Acima um carro oficial do governo da Alemanha Ocidental em frente ao Maternus |
Um alegre Boris Yeltsin se escondeu debaixo da mesa aqui. John F. Kennedy, Charles de Gaulle, Mikhail Gorbatchov, entre outros –todos jantaram no Maternus, um improvável restaurante VIP que servia pratos locais em Bonn, a então capital da Alemanha Ocidental. Seu fechamento nesta semana está despertando lembranças de seu auge na Guerra Fria, e o papel esquecido de Bonn na moldagem do país.
Quando o Maternus fechar nesta sexta-feira (26), em Bonn, a capital da antiga Alemanha Ocidental, as luzes se apagarão em um pedaço quase esquecido da história do pós-guerra.
A lista de convidados deste restaurante despretensioso, que serviu pratos básicos como schnitzel e carne assada por 63 anos, representa um quem é quem global da época da Guerra Fria: os presidentes americanos Harry S. Truman, Dwight D. Eisenhower, John F. Kennedy, Jimmy Carter e Ronald Reagan vieram aqui, assim como o presidente francês Charles de Gaulle e o líder soviético Mikhail Gorbatchov, sem contar chanceleres alemães de Willy Brandt até Helmut Kohl.
Suas paredes de painéis de madeira escura abafavam discretamente os sussurros deles. Enquanto os clientes comuns comiam seus bolinhos, eles podiam escutar Peter Ustinov deleitando seu anfitrião com histórias na mesa ao lado, ou vislumbrar ministros sentados em um canto, tentando formar o próximo governo de coalizão.
Negociações, tramas e fofocas pairavam em torno das mesas como a fumaça de cigarro, que manchou o teto de uma cor marrom rica ao longo de décadas.
“Era uma espécie de salão político, podia-se dizer que era a sala de estar dos políticos mais importantes de Bonn”, disse Hans-Dietrich Genscher, 85, o ex-ministro das Relações Exteriores, para a “Spiegel Online”.
“Quando recebia visitantes de Estado aqui e queria lhes oferecer algo um pouco mais privado do que os banquetes oficiais no palácio Redoute, eu lhes dizia que havia um ótimo lugar próximo daqui, o Maternus. E íamos para lá. Isso lhes mostrava um pedaço da Renânia.”
O Maternus fica situado em uma rua secundária no distrito de Bad Godesberg de Bonn, um local de parques e casarões onde muitos diplomatas e funcionários públicos ficaram alojados por meio século, até a mudança do governo para Berlim em 1999, nove anos após a unificação.
O restaurante, com fotos emolduradas de seus convidados ilustres nas paredes ao lado de pratos decorativos e jarros de estanho folclóricos, está fechando porque o proprietário, o chef Erwin Drescher-Maternus, está se aposentando.
Os clientes dizem que o restaurante deve muito de seu charme da proprietária Ria Maternus, uma renânia exuberante, jovial, pequena, mas com carisma elevado, que os recebia com um beijo no rosto e que gostava de dançar sobre as mesas. Ela morreu em 2001.
“Ria era uma anfitriã incrível”, lembrou o locutor veterano Friedrich Nowottny, um dos principais comentaristas políticos da Alemanha Ocidental. “Ela era calorosa, sempre alegre ao seu modo da Renânia, e tratava seus clientes de forma incrível, independente de sua classe ou status político.”
O Maternus estava longe de ser um restaurante gourmet. Ele servia pratos comuns da Renânia e uma quantidade impressionante de vinhos locais. “Ele devia seu sucesso em parte às opções gastronômicas limitadas de Bonn”, disse Nowottny.
Apesar do charme de Ria, é difícil imaginar um único restaurante ganhando tamanha proeminência em outros centros políticos. Mas a sonolenta Bonn, às margens do Reno, não era uma capital comum. Ela sempre foi uma sede temporária do governo e devolveria seu papel para Berlim se e quando ocorresse a reunificação alemã.
Uma velha piada resumia como as pessoas viam a cidade. “Este lugar tem vida noturna?” pergunta um visitante. “Certamente”, responde o anfitrião. “Mas a dama foi para Colônia esta noite.”
Peter Norman, um jornalista britânico que trabalhou em Bonn nos anos 70, lembra de como ficou impressionado em quão aberta ela era. “Eu vi Genscher caminhando pela praça do mercado carregando uma sacola cheia de compras, sem nenhum segurança ao seu redor. E entrei no Parlamento sem mostrar uma credencial e trombei com Helmut Schmidt, que era o ministro das Finanças na época, e tive uma longa conversa com ele.”
