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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Conflito no Mali é momento da verdade para presidência de Hollande

François Hollande

"Eu o achei calmo", disse um participante do conselho de defesa que se reuniu no palácio do Eliseu, no domingo (13). "Bastante sério, muito concentrado", acrescentou um de seus conselheiros. Uma crise internacional, além de uma intervenção militar, têm contribuído mais do que qualquer outro acontecimento para criar a saga de um mandato. E para instalar um presidente num papel que poderia levar vários meses, ou até vários anos, para assumir.

A regra evidentemente vale para François Hollande, que com sua decisão de conter o avanço dos grupos jihadistas armados na direção de Mopti, no Mali, e de intensificar os ataques no norte, obtém uma vantagem política colateral imediata, embora esteja cedo demais para medir seus efeitos entre a opinião pública.

"Se tudo isso der a Hollande um comportamento um pouco mais presidencial e ele afirmar uma forma de autoridade serena, eu não lamentaria", observa um membro da maioria, que constata que "ele ainda não havia encarnado nada disso."

É verdade que formalmente o presidente se mostrou antes de tudo preocupado com o quadro jurídico, tanto internacional, com o pedido do presidente malinês e o procedimento nas Nações Unidas, quanto nacional.

"O Parlamento será plenamente informado sobre esses acontecimentos", garante o Eliseu. Na noite de segunda-feira, o premiê Jean-Marc Ayrault recebe, junto com os ministros da Defesa e do Interior, os presidentes da Assembleia e do Senado, os representantes de grupos políticos e das comissões da Defesa e das Relações Exteriores da Assembleia e do Senado.

Todavia, na essência François Hollande está vendo sua autoridade pessoal ser fortalecida por seu envolvimento no conflito do Mali. Ele já era chefe do Estado e chefe das forças armadas do ponto de vista institucional. E eis que agora ele traja o uniforme do comandante de guerra. "É necessariamente nas circunstâncias excepcionais e difíceis que um estadista se revela", resume o ministro do Interior, Manuel Valls. "São momentos difíceis, graves, que envolvem a vida de nossos soldados. Ele toma essas decisões e as assume".

Pessoalmente, como mostraram suas duas declarações transmitidas pela TV ao longo de três dias. E sem rodeios, como mostra o léxico usado para a ocasião, uma vez que Hollande falou em "choque de contenção" e nas "grandes baixas infligidas a nossos adversários", enquanto seu ministro da Defesa chegava a falar em "liquidar" os grupos armados. "Estão fazendo uma declaração de guerra", lembra um conselheiro do chefe do Estado.

Respaldado pela união sagrada, ou quase, o presidente da República provavelmente não será lembrado de que ele sempre garantiu que a França não agiria militarmente na linha de frente, e que se limitaria a apoiar uma força africana. Agora ele atenua oportunamente com indeterminação e indecisão os ataques, que aumentam a cada semana. "Isso permite eliminar um certo número de críticas e de acusações", afirma um colaborador.

Como seu antecessor Nicolas Sarkozy, que viu seu envolvimento no conflito russo-georgiano em agosto de 2008 e posteriormente no da Líbia aumentar seu crédito, eis que a presidência de François Hollande se vê fortalecida, fora de qualquer agenda pensada. "Ele está enfrentando acontecimentos que estão fazendo com que ele vire presidente da República", conclui um parlamentar socialista. "Ele sabe que a etapa seguinte é homenagear soldados mortos no palácio dos Invalides".

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