadilha da renda média". Mas uma agenda desse tipo não pode ser implementada sem criar perdedores. Se Xi quiser promover transformações, terá de encarar algo que até agora tem se esforçado para evitar: começar a fazer inimigos.

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