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terça-feira, 11 de junho de 2013

China substitui URSS no novo "Grande Jogo" no Pacífico

O presidente da China, Xi Jinping (esq), e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante encontro na Califórnia (EUA)
Houve um tempo, no século 20, em que a vida estratégica do planeta era regrada pelas cúpulas soviético-americanas. Os dirigentes das duas superpotências rivalizavam com golpes de mísseis e ogivas nucleares. A Europa, dividida em duas, era seu campo de jogo.

Hoje, o balé das cúpulas sino-americanas, com suas encenações, partituras e interpretações, substituiu os encontros entre URSS e EUA. Ainda não se fala em duas superpotências, mas sim de uma superpotência estabelecida e de uma potência emergente. O mar e o ciberespaço são seus palcos de confronto. O campo de jogo deles não é mais a Europa, mas sim a Ásia-Pacífico. E Tucídides, segundo o qual toda potência emergente se inclina naturalmente a exercer seu domínio, é a nova referência estratégica.

Enquanto os presidentes Barack Obama e Xi Jinping se conheciam melhor no deserto californiano, nos dias 7 e 8 de junho, do outro lado do Pacífico o USS-Freedom ancorava orgulhosa e ostensivamente na base naval de Cingapura. O navio de combate litorâneo, que o novo secretário de Estado americano da Defesa, Chuck Hagel, honrou com sua visita no dia 2 de junho, se encontra na região por dez meses, como parte de um rodízio instituído pela marinha americana. Esse rodízio faz parte da estratégia de "pivô" ou de "reequilíbrio" dos Estados Unidos na direção da Ásia lançada em 2011, uma vez iniciada a retirada americana do Iraque e do Afeganistão. Ela é também um dos sinais visíveis da intensa atividade militar e diplomática empregada pelas principais potências mundiais na região Ásia-Pacífico, polo essencial da globalização.

No mesmo momento, em um nível mais modesto, o presidente François Hollande se encontrava em visita oficial a Tóquio. O Japão, impulsionado pelo primeiro-ministro Shinzo Abe, está voltando a erguer a cabeça ao retomar o crescimento com o slogan "O Japão está de volta". Essa nova postura tem despertado a preocupação de um certo número de seus parceiros asiáticos, que temem uma renovação do nacionalismo japonês.

A própria França, a quem só restam algumas ilhas de seu império colonial na região, não hesita em se proclamar como "potência da Ásia-Pacífico" através da voz de seu ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian. Hollande e seu primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, têm feito várias viagens pela Ásia. Todo mundo, ultimamente, tem encontrado afinidades com a Ásia. Há muito em jogo no sentido econômico e militar, potencializado pela ascensão da China, que deve se tornar a maior potência econômica do mundo daqui a alguns anos, e pela concentração do transporte marítimo.

A região constitui também um mercado promissor para o setor de armamentos: em 2012, a Ásia gastou mais que a Europa no domínio da Defesa. A Rússia não perde uma oportunidade de lembrar que dois terços de seu vasto território estão na Ásia. O Canadá ressalta que ele tem, assim como seu grande vizinho americano, uma costa no Pacífico, ainda que sua presença na região seja composta mais por diplomatas do que por navios de guerra. A Europa tem se voltado para a Ásia em seu ritmo, de forma dispersa e sem "hard power", mas não esconde seu interesse.

No entanto, sua presença poderia desviar a China e os Estados Unidos de um confronto potencialmente perigoso para muitos países do Sudeste Asiático, que vêm assistindo ao crescimento da rivalidade sino-americana com uma boa dose de ansiedade. A China considera que o "reequilíbrio" da política externa americana do Atlântico para o Pacífico não passa de uma manobra para conter sua ascensão e impedi-la de se tornar a maior potência mundial não somente econômica, mas também diplomática e militar. Washington nega, mas não convence.

Os Estados Unidos se comprometeram a enviar 60% de suas forças navais para a Ásia-Pacífico até 2020; Chuck Hagel revelou, no dia 1o de junho, que 60% de suas forças aéreas externas também já se encontravam na região da Ásia-Pacífico. Essa informação foi devidamente acompanhada de um alerta à China, a respeito das várias disputas territoriais que existem nas águas dos mares da China: os Estados Unidos são "firmemente contra qualquer iniciativa de modificar o statu quo à força", advertiu Hagel. Já a ciberespionagem foi promovida a um dos principais assuntos nos encontros entre Xi e Obama.

