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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Susan Rice e suas aspirações para o cargo de secretária de Estado do governo Obama

Susan Rice

Uma mulher chamada Rice num alto cargo do governo, ambiciosa para se tornar secretária de Estado, chega aos programas de TV dominicais para promover agressivamente uma narrativa de Oriente Médio boa para o presidente, mas destinada a desmoronar após ser examinada.

Acusações de que as informações de inteligência sobre as ligações da Al Qaida no Oriente Médio foram escolhidas a dedo por oficiais norte-americanos para criar uma realidade conveniente.

Um aparato de segurança nacional enredado na máquina de propaganda política. Isso tudo soa familiar?

Da última vez foi Condoleezza Rice ajudando seus chefes obcecados com a guerra a lançar suas teias de embuste, enquanto tentavam imprudentemente reorganizar o Oriente Médio. Desta vez, foi Susan Rice oferecendo uma história pouco plausível enquanto a equipe de Obama tenta desesperadamente entender o Oriente Médio.

O governo de Bush supervalorizou as ligações da Al Qaida, explorando o 11 de setembro para invadir o Iraque, o que os neoconservadores queriam fazer há tempos. O governo Obama ignorou as ligações com a Al Qaida no caso do ataque na Líbia para perpetuar a narrativa de que o presidente dizimou a Al Qaida quando Osama bin Laden foi assassinado, e para evitar acusações de que não estava fazendo seu trabalho no aniversário do 11 de setembro. Melhor jogar toda a culpa num protesto espontâneo contra um vídeo anti-Islã no YouTube.

É notável que o presidente Barack Obama, que chegou ao poder abominando as táticas de manipulação e duplicidade da turma de Bush, agora seja alvo de acusações semelhantes.

Você sabe que está em apuros quando Donald Rumsfeld é a voz da razão. “Acho injustificável a ideia de enviar um embaixador das Nações Unidas para os Estados Unidos para promover e vender e fazer circular uma história que, em questão de horas, demonstrou ser não precisa”, disse o ex-secretário de Defesa à Fox News na terça-feira. “Não consigo imaginar.”

A imaginação lhe falha agora, muito embora ele, seu amigo Dick Cheney e seu protegido W. tenham enviado o então secretário de Estado Colin Powell à ONU para vender uma história que ruiu só depois de uma invasão. Rumsfeld disse que, se os críticos do governo Obama estiverem certos, talvez os funcionários sejam “burocráticos e incapazes de responder prontamente a um relatório de ameaça”. Como quando W. não se dispôs a responder prontamente ao relatório de ameaça que gritava “Bin Laden está determinado a atacar os EUA”?

Havia algo estranho em relação à saga trágica de J. Christopher Stevens desde o início. Mesmo para um embaixador de ótima reputação, com uma pitada da empatia de Lawrence da Arábia e um equivocado senso de invulnerabilidade, Stevens estava obviamente pouco protegido numa região agitada por ameaças e ódio; ele estava num complexo vulnerável sem segurança armada suficiente e equipamentos básicos de emergência. Mesmo depois disso, o lugar estava tão desprotegido que um funcionário da CNN pode entrar e pegar diário particular de Stevens, que mostrou o medo do embaixador em relação aos ataques intermináveis e por estar na lista de alvos da Al Qaida.

Afinal de contas, havia simpatizantes da Al Qaida entre os rebeldes que derrubaram Muammar Gaddafi com a ajuda dos EUA.

Republicanos da Câmara farão uma audiência na próxima semana e pediram à secretária de Estado Hillary Clinton para explicar por que o consulado não tinha uma segurança melhor, levando em conta a “longa série de ataques a diplomatas e funcionários ocidentais na Líbia nos meses que antecederam a 11 de setembro de 2012”, como observou o deputado Darrell Issa numa carta.

O tombo de Susan Rice faz parte de um padrão preocupante de correr para apoiar o presidente em relação à segurança nacional, o que parece particularmente estúpido, porque é totalmente desnecessário.

No ano passado, a Casa Branca teve de recuar das afirmações iniciais exageradas de John Brennan, assessor de segurança nacional, que disse que Bin Laden morreu depois de resistir em um tiroteio e que estava se “escondendo atrás de mulheres que foram colocadas na sua frente como escudo”.

Agora que um dos membros da equipe Seal da Marinha, Matt Bissonette, escreveu um livro, há relatos contraditórios, um por parte da Casa Branca democrata se esforçando para parecer dura, e outro de uma testemunha ocular. Bissonette escreveu que o comando principal atirou na cabeça de Bin Laden, que estava desarmado, quando ele espiou pela porta de seu quarto, e atirou em seu corpo em convulsão novamente dentro do quarto. Na versão do governo, o tiro na escada não acertou o alvo.

Assim, num esforço exagerado de melhorar a imagem um presidente que não precisa de polimento – especialmente contra a política externa atrapalhada de Mitt Romney e iniciante de Paul Ryan – eles ficaram enroscados em relatos contraditórios sobre Benghazi. O governo tinha se beneficiado da impressão de que havia diminuído a Al Qaida, mesmo que o público soubesse que, sem dúvida, isso jamais seria tão simples. Mas, como Romney aprendeu quando correu prematuramente para o microfone para tirar proveito da crise e desfigurou os fatos, há um custo em deixar que o ciclo político dite a forma como se discute segurança nacional.

O Exército dos EUA está se preparando para retaliar o ataque líbio. Mas, mesmo que Stevens seja vingado, será que o presidente receberá o crédito que merece uma vez que seus seguidores deixaram a impressão de que estão dispostos a rescrever a história para obter vantagem política?

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