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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Candidato esquerdista ganha fôlego para vencer eleições na Itália


Ele não é midiático, carismático ou atraente. Ex-comunista de 61 anos, católico, apoiou os cortes impostos por Mario Monti. Apesar de sua personalidade apagada, Pier Luigi Bersani claramente superou o brilhante e jovem prefeito de Florença, Matteo Renzi, nas primárias – abertas a qualquer cidadão – para eleger o candidato do PD (Partido Democrático) nas eleições previstas para a próxima primavera. O partido resistia a essas primárias, mas Bersani, como secretário-geral, as impôs.

O PD, nascido em 2007 dos partidos comunista, socialista e parte da democracia-cristã, carrega em seu DNA a cultura da eleição para selecionar seus cargos internos, mas a resistência a essas primárias para determinar o candidato à Presidência do Conselho era grande na cúpula. Depois de exaltados debates acompanhados por muitos espectadores, mais de 3 milhões de italianos votaram no primeiro turno e 2,7 milhões uma semana depois, em uma lição de democracia participativa que outros partidos devem aprender, provavelmente na Espanha, a princípio.

Com esse golpe de mestre não somente Bersani saiu fortalecido, como também o próprio PD, que agora tem maiores possibilidades de vencer perante uma centro-direita em queda livre, com o descalabro de um Berlusconi que ainda não conseguiu decidir sobre sua própria candidatura.

O sucesso de Bersani é ainda maior por não vender ilusões, e sim realidade, ainda que por ele não represente um estrito continuísmo em relação ao governo tecnocrata de Mario Monti, que ele apoiou nos cortes. Bersani dispensa os contos de fadas para vencer; insiste que assim não se pode governar. E embora entenda que a austeridade é necessária, ele se propõe a modulá-la para conseguir, com algumas medidas de estímulo da economia, se aproximar mais das preocupações dos cidadãos, reforçar o combate à corrupção e fortalecer as instituições do Estado.

Embora o PD esteja à frente nas pesquisas, não deve confiar nisso e cometer um deslize como em 2008. Ele enfrentará uma pletora de partidos, sendo que com alguns deles ele teria de fazer alianças para governar. Mas talvez o rival mais temido, pelos votos que pode conquistar entre os jovens, seja o Movimento 5 Estrelas (M5E), antissistema, encabeçado pelo humorista Beppe Grillo, que está subvertendo a política italiana.

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