A Orbisat, controlada pela Embraer, anunciou ontem a venda de 17 radares de vigilância terrestre para o Exército Brasileiro e de quatro radares de vigilância aérea Saber M60 para a Força Aérea Brasileira (FAB). A empresa registrou faturamento de R$ 57 milhões no ano passado.
O contrato com a FAB, segundo o presidente da Orbisat, Maurício Aveiro, está avaliado em R$ 25 milhões e inclui treinamento, peças de reposição e assistência técnica. Os equipamentos serão integrados ao Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Sisdabra).
A entrega dos radares da Aeronáutica deverá acontecer em 18 meses, segundo informou o executivo. O radar M-60 permite rastrear alvos em um raio de 60 quilômetros, transmitindo informações em tempo real para um Centro de Operações de Artilharia Antiaérea.
"Esse tipo de radar auxilia o trabalho de proteção a pontos e áreas sensíveis como indústrias, usinas, instalações governamentais, mas também pode ser usado em grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo", explica o presidente da empresa.
O fornecimento do radar para o Exército, denominado Sentir M-20, faz parte do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), cujo projeto piloto é executado pelo consórcio Tepro, formado pela Orbisat e pela Savis Tecnologia e Sistemas, também controlada pela Embraer.
O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, disse que o Sisfron terá este ano R$ 240 milhões de recursos do orçamento da Defesa. Desde 2011, segundo ele, o projeto absorveu R$ 214 milhões. O contrato com a Orbisat está embutido no valor do projeto piloto executado pelo consórcio Tepro, estimado em R$ 839 milhões.
As empresas foram contratadas para fazer o monitoramento de aproximadamente 650 quilômetros quadrados de fronteira terrestre na divisa do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e Bolívia.
O Sisfron compreende a vigilância e proteção de uma área total de quase 17 mil quilômetros quadrados, que se estende por dez estados e 27% do território nacional. O projeto piloto do Sisfron, segundo o comandante Peri, deverá ser concluído em 2015.
"A cada etapa do projeto vamos fazer um novo processo de seleção de empresas". O projeto, segundo o general, tem atraído a atenção de empresas do mundo inteiro, interessadas em um investimento total avaliado em US$ 12 bilhões.
Para participar do processo, o comandante explica que as exigências incluem índice de nacionalização de, no mínimo, 76% e a liderança do projeto deve estar com uma empresa brasileira.
O general disse que o Sisfron já chamou a atenção dos governos de vários países, que têm muito interesse em conhecer o sistema de funcionamento das informações. "Esperamos que a próxima etapa do projeto seja lançada dentro de dois anos", afirmou.
O Exército também está concluindo a análise das informações enviadas por vinte empresas que participam do processo de seleção para o projeto Proteger, sistema de proteção das instalações estratégicas do país, como usinas hidrelétricas e refinarias.
O lançamento do edital desse projeto, que conta com mais de sete mil páginas de informações enviadas pelas empresas, segundo o comandante do Exército, deverá acontecer até o fim do mês. "Para este ano devemos contar com R$ 44 milhões para o Proteger." A implantação de todo o sistema, em 12 anos, custará US$ 9,5 bilhões.
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