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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Der Spiegel: Veículo militar popular fabricado na Alemanha desencadeia debate sobre a exportação de armas

Acima o veículo blindado de combate alemão Boxer em testes no deserto do Emirado dos Árabes Unidos

O veículo blindado pessoal "Boxer" pode se transformar em um dos produtos de exportação mais vendidos da Alemanha. Mas, devido ao interesse que o veículo militar tem despertado em regimes questionáveis, os legisladores alemães estão começando a exigir mais poder para poder decidir para quem a Alemanha venderá suas armas.

A TV russa transmitiu a estreia de um programa muito especial em setembro passado. Em uma "reportagem especial e exclusiva", a Ren TV, emissora privada pró-Kremlin, elogiou as vantagens do veículo blindado alemão "Boxer", que incluem um diversificado leque de possibilidades de utilização, os 600 tiros por minuto que ele é capaz de disparar e a pressão dos pneus, cujo controle é operado por computador. Os soldados, segundo informou um âncora impressionado, "saem incólumes, mesmo que o veículo passe sobre uma mina antitanques". A indústria de defesa alemã não conseguiria ter produzido um filme promocional mais atraente.

Os russos não são os únicos interessados no veículo blindado, que é produzido por uma joint venture formada por duas fabricantes alemãs de armas, a Rheinmetall e a Krauss-Maffei Wegmann. O "Boxer" poderia se tornar o próximo produto de exportação mais vendido da indústria de defesa alemã. Autoridades militares ao redor do mundo têm mostrado interesse no veículo, que vem equipado com uma ampla gama de aplicativos. O "Boxer" também recebeu ótimas notas em um teste de desempenho britânico.

Infelizmente, e é aí que começam os problemas para os políticos alemães, entre os interessados estão vários regimes autoritários. Desde que a Spiegel informou, na semana passada, que o governo fundamentalista da Arábia Saudita pretende comprar várias centenas de "Boxers", as empresas vinculadas ao milagroso veículo militar alemão se viram envolvidas em um amplo debate. Utilizando canais informais, Moscou cautelosamente questionou se os alemães exportará o veículo para a Rússia. O governo dos Emirados Árabes Unidos, que também não é um modelo de democracia, gostaria igualmente de comprar o Boxer para seu Exército. Mas será que as empresas alemãs devem vender armas para esses países?

No caso dos Emirados Árabes, o governo alemão parece inclinado a aprovar a venda. O "Boxer" foi testado pela primeira vez nos Emirados Árabes em setembro de 2010. O teste seguinte foi realizado durante o verão de 2011 – dessa vez, enfrentando as condições do deserto. O governo alemão emitiu uma licença de exportação temporária para a realização desses testes. "Você não faria esse tipo de coisa se quisesse excluir a possibilidade de uma venda", diz um funcionário do governo alemão. E por que veículos blindados deveriam ser vendidos para os sauditas, mas não para seus vizinhos um pouco mais liberais?  

Os legisladores querem se fazer ouvir  
A situação seria um pouco mais delicada no caso da Rússia. Por um lado, o país é um dos parceiros estratégicos da Alemanha. Além disso, aqueles que nutrem simpatia pela Rússia são responsáveis por definir as políticas do Ministério das Relações Exteriores alemão. No passado, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, defendeu firmemente o estabelecimento de uma cooperação bélica com os russos – pelo menos dentro do Ministério das Relações Exteriores.

Mas a venda dos veículos "Boxer" teria um ingrediente novo. O veículo blindado rápido é muito adequado para o combate de distúrbios em áreas urbanas. Além disso, muitos no governo alemão ainda não esqueceram do choque provocado pela invasão da Geórgia pela Rússia – sob as ordens do presidente russo Vladimir Putin. Alguns temem que o exército russo venha a invadir outro país com armas alemãs.

O Conselho Federal de Segurança da Alemanha ainda não teve de lidar com a questão, pois Berlim não recebeu nenhuma consulta oficial por parte da Rússia. Esta claro, no entanto, que a chanceler Angela Merkel abordaria esse tipo de questão por trás de portas fechadas, como de costume. Mas, atualmente, um número cada vez maior de legisladores tem se perguntado por que eles não estão envolvidos nos importantes debates e decisões relacionados à política de segurança da Alemanha. O Conselho Federal de Segurança se reúne de forma sigilosa e, geralmente, passam-se anos até que as consequências de suas decisões fiquem aparentes no relatório de exportação de armas. A essa altura, muitas vezes, já é tarde demais para mudar qualquer coisa.  

"Decisões de grande importância"   
"Os cidadãos têm um interesse legítimo em serem informados previamente sobre a venda de armas", diz Markus Löning, comissário do governo alemão para os direitos humanos e filiado ao FDP (Partido Democrático Livre), que é membro júnior da coalizão de Merkel e tem por prática fomentar a atividade empresarial. "Não faria sentido publicar o relatório de exportação de armas pouco tempo depois de as decisões terem sido tomadas pelo Conselho de Segurança, e até mesmo mais de uma vez por ano, se necessário".

Políticos da outra coalizão alemã também estão dispostos a aceitar o fato de que o governo está excluindo o parlamento de suas consultas em relação a seus planos concretos de exportação. O especialista em política externa do FDP, Bijan Sjir-Sarai, quer lançar uma iniciativa com seus colegas de outros grupos parlamentares durante o atual período legislativo para que o parlamento federal da Alemanha, o Bundestag, tenha tempo suficiente para se fazer ouvir em relação à venda de armas. Rolf Mützenich, parlamentar do Partido Social Democrata (SPD), de centro-esquerda, também apoia o plano.

