Por intermédio do FMI, Pequim pode pôr dinheiro em um fundo de € 500 bilhões que passará a vigorar em julho
Mas o premiê Wen Jibao evitou mencionar os valores que seu país estaria disposto a injetar na zona do euro
Chanceler alemã Angela Merkel cumprimenta premiê chinês Wen Jiabao no final de uma conferência de imprensa em Pequim |
Ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, o premiê Wen Jiabao disse que a China estuda "como se envolver mais" para ajudar a debelar a crise na zona do euro.
Em entrevista coletiva após se reunir com Merkel, Wen disse ontem que encontrar a solução para a crise é um tema "urgente" e que a China dará a sua contribuição. Mas ele se esquivou de mencionar valores ou prazos.
"[A China] está investigando e avaliando formas concretas pelas quais pode, via FMI, se envolver mais profundamente no problema da dívida europeia por meio dos canais", disse Wen, em alusão ao Mecanismo Europeu de Estabilidade -fundo de resgate de até € 500 bilhões.
O acordo para a constituição do fundo, que deve entrar em vigor a partir de julho, foi assinado ontem. A OCDE (grupo de países ricos) acha necessário elevar seu valor a € 1 trilhão para reduzir riscos na zona do euro.
Com as maiores reservas internacionais do mundo -US$ 3,2 tri, dos quais 25% em euros-, a China vem sendo cortejada para que compre mais títulos europeus.
Uma eventual ajuda chinesa tem recebido críticas internas. Muitos acham que as reservas, acumuladas graças ao trabalho de milhões de chineses sem proteção social, não deveriam financiar a previdência deficitária de países com nível de vida bem mais elevado. Há ainda quem defenda que a China deveria priorizar a compra de empresas europeias a preços baixos e, assim, ter acesso a tecnologias de ponta.
Merkel se esforçou para inspirar confiança nos chineses. "O euro fortaleceu a Europa", disse a líder alemã, em discurso na Academia Chinesa de Ciências Sociais, ligada ao governo. "Esta não é uma crise do euro, é uma crise de dívida e uma crise de diferentes níveis de competitividade", disse a premiê alemã.
CHARGE
O motivo da visita da premiê foi alvo de ironia na imprensa estatal. Uma charge do jornal "Global Times" mostra Merkel de mãos dadas com um símbolo do euro empobrecido e de chapéu na mão diante de uma porta chinesa. Fechada.
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