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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Falhas no projeto adia o voo do F-35 Lightning II, diz relatório

Acima um Lockheed Martin F-35 Lightning II da USAF

Segundo um relatório confidencial do Pentágono, o caça de quinta geração Lockheed Martin F-35 Lightning II, apresenta muitos problemas (defeitos) que resulta prematuro entrega-lo para a Força Aérea Americana (USAF). No entanto, os primeiros Lockheed Martin F-35 Lightning II já foram entregues para USAF e para o Corpo de Fuzileiros da Marinha Americana para o adestramento dos pilotos.

O relatório confidencial, redigido por Michael Gilmore, Diretor de Testes e Evoluções Operacionais do Pentágono (Director of Operational Test and Evaluation DOT&E), foi obtido por uma organização sem fins lucrativos de nome Project On Government Oversight (POGO), que não tardou em publicá-lo em sua página na internet.

O relatório destaca antes de tudo que “o alto nível de concorrência no programa” do Lockheed Martin F-35 Lightning, “criou vários desafios”. O término da concorrência define a qualidade dos aviões comprados e entregues aos pilotos da USAF antes de que se terminem os testes do novo avião, todavia imaturos.

Segundo Gilmore, essa concorrência afetará o futuro e o custo geral do programa, já que os protótipos do Lockheed Martin F-35 Lightning não superaram todos os testes previstos, o que poderia revelar outras falhas de projeto. Para eliminar estes erros de projeto fará falta redesenhar algumas “estruturas do avião com erros” e modificar os aviões já fabricados.

Assim, a primeira recomendação dos autores do estudo era de “reduzir a concorrência” ... Em outras palavras, parar de enviar aviões para as Forças Armadas e, possivelmente, o congelamento da sua produção até a conclusão das alterações necessárias.

Falhas reveladas
Haverá de redesenhar-se os tanques de combustível, o que acarretará em gastos consideráveis. Os testes mostram que os tanques de combustível não estão suficientemente bem protegidos, porque “o sistema de pressurização de tanques com gás inerte é incapaz de assegurar a proteção contra explosões perigosas” em situações críticas durante as missões de combate.

O design da aleta de cauda é outra falha comum às três versões do avião: o F-35A CTOL (decolagem e aterrissagem convencional), o F-35B STOVL (decolagem curta e pouso vertical e projetado para o Corpo Marina) e o F-35C CV (versão embarcada). Durante os testes descobriu-se que a parte traseira da aleta tem contato com o jato e reaquece. Esta peculiaridade triste foi exposta em vôo de teste em regime de pós-combustão. Com resultada dessa falha, as aletas caudais foram destruídas ou perderam seu revestimento. Na maioria das vezes, esse dano foi exposta nas versões atuais F-35A e F-35B.

Além disso, durante manobras com alta sobrecargas a carga nas aletas caudais excedeu o esperado, o que afeta tanto a mencionada aleta como o leme.

Entre outros defeitos Gilmore sinalou falhas no funcionamento nos displays do cockpit e nos sistemas de visão noturna, mal manobrabilidade em altas velocidades e altos índices de força G, assim como escasso raio de ação.

Estes defeitos foram listados na categoria de “características-chave”, ou seja, aqueles que demonstram o valor de combate de aeronave. Por exemplo, o mau funcionamento de sistemas de visão noturna não permitirá que o Lockheed Martin F-35 Lightning engajar alvos terrestres de noite.

O relatório também aborda vários outros problemas do Lockheed Martin F-35 Lightning, o mais grave destes é a incapacidade de desembarque do Lockheed Martin F-35 Lightning, na sua versão F-35C, em porta-aviões.

Em definitivo, tudo forma parte do processo normal de “nascimento” de um novo avião, que quase nunca é fácil, mas ao que parece, a armadilha do programa é seu alto custo, fato que os analistas dizem que poderia “matar no mínimo duas versões do Lockheed Martin F-35 Lightning.


Perspectivas do Projeto
O projeto do F-35 Lightning II começou em 1996 sob o nome oficial de Joint Strike Fighter, mas na realidade o trabalho de criar o novo caça decolou somente em 2001, quando o Ministério da Defesa assinou um contrato com a Lockheed Martin.

Inicialmente, o F-35 Lightning II foi apresentado como alternativa mais barato e de produção mais simples que o caça multifuncional F-22 Raptor. O novo caça deverá substituir completamente os F-16 Fighting Falcon, os A-10 Thunderbolt II, os F/A-18 Hornet (mas não o Super Hornet) e os AV-8B Harrier II. Mas com o tempo o Pentágono parou de falar sobre a economia do novo modelo.

De acordo com o Government Accountability Office dos EUA, o custo de desenvolvimento e de aquisição já atingiu 77,4 milhões de dólares. O custo de cada aeronave em 2010 ultrapassou os US $ 411 milhões. No total, a USAF JÁ recebeu 186 dos 187 aviões produzidos. Além disso, o Exército, a Marinha e USMC pretendem comprar 2443 novos aparatos por um preço médio de US$ 382 milhões a unidade.

Aparentemente, os militares americanos pleitearam desde o primeiro momento características demasiadas altas para o novo caça, como um radar AESA com cobertura de 360º, um novo capacete que permite o piloto fixar seus alvos somente olhando para eles, novos materiais “radio-invisíveis” e etc.

A USAF reconheceu em 2011 que havia exigido benefícios caros para o F-35 Lightning II e que o futuro caça-bombardeiro de longo alcance será desenvolvido com requisitos mais modestos, pensando em sua posterior atualização.

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