Embora a tensão gerada pela atitude da Coreia do Norte – onde Pequim considera a situação estabilizada por enquanto, após a erupção dos últimos meses – pareça ter diminuído, a militarização da potência chinesa tem provocado picos de adrenalina no Japão e nas capitais do Sudeste Asiático. Um diplomata asiático observa que Tóquio suspeita que Pequim queira transformar o mar da China oriental e meridional em um "lago chinês".

Os próprios países do Sudeste Asiático estão divididos quanto à estratégia a ser adotada em relação às pretensões chinesas: as Filipinas, surpreendendo a todos, decidiram corajosamente enfrentar Pequim na arena do direito internacional, pedindo uma arbitragem, uma fórmula que os chineses rejeitam categoricamente. Para eles, somente a via bilateral, mais propícia às relações de força, pode ser considerada. O Vietnã prepara seus juristas internacionais nas melhores universidades ocidentais e estaria tentado a seguir o caminho filipino, mas não goza da mesma proteção do poderoso aliado americano, além de ser mais dependente da China do que as Filipinas do ponto de vista econômico.

Os outros países estão recebendo de braços abertos o reforço americano na região, algo que eles queriam, mas têm cuidadosamente evitado enfrentar a China: no século 21, é difícil resistir ao apelo chinês quando se vive em sua vizinhança imediata.

6 comentários:

  1. Michel, é verdade que as tensões irão subir bastante na região da asia pacifico, principalmente com a entrade de embarcações e tropas americanas, e junto com o rearmamanto dos outros paises como taiwan, coreia do sul, japao e outros como o vietname e filipinas, a china tb é obrigada a gastar bastante na militarização do pais, sendo que aumenta o seu aparato militar moderno bastante a cada ano. Mas voçê compartilha da mesma opinião que a china ira se tornar uma ameaça militar grande para o eua ou até ultrapassá-los-ão? sinceramente a segunda hipótese é a que está mais longe de se tornar realidade, os eua sao a maior potencia militar mundial e ainda o serao por um bom tempo, a china representa uma ameaça maior aos eua estrategicamente, mas não tanto convencionalmente. E qual é a sua opinião sobre o grau de tecnologia geral militar chinesa em relação aos eua, russia e europa?

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    1. Eu falo de fatos e os fatos são que a China já ameaça o poderio militar americano com suas armas estratégicas. A tensão na Ásia sempre vai aumentar, pois é a região mais volátil do planeta, onde há 4 nações com armas nucleares.

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    2. sim, é o que estou a dizer, concordo com a china ser perigosa estrategicamente contra os eua, e que a regiao da asia pacifico esta a militarizar-se devido as tensoes politicas. Eu estou é a querer comparar convencionalmente a china aos eua, e nisso eles ainda estao geralmente bem atras embora avançem a passos largos. E qual é a sua opiniao sobre o grau de tecnologia militar chinesa em relação a nato e russia?

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  2. A China será um jogar de mt peso até a Índia ultrapassa-la no crescimento de sua população nos próximos 10/20 anos, superando ela até economicamente.Se a Índia ñ explodir pelos seu sistema de castas, intocáveis, dalits...será um contraponto aos Sinos.quem viver verá.sds.

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  3. Penso q o só Japão (parque industrial) poderia fazer algo contra a CHINA, mas continua ocupado, igual a Alemanha; faz o que seu mestre mandar. Filipinas, Vietnã, Formosa não causam tanta preocupação, mas o que vale são os acordos-militares com EUA. Pergunto: Se ñ for de interesse dos EUA, estes ñ vão socorrê-los, rasgam-se os papéis e pronto. Reclamar com o Papa? Isto vale p/iSSrael também, pq os judeus q moram nos EUA também querem sobreviver igual a todo mundo. Dana-se iSSrael. Só resta a Grande Base: AUSTRÁLIA. Essa sim poderá ser o fiel da balança, tem: Homens/Riquezas Minerais/estratégicamente bem colocada. Portanto a CHINA com certeza vai nadar de braçadas e ainda conta com a frota da RÚSSIA q aumenta cada vez no Pacífico e com isso, os EUA sem os europeus=OTAN (bom parque industrial) gastarão muito mais, pq estes ñ tem grana para encarar uma CHINA, lá no Pacífico. Então os EUA duros como estão e parecendo que a arrogância aumenta cada dia mais, parecendo um jogador blefando em uma mesa de pôquer, vão comer o pão que o diabo amassou para segurar a CHINA. Só resta saber quem vai pagar a conta dos gastos militares, assim espero que ñ sobre nada para A. Latina e nem a gorjeta! Aguardemos!

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  4. Anomymous, análise correta dos fatos, ressalvando q possivelmente, a colombia venha ser a 'bucha' dos iankss na AL.Sds.

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