Djir-Sarai defende a criação de um comitê no Bundestag, que se reuniria sigilosamente, como o comitê que monitorara os serviços de inteligência. Um dos políticos que apoiam a proposta de Djir-Sarai é Ruprecht Polenz, presidente da Comissão de Política Externa. "Não havia muito interesse nessa ideia há alguns meses", diz Djir-Sarai. Mas ele acredita que isso mudou agora. "Não é possível que o parlamento não seja envolvido em todas as decisões de grande importância".

11 comentários:

  1. Engraçado a marra nojenta dos europeus em falarem em democracia e se meterem na política dos outros,sem a ditadura da China hoje a Europa quebra, afinal hoje a Europa sem o dinheiro da China estaria ferrada. A Alemanha em não vender armas para regimes contestáveis, por acaso Arábia Saudita e Emirados Arabes invadiram quem até hoje? Os Emirados participou da guerra do golfo e guerra da Líbia, onde a Europa que se diz democrática entrou com tudo nessas guerras, a Arabia estava também na guerra do golfo. Depois que o Saddam cometeu o erro estupido e maluco de invadir o Kuwait, são os regimes ditos democráaticos que invadem os outros países. Engraçado que tem gente que cai na propaganda europeia rssrs,nem vou perder mais tempo em debater.

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    1. Que confiança eu te dou por acaso para vc vir e me chamar de ´´manezão´´? E por pessoas que nem vc espalhadas pela net vulgo empalador, que eu prefiro usar o pseudônimo Anonymous, afinal fica difícil debater com alguma educação na internet, é foda mesmo. Na boa cansei.

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    2. Acho que este "empalador" é auto empalador!!!
      É cada um que parece dois.

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    3. O texto acima é da revista alemã Der Spiegel. Logo, não devemos generalizar. Hoje a Alemanha tem pudores para meter o pau em que quiser, haja vista que a Alemanha hoje é um exemplo a ser seguido. A Alemanha hoje é um exemplo de grande país e de democracia.

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  2. Quer dizer que a Rússia invadiu a Geórgia em 2008?!! Até o conselho de defesa e segurança europeu, órgão ligado a UE reconheceu o ataque georgiano. Acho interessante a capacidade que alguns possuem de rescrever a história como eles querem.

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    1. Por acaso foi algo que eu tb reparei e até me ri. Isso mostra como a mídia pode ser manipuladora, é por isso que ligo mais a noticias militares só aqui.

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  3. Se a Alemanha ficar de frescura em não vender armas para o país A ou país B, quem perderá será exatamente a Alemanha. Pq irão vender armas para quem? A Europa está comprando quase nada, a America Latina quando compra e pra dizer que compra, e sempre meia dúzia disso, uma dúzia daquilo, podem ver literalmente é isso ás vezes. A Africa quem eles iriam chamar de confiáveis tem nem pra comer quanto mais para se armar com equipamentos de ponta, até pq equipamentos alemães tradicionalmente não são baratos. O que vai acabar acontecendo que a industria militar na Alemanha vai ficar para trás, afinal vai produzir pra vender para quem se a Alemanha mesmo compra quase nada? Nem o Leopard mais a Alemanha está comprando pelo contrário, venderam boa parte dos que possuíam. No entanto os governos que eles não queriam vender poderão comprar livremente dos EUA e da Rússia que não tem frescura, e tem equipamentos de ponta, quem perderá será unicamente a Alemanha se manter essa frescura.

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  4. Alguns clientes em potenciais quie a Alemanha venderia na boa como: Turquia, Coreia do Sul, Japão, Cingapura, Índia até mesmo Brasil, África do Sul e México que hoje investem mais do que antigamente, todos esses hoje vem dando prioridades a indústria local, cada vez comprarão menos armas dos demais, a índia ainda compra muito dos outros mais dão preferência a Rússia, então é bom a Alemanha latir menos a política interna dos outros ou vai ser a única q saíra perdendo, hoje em dia no mundo globalizado ninguém precisa da Alemanha para nada.

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    1. Bicho! É mesmo! Também achei ela cheia de nhenhenhem! O que não entendo, porque a Rússia Compraria se ela tem parque industrial bélico para fazer até melhor do os da Alemanha?

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    2. A Alemanha cheia de "nhenhenhem"? A Alemanha é um país sério e que fiscaliza as suas armas. Os alemães não são mercadores da morte como russos, americanos, chineses, ingleses e etc. Quisera eu que todos os países belicistas dependem de armas de estrangeiro sofresse embargos. Queria ver Israel, por exemplo, ficar lançando ataques de forma indiscrimina a todo instante.

      Na boa, ninguém consegue fazer blindados da qualidade dos alemães. A Rússia só conseguiu fazer um blindado melhor que os alemães, o T-34 e só. A Rússia hoje em dia tem dificuldades na construção de blindados, sobre tudo na parte que tange o motor e a blindagem. O mundo inteiro utiliza a blindagem alemã, porque ela é unica. Veja o último veículo da série BTR, o BTR-90, apesar de ser um excelente veículo não pode ser comparado com o Boxer, sobretudo em blindagem.

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    3. Realmente os países citados são uns carniceiros mesmos!
      Mas eu não sabia dessa caracterísca alemã. Valeu!

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