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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Rubio pressiona republicanos por mudanças na lei de imigração dos EUA


Como o presidente Barack Obama e os líderes do Partido Democrata estão preparando um grande esforço para reformar o sistema de imigração dos Estados Unidos, o senador Marco Rubio, da Flórida, está impondo sua liderança entre os republicanos em relação a essa volátil questão, ao visualizar uma proposta que incluirá medidas para conceder status legal a milhões de imigrantes ilegais.

Rubio, um cubano-americano que está em seu primeiro mandato e cuja estrela está subindo rapidamente dentro de seu partido, esboçou, nos últimos dias, pontos de vista que o distinguem de muitos outros conservadores republicanos – que rejeitam qualquer legalização como uma forma de anistia para premiar infratores imigrantes. Rubio disse que não descartaria a possibilidade de conceder algum tipo de status legal aos imigrantes que estão ilegais nos Estados Unidos, apesar de insistir que quaisquer medidas não devem penalizar os imigrantes que tentaram entrar no país por meio dos canais legais.

Rubio descreveu suas propostas em entrevistas concedidas na semana passada à página editorial do Wall Street Journal e ao New York Times. Na segunda-feira passada, o senador já estava angariando apoio para suas ideias quando o deputado Paul D. Ryan, de Wisconsin – conservador que foi o candidato a vice-presidente dos republicanos no ano passado –, endossou as ideias dele.

Rubio apresentou três ideias: além de um tratamento justo para os estrangeiros que cumprem as regras, disse ele, qualquer legislação também deve reconhecer que, no passado, a imigração legal foi uma benção para os Estados Unidos e ela é "fundamental para o nosso futuro". Rubio também insistiu na adoção de novas medidas para garantir a aplicação rigorosa da lei tanto nas fronteiras quanto dentro do país.

"Não podemos ter o tipo de crescimento vibrante de que precisamos e a economia que queremos, com base em um governo que intervém pouco e na livre iniciativa, se não tivermos um sistema de imigração legal que funcione", disse Rubio. "E, para termos um sistema que funcione, temos que lidar com as pessoas que já estão aqui ilegalmente".

Em sua página do Facebook, Paul Ryan escreveu que Rubio estava "totalmente certo sobre a necessidade de consertarmos nosso falho sistema de imigração".

"Eu apoio os princípios que ele descreveu", disse Ryan, "a modernização de nossas leis de imigração, um sistema de segurança mais forte para conseguirmos conter a imigração ilegal e o respeito ao estado de direito para que possamos lidar com o complexo desafio da população sem documentos, que está em situação irregular".

Sendo um dos três hispânicos que atuam no Senado, Rubio – que foi eleito em 2010 com o apoio do Tea Party* – parecia estar tentando definir um novo tom para que seu partido discutisse a questão da imigração. Muitos líderes republicanos têm reconsiderado a posição do partido em relação ao tema desde as eleições de novembro, quando os latinos, o grupo do eleitorado de crescimento mais acelerado, apoiaram maciçamente Obama.

Surpreendentemente, as diretrizes de Rubio não pareciam muito diferentes das propostas de reforma para a imigração propostas por Obama, pelos líderes democratas e por um punhado de outros republicanos. Apesar do trabalho que atualmente está sendo feito na Casa Branca com relação à legislação para a imigração, um grupo bipartidário de senadores tem se reunindo para elaborar um projeto de lei.

O ponto em que Rubio discordou significativamente dos democratas está relacionado ao "caminho" legal que os imigrantes ilegais deveriam seguir – de acordo com sua proposta, eles deveriam trilhar um caminho longo e indireto antes de alguns deles poderem se candidatar ao status de cidadãos norte-americanos.

Em entrevista concedida por telefone, Rubio disse que um ponto de partida para o seu plano era reconhecer que o atual sistema de imigração é "pesado, burocrático, difícil de navegar e, às vezes, ele simplesmente não funciona".

Rubio disse que tentaria reorientar o sistema de vistos para trazer mais imigrantes qualificados, com formação em tecnologia e ciências. Quanto aos estimados 11 milhões de imigrantes ilegais que já estão no país, Rubio disse: "Nós temos que entender que essas pessoas estão aqui para ficar". Ele acrescentou que a maioria desses imigrantes não cometeu crimes graves ou violentos.

"A maneira correta de lidar com eles não é a anistia", disse Rubio, "e também não é um caminho especial para que eles obtenham a cidadania". Em vez disso, ele disse que pretende oferecer um status legal provisório aos imigrantes que passarem em análises de antecedentes criminais, paguem suas multas e passem em testes de língua inglesa e civismo.

Mas, disse ele, "em última análise, não é bom para o nosso país ter pessoas permanentemente presas a um status que não lhes permita se tornarem cidadãs". Depois de um determinado período, disse ele, os imigrantes seriam autorizados a solicitar a residência legal permanente, status que acabaria por permitir que eles se tornassem cidadãos.

O sistema atual está obstruído por atrasos enormes – alguns imigrantes têm que esperar até duas décadas para receber seus vistos de permanência. Rubio disse que uma falha potencialmente grande em seu plano seria trabalhada em negociações.

Embora Rubio tenha dito que seria melhor se o Congresso lidasse com os temas mais complexos em partes separadas de legislação, ele afirmou que não iria insistir nisso.

Rubio afirmou que pretende oferecer uma via mais rápida para a obtenção de cidadania a jovens imigrantes sem documentos que chegaram aqui quando crianças. Os membros da equipe de Rubio têm se reunido com líderes da United We Dream, a maior organização desses jovens imigrantes nos EUA.

"Para mim, a coisa mais surpreendente foi que ele estava falando sobre um caminho para a cidadania", disse na segunda-feira Lorella Praeli, líder da organização. "Houve essa mudança no tom e na visão dele".

Alguns republicanos conservadores deixaram claro que não apoiariam Rubio. Em um comunicado, o senador Jeff Sessions, do Alabama, disse que Obama havia minado as oportunidades para a implantação de uma reforma ao enfraquecer a aplicação da lei.

"Se o governo tivesse passado os últimos quatro anos tentando acabar com a ilegalidade, em vez de ser cúmplice dela", disse ele, "nós estaríamos em uma posição melhor para fecharmos algum tipo de acordo".

*O Tea Party é um movimento político norte-americano que defende a estrita observância da Constituição dos Estados Unidos, a redução dos gastos do governo e dos impostos, além da diminuição da dívida nacional e do déficit orçamentário federal. Em geral, o movimento é considerado parcialmente conservador, parcialmente libertário e parcialmente populista. O movimento já promoveu vários protestos e tem apoiado candidatos políticos desde 2009.

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