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quinta-feira, 4 de abril de 2013

A trajetória de dois jovens canadenses à jihad na Argélia


Dois jovens de Ontário participaram do sequestro e da chacina na usina de gás na Argélia. Um deles era cristão ortodoxo e se converteu ao islamismo.

O caso de Mohamed Merah, o francês de origem argelina que assassinou em 2012 três crianças em duas escolas judias de Toulouse (França), é dos mais comuns. O jovem, nascido em uma família de imigrantes muçulmanos na França, se radicalizou até transformar-se em terrorista.

Menos frequentes são trajetórias como a de Adam Pearlman, o americano do Oregon que se transformou em porta-voz da rede Al Qaeda, ou o de Pierre Robert, o francês que desde 2003 cumpre prisão perpétua em um cárcere de Kenitra (Marrocos) por preparar atentados terroristas. Os dois se converteram ao islã mais rigoroso.

Depois de ordenar em janeiro o assalto à usina de gás de In Amenas, no qual morreram 38 reféns e 29 sequestradores, o primeiro-ministro argelino, Abdelmalek Sella, afirmou que entre os terroristas havia dois canadenses, além de argelinos, tunisianos e líbios.

Dois meses depois, a CBC, a rádio e televisão pública do Canadá, revelou suas identidades: Ali Medlej, 24 anos, e Xristos Katsiroubas, 22. Nascido em uma família cristã ortodoxa, Katsiroubas se converteu ao islã na adolescência, assim como Pearlman e Robert.

Aquele jovem louro que falava inglês com sotaque americano, descrito por alguns reféns, era Katsiroubas. A CBC indica que ele e Medlej explodiram aos pedaços com a usina de gás, e para identificar um deles foi necessário recorrer a um teste de DNA.

Katsiroubas foi criado em London (estado de Ontário, com uma população de 366 mil habitantes), em uma família de classe média em cujo quintal havia uma piscina. Depois do divórcio dos pais, continuou morando ali com sua mãe e seu irmão. Frequentou o mesmo colégio que Medlej e continuou a frequentá-lo depois de se formar e inclusive de se casar, em 2009.

No colégio era, segundo um colega dele entrevistado pela CBC, "como os outros rapazes, esperto (...) e bastante ativo". Gostava de doces gregos e era capaz de cruzar toda a cidade para comprá-los em sua doceira predileta.

Mas um de seus parentes chamou a polícia em 2007, queixando-se de que ele e Medlej "se relacionavam com pessoas estranhas". Essa ligação provocou uma investigação do serviço secreto canadense, que aparentemente não deu resultados.

Prova disso é que no ano passado, quando os dois saíram do país rumo ao norte da África, não estavam sendo vigiados pela polícia. Eram acompanhados por outros dois jovens cuja identidade ainda não foi revelada. É provável que também sejam canadenses. Um porta-voz da polícia se recusou na terça-feira a confirmar ou desmentir as informações oferecidas pela CBC.

Em 16 de janeiro ocorreu na usina de gás de In Amenas, a 1.300 quilômetros a sudeste de Argel, um dos maiores sequestros da história. Cerca de 30 terroristas que conseguiram chegar até lá - entraram na Argélia pela Líbia - apreenderam 685 argelinos e 107 estrangeiros.

Só três terroristas foram capturados vivos em 20 de janeiro.

A tomada de In Amenas foi reivindicada pelo argelino Mokhtar Belmokhtar, que durante anos chefiou uma célula da Al Qaeda no Magreb Islâmico no norte do Mali. Desde meados de março circulam rumores insistentes sobre sua morte, provocada pelos bombardeios e ataques do exército francês nessa região semidesértica.

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