Essa abertura às vezes se estendia até mesmo à espionagem. Normam disse que um dia após um jornal alemão ter alegado que Nikolai Portugalov, o correspondente da agência de notícias soviética “Novosti”, era o chefe da KGB em Bonn, Portugalov foi a uma coletiva de imprensa e, como qualquer jornalista, fez uma pergunta rotineira para Schmidt. “E Schmidt respondeu sem pestanejar.”
Sua pequenez refletia a modéstia da jovem e incerta república alemã-ocidental, castigada pelos crimes do Terceiro Reich, presa ao cordão umbilical dos Estados Unidos e preocupada em encontrar seu papel na Europa e no mundo. A república de Bonn era muito diferente da Alemanha atual sob a chanceler Angela Merkel, que é cada vez mais assertiva e está intimidando seus vizinhos europeus a aceitarem programas de austeridade debilitantes devido à crise do euro.
A ameaça de aniquilação nuclear, que estava na mente das pessoas na época, era especialmente presente na Alemanha Ocidental, que seria um dos primeiros campos de batalha caso a Guerra Fria esquentasse. A pequena Bonn estava repleta de espiões. Muitos deles comiam no Maternus.
Em uma entrevista, Genscher lembrou um momento delicado no Maternus, durante uma visita de Estado de Gorbatchov e do então ministro das Relações Exteriores soviético, Eduard Shevardnadze, em meados de 1989. Helmut Kohl, o chanceler na época, estava dando um jantar para Gorbatchov em sua residência, de modo que Genscher convidou Shevardnadze para ir à sua casa, em Wachtberg, perto de Bonn.
Ele pediu ao refeitório do Ministério das Relações Exteriores que preparasse o jantar e o levasse até sua casa. Mas pouco antes da chegada de Shevardnadze, o cozinheiro informou Genscher que um prato vazio foi levado por engano e que o “peixe maravilhoso” que ele tinha prometido ainda estava no ministério, a quilômetros de distância.
“Nós fomos para lá e eles já tinham tomado alguns drinques”, disse Genscher. Logo depois, Schreckenberger levantou-se e pediu para ser apresentado a Shevardnadze.
“Então ele apresentou todos os chefes de inteligência, lhes dando seus títulos completos. O intérprete soviético estava tendo dificuldade para acompanhar”, disse Genscher. “Eu fiquei pensando no que Shevardnadze estaria pensando, que talvez a história do peixe fosse um truque! Eu senti que o clima ficou estranho e disse, herr Shevardnadze, quando você voltar para Moscou, você pode dizer ao chefe da KGB: todas as pessoas que você tem em seus arquivos, eu as conheci pessoalmente.”
Todo mundo relaxou e Shevardnadze, contente por estar em um restaurante público pela primeira vez em 20 anos, enviou para Ria um grande buquê de flores. “Ele estava muito feliz. Foi uma ótima experiência para ele”, disse Genscher.
Repito a pergunta, "afinal, quem ganhou a 2º guerra mundial?"
ResponderExcluirRÚSSIA: 2/3 da Wermacht lutaram na frente oriental!
ExcluirRussia sem duvida , sozinha limpo terreno de Stalingrado ate Berlin ,
ExcluirAmericanos entrarao no final ,
e pensao que ganharao algo , quando quem fez o trabalho duro forao os Inglese, e a Resistencia Francesa , junto com as suas colonias
A grande mãe Russia com certeza.
ExcluirE há de nos salvar do grande Satã.
É isso aí!
Excluiressa história que a urss ganhou a guerra praticamente sozinha pq 2/3 da wermacht tava la é besteira..
ResponderExcluir1- em 1941 a urss estava fodida e os eua aprovaram uma ajuda com 10mil caminhoes militares e outras coisas.. que ajudaram e muuuuuito a ganhar tempo e dar reviravolta no front..
2-quem ganhou a guerra foram esses aqui > > http://www.jewwatch.com/jew-occupiedgovernments-USSR.html < <
3- n entendo pq a frança e gra bretanha n declararam guerra a urss se ela tb atacou a polônia 20 dias depois..
4- n tinha como a alemanha um pais de 70-80milhoes habitantes suportar uma guerra praticamente sozinha contra uma urss de 200milhoes, usa de 130, uk de 40 e mais outros aliados importantes!
o japao estava preocupado de mais com o pacífico e fez um pacto para n atacar a urss de novo..
e a italia nem preciso comentar
por fim, espero que o dono do blog não block meu comentário como acontece em vários outros blogs que se dizem ''democráticos''