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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Cem anos depois da revolução, China propõe uma reunificação, e Taiwan uma democratização

Mapa chinês mostra Taiwan como
território da China
Com uma diferença de 24 horas, as duas margens do Mar da China comemoraram oficialmente os 100 anos da revolução de 1911 que viu nascer, sob comando de Sun Yat-sen, a República da China, “primeira democracia da Ásia”. Uma oportunidade para as duas “nações” destacarem sua herança comum.

Mas, se o presidente chinês Hu Jintao convocou as duas margens a trabalharem juntas por uma “reunificação pacífica”, o presidente taiwanês, Ma Ying-jeou, fez um apelo para que a China continental aceitasse a existência da República da China, nome oficial de Taiwan. Pequim não deve esquecer “os ideais de nosso pai fundador” e deve “embarcar plenamente na direção da liberdade, da democracia e da distribuição justa de riquezas”, declarou, na segunda-feira (10), em Taiwan, o presidente Ma Ying-jeou. Na véspera, o presidente chinês havia declarado em Pequim: “Conseguir uma reunificação pacífica serviria da melhor forma possível aos interesses fundamentais de todos os chineses, inclusive de nossos compatriotas de Taiwan”.

Taiwan serviu primeiramente de refúgio às tropas de Chiang Kai-shek no final da guerra civil, em 1949. Mas se os nacionalistas do partido de Kuomintang terminaram abandonando seu grande projeto de reconquistar a China, a China comunista nunca desistiu de reanexar sua “província rebelde” à pátria chinesa “à força, se necessário”.

Uma reaproximação econômica sem precedentes se iniciou desde que o Kuomintang voltou ao poder em Taiwan, em 2008. Após oito anos de separatismo (2000-2008) promovido pelo presidente Chen Shui-bian, Kuomintang venceu as eleições presidenciais e legislativas com um plano de apaziguamento com Pequim. A retomada do crescimento (mais de 10% e, 2010) é atribuída à nova integração econômica: voos diretos, afluxo de investimentos taiwaneses na China continental, acordo de livre-comércio, número crescente de empresários taiwaneses se instalando na China...

Apaziguamento militarizado
Hoje, 1,5 milhão de continentais visitam Taiwan todos os anos. Além dos tesouros do Museu Nacional do Palácio, que abriga as coleções imperiais levadas por Chiang Kai-shek, muitos se maravilham com o que veem na televisão: debates políticos exaltados, críticas ao governo. Desde 1949, os dois povos nunca estiveram em tanto contato como agora. Até 2020, a China poderá absorver 60% das exportações taiwanesas.

Mas, ao fazer um apelo à China para que ela “reconheça a existência factual da República da China”, “o presidente Ma Ying-jou, por mais Kuomintang que seja, reafirma que não cederá na questão da soberania”, observa o professor Jean-Pierre Cabestan, especialista em Taiwan. No entanto, o apaziguamento entre as duas margens continua fortemente militarizado, como lembraram as duas enormes encomendas de armamentos feitas aos Estados Unidos em 2010. Ma Ying-jeou, nesse sentido, está se preparando para a eleição presidencial de janeiro de 2012. Por enquanto ele está à frente de Tsai Ing-wen, sua rival, que optou por ignorar as celebrações do centenário de 1911.

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