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segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Homens predominam em novo círculo interno do governo Obama



 presidente dos Estados Unidos, Barack Obama (centro), anuncia em Washington (EUA), nesta segunda-feira (7), a nomeação do ex- senador republicano Chuck Hagel, à esquerda, que ocupará o cargo de secretário de Defesa e John Brennan vai comandar a CIA (Agência Central de Inteligência)
Em uma reunião no Escritório Oval em 29 de dezembro de 2011, os principais conselheiros do presidente Barack Obama estavam diante dele discutindo as acaloradas negociações fiscais. As dez pessoas visíveis em uma foto da Casa Branca são homens.

De lá para cá, Obama formou uma equipe de segurança nacional dominada por homens, com o senador John Kerry de Massachusetts indicado para substituir Hillary Rodham Clinton como secretário de Estado, Chuck Hagel escolhido como secretário da Defesa e John O. Brennan indicado como diretor da CIA.

Dados os principais candidatos para outros importantes cargos, incluindo chefe de Gabinete e secretário do Tesouro, o círculo interno de Obama permanecerá dominado por homens em seu segundo mandato.

Da Casa Branca aos escalões inferiores, o governo Obama compilou um amplo registro de nomeações que superou significativamente o governo Bush na nomeação de mulheres, mas não fez melhor do que o governo Clinton, segundo uma análise de dados de pessoal feito pelo "The New York Times".

Aproximadamente 43% dos nomeados por Obama foram mulheres, aproximadamente a mesma proporção do governo Clinton, porém mais do que o aproximadamente um terço nomeado por George W. Bush.

A inclinação foi ampla: os homens nomeados por Obama superam em número as mulheres em 11 dos 15 departamentos federais, por exemplo. Em alguns casos, a inclinação também foi profunda. Nos departamentos de Justiça, Defesa, Assuntos dos Veteranos e Energia, o indicados do sexo masculino superaram os do sexo feminino em uma proporção de aproximadamente 2 para 1.

"Nós não apenas melhoramos em relação aos governos anteriores, como também desejamos melhorar em relação a nós mesmos", disse Nancy D. Hogan, assistente do presidente e diretora de pessoal presidencial, em resposta à análise do "Times". "O presidente valoriza tornar sua equipe representativa do povo americano."

A própria Casa Branca emprega quase um número igual de homens e mulheres, e funcionários do governo disseram esperar igualar a proporção por todo o governo e ajudar a assegurar que futuros governos democratas contenham com um pool diverso e profundo de candidatos para altos cargos.

Mas as recentes indicações de Obama levantaram a preocupação de que as mulheres não estão sendo devidamente representadas no escalão mais alto do governo e sendo preteridas nos cargos mais elevados.

Por exemplo, muitos democratas esperavam que Obama nomeasse Michele Flournoy, uma ex-subsecretária de Defesa, ao cargo no Pentágono. Eles também esperavam que ele pudesse nomear Alyssa Mastromonaco ou Nancy-Ann M DeParle, que são importantes assessoras da Casa Branca, ao cargo de chefe de gabinete, ou promover Lael Brainard, uma subsecretária do Departamento do Tesouro, a secretária.

Mas a especulação em torno da posição de chefe de gabinete agora gira em torno de Denis McDonough, o vice-conselheiro de segurança nacional, e Ronald A. Klain, o ex-chefe de gabinete do vice-presidente Joe Biden. Para o cargo do Tesouro, a maioria espera que Obama nomeie seu atual chefe de gabinete, Jacob J. Lew.

"Não se trata de marcar uma opção, como no formulário do censo", disse Tracy Sefl, uma consultora política democrata em Washington. "Trata-se das qualidades que o candidato leva ao cargo. Neste caso, nós estamos falando de mulheres tremendas, mas também há um grande número de homens brancos."

Entrevistas com atuais e ex-membros do governo, tanto homens quanto mulheres, sugerem que não há um motivo específico para a discrepância de gênero nas nomeações do governo, e vários falaram repetidamente sobre o compromisso interno do governo com a diversidade e igualdade de gênero.

