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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Hassan Rohani, candidato no Irã, apresenta seu lado negociador

Hassan Rohani
Ele diz ter "a chave" que pode abrir todas as portas, aquela que resolverá todos os graves problemas enfrentados hoje pelo Irã. Aos 64 anos, Hassan Rohani, ex-negociador da questão nuclear com os europeus (2003-2005), de perfil moderado, surpreendeu os iranianos com suas críticas contra a violação dos direitos humanos no Irã, a ausência de liberdade de imprensa, ou ainda contra "a pouca velocidade da internet", que não seria "digna dos iranianos".

Hassan Rohani, cuja candidatura à eleição presidencial do dia 14 de junho é apoiada por dois ex-presidentes --o reformista Mohammad Khatami e o moderado Akbar Hashemi Rafsandjani--, se dirige aos jovens iranianos, ávidos por liberdade. Essa mesma geração que saiu às ruas para expressar sua fúria após a contestada reeleição de Mahmoud Ahmadinejad logo no primeiro turno, em 12 de junho de 2009.

As críticas do único religioso na disputa presidencial lembram a campanha de Mohammad Khatami, eleito em 1997 com uma esmagadora maioria de 22 milhões de votos. Um discurso que é ainda mais surpreendente pelo fato de que, desde que Mahmoud Ahmadinejad chegou ao poder em 2005, as questões das liberdades individuais ou de igualdade entre homens e mulheres praticamente desapareceram do debate público.

Um número considerável de simpatizantes
Em poucos dias, Rohani mobilizou um número considerável de simpatizantes da corrente reformista no Irã. Durante seu comício em Teerã, no dia 9 de junho, partidários de Mir Hussein Moussavi e de Mehdi Karoubi, os dois líderes do "movimento verde" que se encontram em prisão domiciliar desde fevereiro de 2011, pediram pela libertação daqueles que o regime considera os "líderes da insurreição" interna. "Por que somente os prisioneiros políticos? Devemos fazer com que não haja mais prisioneiros no país", se empolgou Rohani, inebriado pelo clima do comício.

Hassan Rohani imitou até na adoção da cor roxa como símbolo de sua campanha, assim como o verde foi na de Moussavi em 2009. Preocupado com a possibilidade de ter o mesmo destino que Moussavi e Karoubi, Rohani fez questão de explicar que "os acontecimentos de 2009 não se repetirão". Websites próximos do governo, entre eles os das agências semi-oficiais Fars e Mehr, chegaram a espalhar o rumor de sua "desqualificação" pelo Conselho dos Guardiães da Constituição durante a campanha, informação desmentida pela comitiva do candidato e pelo porta-voz do Conselho.

Desde o último debate televisivo, que deu lugar a um duelo brutal com Said Jalili, um ultra-conservador considerado o favorito nas eleições e do Guia Supremo Ali Khamenei, Rohani tem mostrado sua experiência de hábil negociador. As conversas sobre a questão nuclear hoje estão em um impasse, enquanto os iranianos veem seu nível de vida piorar por causa de sanções econômicas aplicadas pelos ocidentais.

Grande orador
No final de 2003, Rohani havia negociado uma suspensão voluntária – mas temporária – do enriquecimento de urânio com uma troika que incluía a França, a Alemanha e o Reino Unido. Saddam Hussein acabara de ser derrubado pelo exército americano no Iraque e o programa clandestino de enriquecimento do Irã havia sido revelado. Teerã temia sobretudo que fosse sofrer o mesmo destino que o Iraque. A chegada de Ahmadinejad ao poder e o atolamento dos EUA no Iraque permitiram que Teerã desse um fim a esse acordo. O enriquecimento foi retomado e Hassan Rohani foi levado a se demitir.

Rohani, que hoje é membro do Conselho de Discernimento, se orgulha de ter impedido uma guerra em 2003. Dez anos mais tarde, o Irã está na mesma situação e o candidato Rohani, grande orador, carismático e com um dom para o debate, propõe que se reestabeleça "a confiança com o mundo exterior".

Oficial do Exército e do Conselho Supremo de Defesa durante a longa guerra contra o Iraque (1980-1988), Rohani não pode ser tachado de indulgente. Seu doutorado em direito pela universidade caledoniana de Glasgow deve tranquilizar os diplomatas. E seu currículo de religioso moderado é um trunfo junto aos eleitores mais tradicionais.

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