Hillary Clinton |
"O que aconteceu ontem nas Nações Unidas foi uma aberração", afirmou a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, em visita à Bulgária. Diante do fracasso no conselho, "precisamos redobrar os esforços fora da ONU com nossos aliados e parceiros que apoiam o direito de o povo sírio ter um futuro melhor", acrescentou. A chefe da diplomacia americana também usou a expressão "amigos da Síria", para se referir aos países do bloco anti-Assad na comunidade internacional.
Ontem, em mais um dia de violência, ao menos 56 pessoas teriam sido mortas em confrontos com as forças de Assad. Nos últimos dias, o regime teria cometido em Homs (centro do país) um dos maiores massacres em quase 11 meses de repressão, matando mais de 260 nessa cidade, segundo grupos opositores. O regime, por meio de sua agência de notícias Sana, nega as denúncias. Não há informações independentes, pois o governo proíbe que jornalistas e observadores circulem livremente pelo país.
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, entre os mortos ontem estão 28 civis - 23 em Homs; 2 em Daraya (subúrbio de Damasco); e 3 na região de Idleb. Também morreram 7 soldados em Hula (perto de Homs); 3 em Zabadani (perto de Damasco); e 4 Deraa.
Assim como no dia anterior no conselho, os EUA mantiveram um duro tom contra russos e chineses. "Trabalharemos para expor aqueles que continuam financiando e enviando armas para serem usadas contra sírios indefesos, incluindo mulheres e crianças", disse Hillary.
Os chanceleres francês, Alain Juppé, e britânico, William Hague, disseram que a Rússia e a China "deram as costas ao mundo árabe". Representantes da Liga Árabe também disseram ter ficado decepcionados com o veto dos dois países.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, ecoou as críticas a Moscou e Pequim. "Infelizmente, a lógica da Guerra Fria prevaleceu ontem na ONU. A Rússia e a China não votaram com base na realidade atual, mas em uma tradicional atitude contra o Ocidente."
Defesa. Russos e chineses defenderam-se afirmando que dois pontos não foram levados em consideração. Primeiro, os EUA e seus aliados não aceitaram incluir a violência da oposição no texto, apesar de esta constar no relatório da Liga Árabe. Em segundo, Moscou e Pequim preferiam esperar o resultado da visita do chanceler russo, Sergei Lavrov, a Assad amanhã.
No encontro, "a Rússia pretende obter uma rápida estabilização da situação na Síria por meio da adoção de reformas democráticas necessárias", segundo comunicado da chancelaria em Moscou. Os russos mantêm uma base militar no porto sírio de Tartus. Além disso, o regime de Assad compra armas da Rússia.
Ameaça iraniana. O Irã advertiu ontem que qualquer plano de intervenção militar na Síria fará a região "explodir". Em entrevista à tevê Al Manar, controlada pelo Hezbollah, o chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi, deixou claro que Teerã não tolerará uma intervenção em Damasco.
"Estou confiante de que qualquer ação militar contra a Síria fará a região inteira explodir", disse o chanceler. "Uma intervenção militar não resolve nada, especialmente porque a situação síria difere da Líbia, diante do seu papel de lutar contra Israel", disse. Para ele, China e Rússia vetaram a resolução, pois entenderam que a meta do Ocidente era dominar a região.
***E COMO PODEMOS CLASSIFICAR O APOIO DOS EUA A DITADORES COMO MUBARAK, ABDULLAH II, ABDULLAH BIN ABDUL AZIZ...?
Hillary, você da nojo!
ResponderExcluirQuem está certo e quem está errado? Bashar al Assad realmente é um mal governante? Por que ainda não houve uma intervenção militar na Síria, enquanto na Líbia foi tudo muito rápido?
ResponderExcluirA Síria tem Forças Armadas mais fortes que as ex-Forças Armadas de Khaddafi. Uma intervenção na Síria seria a catástrofe de Israel por vários motivos e por último, a Síria tem um pacto de defesa mutuo com o Irã, ou seja, se atacarem a Síria, segundo o pacto, o Irã tem que sair em defesa do primeiro.
ResponderExcluirPara intervirem na Síria eles precisam da aprovação da China e da Rússia? Se a resposta for sim, o que aconteceria se ignorassem o veto dos chineses e russos?
ExcluirAi isso seria uma uma intervenção mal vista. China e a Russia interferiam numa possível que caso o veto for ignorado. A Síria vai ficar mais forte e a ONU desmoralizado.
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