Mas vários disseram que o "pool" de candidatos parece ser um problema. Eles disseram que parece que mais homens do que mulheres foram apresentados ou apresentaram seus nomes para os cargos. Em parte, isso pode ser resultado da persistência das discrepâncias históricas: homens tradicionalmente dominam campos de governo como finanças, segurança e defesa.

O governo Obama ajudou a reverter essa tendência, ao colocar mulheres em importantes cargos políticos em campos tradicionalmente dominados pelos homens, disseram as autoridades. "Faz uma enorme diferença quando você tem mulheres que são líderes", disse Celeste A. Wallander, que foi vice-secretária assistente de Defesa até julho. "Elas tendem a ter redes de mulheres excelentes que podem chamar."

Em muitas áreas, o governo Obama deixou a proporção de gênero mais próxima de igualdade do que o governo Bush. No Departamento do Tesouro, que tem uma antiga reputação de clube dos garotos, os homens representaram 57% dos nomeados, em comparação a 64% durante o governo Bush em 2008 e 60% no governo Clinton em 2000. Além disso, as mulheres agora ocupam alguns dos principais cargos de autoria de políticas no Departamento do Tesouro, incluindo Brainard, a principal diplomata financeira do país, e Mary J. Miller, a subsecretária para finanças domésticas.

Mas especialistas na representação das mulheres no governo e nos negócios disseram que a Casa Branca tem mais trabalho a fazer para assegurar que as mulheres sejam mais igualmente representadas, incluindo mudar as condições de trabalho dentro do governo.

"Não é apenas uma questão de pool", disse Marie C. Wilson, uma defensora da liderança das mulheres que é fundadora do Projeto Casa Branca, um grupo sem fins lucrativos com sede em Nova York. "O pool do governo conta com muita gente talentosa, e muitas mulheres talentosas."

Ela notou que as mulheres com famílias jovens, mais do que os homens com famílias jovens, tendem a largar empregos que exigem jornada mais longa --uma tendência também notada pelas autoridades do governo. Talvez como evidência dessa tendência, aproximadamente 57% mais homens do que mulheres foram nomeados para cargos de assistente ou vice-assistente.

Especialistas disseram que políticas voltadas para a família, como licença maternidade e paternidade remunerada, poderiam manter mais mulheres em cargos no governo.

"Nós somos a única nação industrializada do mundo sem licença remunerada compulsória", disse Victoria A. Budson, diretora executiva do Programa de Políticas Públicas e para Mulheres de Harvard. "Trata-se de criar um sistema melhor de trabalho ao longo de toda a carreira de uma pessoa."

O "Times" realizou uma análise dos dados do "Plum Book", a lista do governo de nomeados políticos que é publicada uma vez a cada quatro anos. A versão de 2012 incluiu cerca de 4.000 membros nomeados pelo governo até junho, excluindo membros do funcionalismo público de carreira e de certos cargos sensíveis de segurança. Ainda assim, ele fornece a visão mais abrangente do governo Obama, do Departamento de Defesa até a minúscula Comissão de Pesquisa do Ártico.

Uma análise de um pool separado de dados de funcionários federais apontou que o número de mulheres nomeadas para altos cargos políticos fora da Casa Branca foi aproximadamente o mesmo nos governos Obama e Clinton, apesar de ter caído no governo Bush.

As mulheres ocupavam aproximadamente 35% desses cargos, como secretário assistente, em 2011 e 1999. As mulheres ocupavam aproximadamente 25% desses cargos em 2007.

O governo Clinton nomeou significativamente mais mulheres para cargos políticos do que governos anteriores, aproximadamente 44% no geral.

Apesar do percentual de mulheres nos dois últimos governos democratas ter se mantido aproximadamente estável, há um número recorde de mulheres no Congresso neste ano: 20 no Senado e 81 na Câmara.

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