Haus der Geschichte der Bundesrepublik Deutschland |
Folheando o livro de visitantes no final de uma nova exposição em Bonn sobre os Estados Unidos, não causa surpresa encontrar registros como "Guantánamo = EUA, que vergonha!" ou "Estilo propaganda: o vencedor escreve a história". Os Estados Unidos receberam um duro golpe em sua popularidade junto aos alemães com a guerra no Iraque. E, apesar do enorme apelo pessoal do presidente Barack Obama, suas políticas para a mudança climática e sua guerra com aeronaves não tripuladas fizeram pouco para melhorar a posição geral dos Estados Unidos aqui.
Mesmo assim, "O Modo Americano: Os EUA na Alemanha", no Haus der Geschichte der Bundesrepublik Deutschland, um museu nacional dedicado à história alemã pós-guerra, explora esse relacionamento de 68 anos e conclui fortemente: não, o amor não morreu. É apenas complicado –ou, como o museu prefere dizer, "especial".
A exposição, que levou dois anos para ser preparada, está dividida em quatro seções que examinam como as políticas de segurança americanas, os interesses econômicos e a cultura cotidiana moldaram a Alemanha pós-guerra. A primeira, "Vitorioso e Vencido", recebe os visitantes com um filme em preto-e-branco de bombardeiros americanos jogando bombas sobre a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, antes de detalhar como posteriormente os americanos impuseram a ordem, promoveram a justiça e moldaram a nação. Mas o papel dos Estados Unidos mudou rapidamente do de vitorioso ao de auxiliador, à medida que o foco passou aos pacotes de ajuda, ao Plano Marshall e à Ponte Aérea de Berlim, que serviram para mudar a imagem dos americanos na Alemanha Ocidental, de ocupadores para outra coisa, o assunto da próxima seção.
Em "América como Modelo?", o foco passa à vida cotidiana. Carros, jeans, filmes, Tupperware, histórias em quadrinhos, bambolês, máquinas de Coca-Cola, jukeboxes –a exposição mostra como a cultura americana inundou a Alemanha nos primeiros anos pós-guerra. Foi o período de lua-de-mel do relacionamento, quando muitos alemães se apaixonaram pela cultura americana. Um simples olhar para os visitantes mostra o quanto foi divertido: uma mulher se maravilhou em voz alta diante de uma calça jeans antiga e lembrava empolgada a uma amiga sobre seu primeiro par. Um professor de 50 anos dança sem vergonha o twist ao som de "Rock Around the Clock" de Bill Haley diante de um jukebox na tela e dois colegas mais jovens.
Uma das imagens mais marcantes aqui é a de "Nós Estamos Construindo uma Vida Melhor", uma exposição realizada em Stuttgart em 1952. A foto mostra um público de alemães debruçado sobre o guarda-corpo olhando para uma casa modelo sem teto, enquanto atores demonstravam os confortos domésticos de um lar americano moderno. Observe e aprenda, parecia ser a mensagem.
Penetrando na Cortina de Ferro
Enquanto os alemães estavam ávidos para abraçar a cultura de consumo americana, no final dos anos 60, um número cada vez maior rejeitava abertamente sua política. O sentimento cresce de modo breve, mas decididamente menos animado, quando o trajeto mais ou menos cronológico chega a uma grande foto do líder estudantil Rudi Dutschke, em uma marcha anti-Vietnã em 1968, ao lado de um cartaz dizendo "Vão para sua Casa".
Mas as tensões políticas são rapidamente dissipadas pela atração cultural do país, personificada por ícones da cultura popular, de um enorme boneco da Vila Sésamo, o robô R2D2 original de "Star Wars" e uma réplica da "Capitão América", a moto Harley Davidson do filme de estrada "Easy Rider" (Sem Destino), de 1969. A série cult "Dallas" também tem grande destaque, apesar de notavelmente não haver nenhum traço de David Hasselhoff, amado na Alemanha tanto por sua música ("Looking for Freedom") quanto pelos papéis na televisão.
Na seção seguinte, "País Inimigo e Local de Aspiração", o museu mostra como o caso de amor da Alemanha Ocidental com os Estados Unidos era visto no outro lado da Cortina de Ferro, na Alemanha Oriental comunista. Ela começa com objetos que destacam como as autoridades de lá tentavam impedir que o Ocidente ganhasse popularidade. Mas também mostra como fracassaram em bloquear as influências culturais americanas. Roupas, música e até mesmo a break dance acabaram penetrando na sociedade fechada.
A seção final, "Enfrentando os Desafios Globais Juntos", retorna à política e olha como o relacionamento se tornou mais complicado desde a reunificação alemã em 1989. Os elementos centrais são pedaços retorcidos do ataque ao World Trade Center no 11 de Setembro –parte de uma janela de avião, uma sinalização de piso de escada, as luzes traseiras de um carro dos bombeiros e dois pedaços retorcidos do prédio– todos suspensos em um mostruário de vidro, que faz com que pareçam estar caindo do céu. Igualmente poderoso é o crachá rasgado de Sebastian Gorki, um funcionário do Deutsche Bank e um dos 11 alemães mortos no ataque, e o desenho de um menino alemão de um avião voando contra um arranha-céu, com "eu sinto muito" escrito ao lado, em alemão e inglês.
A exposição então penetra brevemente nos desafios pós-11 de Setembro mais polarizadores no relacionamento alemão-americano: a invasão de 2003 ao Iraque, os episódios mais sombrios da "Guerra ao Terror" e a crise financeira. Mas o objeto final é um de esperança: um cartaz dizendo "Obama für Kanzler" (Obama para Chanceler), que foi erguido durante o discurso do então candidato Obama em Berlim, em julho de 2008.
A Alemanha e o Japão continuam ocupados mentalmente e materialmente pelos EUA, com isso perderam a Filosofia do Nacionalismo. Agora é tarde, não adianta chorar e nunca mais serão verdadeiros os alemães e japoneses e sim facetas de notas de dólar, ou seja, moeda para negociação e/ou moeda de troca.
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