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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Sentimento anti-União Europeia cresce no Reino Unido

O primeiro-ministro inglês, David Cameron, o primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev e a chanceler alemã, Angela Merkel, participam de jantar. Obama recebeu na sexta-feira (18) os líderes do G8 em Camp David, nos EUA, para a cúpula consagrada à crise da dívida na zona do euro

Um político alemão causou agitação no Reino Unido na semana passada quando disse que o isolamento dentro da União Europeia "não é interessante para a Inglaterra".

Um número crescente de céticos em relação ao euro no Reino Unido fez com que o primeiro-ministro Cameron lutasse para ajudar a relação de seu país com a UE. E os alertas diplomáticos da Alemanha e dos EUA contra essas medidas encorajaram ainda mais as vozes anti-UE por lá.

Gunther Krichbaum é um homem quieto que raramente chega à primeira página dos jornais na Alemanha. Mas o membro da União Democrata Cristã (CDU, na sigla em alemão) da chanceler Angela Merkel, de centro-direita, fez exatamente isso na Inglaterra na semana passada.

"Um dos aliados mais próximos de Angela Merkel alertou David Cameron para não tentar chantagear o resto da Europa", escreveu o "Guardian". O tabloide "Daily Mail" chamou as observações de Krichbaum de "insolentes". E Douglas Carswell, um parlamentar do Partido Conservador do primeiro-ministro Cameron, disse que os britânicos "não querem viver uma vida dirigida pela Alemanha."

Os comentários foram motivados por declarações que Krichbaum fez em Londres depois de viajar para lá com uma delegação de parlamentares alemães para conversas políticas.

Krichbaum, que preside a Comissão de Assuntos Europeus do Bundestag, o Parlamento alemão, havia alertado sobre o possível isolamento da Inglaterra dentro da União Europeia, dizendo que isso "não pode ser do interesse da Inglaterra".

As declarações foram motivadas pelo anúncio de Cameron de que a Inglaterra tem a intenção de afrouxar seus laços com a E.U (União Europeia) em algumas áreas de políticas compartilhadas.

Suas declarações também expressam uma ameaça. Se os parceiros europeus da Inglaterra se recusarem a concordar com seus planos, ele sugeriu que a Inglaterra poderá bloquear os esforços da Alemanha e de outros países membros para integrar ainda mais a zona do euro. Quando questionado sobre como a Alemanha pode responder a esta ameaça, Krichbaum disse: "você não pode criar um futuro político chantageando outros Estados."

Temores de um referendo
A chanceler Angela Merkel pode ter se surpreendido ao saber que as pessoas no exterior veem Krichbaum como um membro de seu círculo mais íntimo. Mas isso não a teria incomodado, porque ela provavelmente tende a concordar com o que ele disse. Durante semanas, tanto em encontros oficiais quanto através de canais não oficiais, o governo conservador de Merkel tem enviado a Cameron a mesma mensagem: queremos mantê-lo na UE – mas não vamos criar uma nova UE só para você.

Não é coincidência que esta mensagem esteja cada vez mais sonora, também. Cameron planeja fazer um discurso muito aguardado sobre a política da UE nos próximos dias. Tanto a chancelaria de Merkel e o Ministério das Relações Exteriores alemão temem que ele use o discurso para anunciar um referendo sobre a adesão do Reino Unido à UE, além de fazer mais concessões aos eurocéticos de seu partido. Antes que isso aconteça, Berlim quer esclarecer o que será tolerado – e o que não será.

O governo alemão já disse várias vezes que Cameron não deve esperar muitas concessões quanto a este assunto. Garantir aos britânicos mais direitos especiais, argumenta o governo, levaria outros países a fazer exigências semelhantes – algo que Berlim certamente pretende evitar.

"A Europa não é um evento no qual cada um pode fazer o que bem entende", disse um conselheiro sênior do governo. "No final, os ingleses têm de decidir se querem ou não permanecer na União Europeia."

Altos diplomatas de ambos os países tiveram a oportunidade de discutir suas diferenças pouco antes do Natal numa reunião a portas fechadas em Berlim, no Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança (SWP).

Os alemães presentes tiveram a impressão de que os britânicos não estavam dispostos a ceder. "Em Londres, acreditam que estão em vantagem", disse um alto diplomata alemão. "Eles já cometeram o mesmo erro há dois anos, quando bloquearam o pacto fiscal".

O acordo defendido por Merkel obriga os signatários a implementarem uma lei de orçamento equilibrado e a aceitarem sanções automáticas por violar as novas regras de déficit. No final, ele foi assinado e implementado sem o apoio britânico ou tcheco como um tratado internacional fora da estrutura jurídica da UE.

Eurocéticos ganham terreno
Há uma preocupação crescente na Alemanha de que Cameron não será capaz de manter a Inglaterra na União Europeia apesar de sua vontade própria de evitar a saída. Seu plano para renegociar a posição do país dentro do bloco de 27 nações é uma tentativa de apaziguar um número crescente de eurocéticos que estão se tornando mais radicais.

"Há um grande perigo de que a saída da Inglaterra da UE se torne uma profecia auto-realizada", diz Barbara Lippert, diretora de pesquisa do SWP. "A pressão da ala direita do partido sobre Cameron é enorme. "No entanto, Lippert também admite que, se um referendo for realizado", as forças pró-europeias também poderão ser melhor ouvidas."

Na quarta-feira passada (9), a Alemanha recebeu um apoio claro e inesperado para a sua posição. Philip Gordon, assistente de secretário de Estado dos Estados Unidos para assuntos europeus e euro-asiáticos, usou uma visita a Londres para deixar claro o que Washington pensa sobre os planos da Inglaterra.

"Queremos que a Inglaterra tenha uma voz forte na União Europeia", disse Gordon, acrescentando que isso também seria a melhor coisa para a "relação especial" entre os britânicos e os norte-americanos.

Ainda assim, é duvidoso que a recusa da Alemanha em ceder ou as intervenções dos EUA terão sucesso em influenciar os sentimentos no Reino Unido.

Os alertas de parceiros do país parecem ter tido pouca influência sobre a imprensa anti-europeia.

"Como os EUA se atrevem a nos dizer para ficar na EU", dizia o título de um comentário indignado no tabloide "Express". Janice Atkinson, a autora, continuava afirmando que, embora ela não fosse uma "teórica da conspiração", o fato de Cameron estar prestes a fazer seu discurso e Gordon e Krichbaum tenham feito advertências "paralelas" no mesmo dia, "sugere que alguém está nos manipulando".

Parece que os argumentos racionais não irão muito longe no debate que questiona se a Inglaterra deve permanecer na UE.

Um comentário:

  1. -
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    melhor para a Inglaterra fugir do julgo económico Alemão...
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    se cresce na diferença.. a igualdade seja qual for leva a estagnação... maior prova disso é o conceito comunista...face ao capitalista...
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    XTREME

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