Mohsen Shaterzadeh |
O governo de Mahmoud Ahmadinejad escolheu um diplomata de carreira experiente para comandar a embaixada em Brasília a partir da primeira semana de fevereiro.
Mohammad Ali Ghanezadeh Ezabadi, 58, deixou o principal posto da chancelaria iraniana para a Ásia Ocidental para substituir o engenheiro Mohsen Shaterzadeh, há mais de três anos como embaixador no Brasil. A informação foi dada pelo jornal "O Globo".
A troca ocorre em momento de aparente afastamento entre os governos e depois de o porta-voz de Ahmadinejad, Ali Akbar Javanfekr, criticar à Folha a atitude da presidente Dilma em relação a Teerã.
Ghanezadeh, que já teve o nome aprovado pelo governo brasileiro, não tem experiência com América Latina, mas foi vice-embaixador na Índia, entre 1983 e 1989, e embaixador na África do Sul, entre 2003 e 2008 -emergentes que formam o Ibas com o Brasil. Também foi embaixador na Nigéria (1997-2001).
Teerã confiou ao diplomata a tarefa de levar, em 2010, uma mensagem aparentemente conciliadora a potências ocidentais. Em conferência sobre o Afeganistão, em Roma, ele disse que seu país estava pronto para trabalhar, inclusive, com os EUA.
"O Irã está profundamente convencido de que é necessária uma abordagem regional para estabilizar o Afeganistão, mas, obviamente, sabe que isso requer o apoio de toda a comunidade internacional, incluindo os EUA", disse.
A postura de Ghanezadeh sobre o programa nuclear de seu país, contudo, não prevê concessões. "Se é esperado o mesmo resultado [das inspeções] se o Irã coopera ou não, e se a atitude em relação ao Irã será tomada em uma base não legal no Conselho de Segurança, qual a razão para cooperarmos?", indagou em discurso em 2007, quando era embaixador na África do Sul.
Para o governo brasileiro, a troca quase imediata -Shaterzadeh só deixa o Brasil às vésperas da chegada do substituto- mostra o interesse do Irã em manter boas relações.
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